A Igreja MORNA atual tem músicos e cantores do mesmo nível dos artistas do mundo, tem mestres e sábios no mesmo patamar dos intelectuais da Terra, tem templos belos e muitas riquezas que se igualam as riquezas seculares e junto com tudo isto, tem também uma fé igual a fé do mundo: vazia, morta, idólatra, ignorante, infrutífera...
A pergunta que cada crente deve fazer a si mesmo é: "Como chegamos a este ponto?" Esta é a pergunta que fiz a mim mesmo e não foi difícil chegar a uma resposta satisfatória: "NÓS EXTINGUIMOS O ESPÍRITO SANTO NA IGREJA".
É chocante a quantidade de doutrinas anti-bíblicas a respeito do Espírito Santo que são difundidas no meio cristão, é claro que também há bons estudos com base nas Escrituras, mas a maioria não é e não passam de imaginações humanas. Por causa disto deixamos de ser o "Corpo de Cristo" e nos tornamos "cadáveres" de nós mesmos.
As palavras que vos disse são Espírito e Vida (João 6:63). Por ignorarmos trechos como este é que experimentamos a mornidão, a solidão espiritual das 99 ovelhas que ficaram no deserto sem o Pastor Jesus Cristo. Estamos esquecidos de quem dependemos, pertencemos, de quem recebemos o Amor divino, a Graça e a justificação. Torna-mo-nos autossuficientes na teologia, no poder, na ciência, na sabedoria, na doutrina, na força e nas riquezas.
João 14:16-17, 20 "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós".
O servo enviado por Abraão à sua parentela, tinha por missão encontrar uma noiva para Isaque e, encontrando-a deu presentes a ela e aos seus. Estas dádivas concedidas à Rebeca são um símbolo dos dons concedidos pelo Espírito Santo à Igreja, pois o texto de Gênesis capítulo 24 é uma figura da missão do Espírito Santo em preparar a noiva de Cristo.
Jesus disse que nos daria o Paracleto (Consolador), que Ele ficaria para sempre ao nosso lado e dentro de nós, para que o Pai e o Filho pudessem habitar em nós.
Paracleto, do grego paráklētos, significa: "aquele que consola ou conforta; aquele que encoraja e reanima; aquele que revive; aquele que intercede em nosso favor como um defensor num tribunal". Então são estas algumas das atribuições do Espírito Santo:
1. Consolar - Atos 9:31
2. Confortar - Romanos 1:11
3. Encorajar - Tessalonicenses 1:6
4. Reanimar - Gálatas 5:5
5. Reviver - Romanos 8:11
6. Interceder - Romanos 8:26
7. Defender - Romanos 8:1
Como disse estes são apenas alguns dos atributos do Espírito Santo, há ainda muitos outros e um dos mais importantes é o Amor. O Espírito Santo como amigo do noivo, está incumbido de fazer a noiva apaixonar-se pelo noivo, testemunhando Dele, revelando Seus tesouros, capacitando e adornando a futura esposa para o dia do encontro com o Esposo. Dentro deste atributo (Amor) reinará a comunhão dos que por Ele forem santificados (Romanos 15:16). Infelizmente todos nós abandonamos a comunhão entre os irmãos porque negligenciamos Seu operar no seio das reuniões da igreja (Atos 5:32). Vivemos em avareza e ganância, não repartimos mais os bens como faziam os primeiros cristãos. Somos individualistas. Será que ainda podemos ser chamados de cristãos? Hoje há tantas divisões que dariam para encher várias páginas de um livro com rótulos do cristianismo. Uns dizem-se calvinistas, outros wesleyanos, alguns luteranos, assembleianos, puritanos, arminianos e tantos mais. Eu sou de Paulo; aquele é de Pedro; já o outro é de Apolo... Não sois porventura carnais?! Quem foram Calvino, Wesley, Lutero, Arminius e outros senão apenas ministros pelos quais o evangelho de Cristo foi pregado? Está Cristo dividido? Foram estes crucificados pelos nossos pecados e para a nossa justificação? Por certo que não!
Há uma massa de teólogos dedicados em anunciar os chamados "pais da igreja" (Agostinho, Jerônimo, Ambrósio etc) e as suas doutrinas, do que proclamar a Jesus Cristo e a Sua Palavra. Por que será?! Porque com o passar dos anos rejeitamos o Espírito Santo como nosso guia e condutor no deserto, deixamos de olhar para a coluna de nuvem durante o dia e, à noite, não vemos mais a coluna de fogo.
Estamos tão independentes que alguns de nós dizem que não há mais na igreja a necessidade dos Dons Espirituais. Por que Dons de curar se temos hoje a medicina tão avançada, inclusive com universidades protestantes que ministram este curso? Por que Dons de ciência, palavra de sabedoria, revelação, profecia e interpretação de línguas, se hoje temos doutores em teologia, psicólogos, estudiosos, linguistas, e tantos outros mestres das faculdades humanas no seio da Igreja? Em suma, por que precisamos do Espírito de Deus em nosso meio? Alguns podem dizer que estou sendo radical, mas desde criança tenho ouvido uma verdade que não pode ser sufocada: "Não existe pecadinho nem pecadão"; isto é, pecado é pecado. Se alguém que está construindo a parede de um edifício desviar-se apenas um centímetro do prumo, certamente ela cairá, pois quando chegar lá em cima este mísero centímetro de inclinação transformou-se em vários; assim também é a vida do crente ao desviar-se apenas alguns milímetros para a direita ou para esquerda no caminho do céu. Creio que o tal não poderá encontrar a porta.
Os cultos nas igrejas tornaram-se palcos hedonistas, pois ninguém quer mais a "cruz" em suas vidas; queremos somente bençãos, profetizamos bençãos, determinamos bençãos, pedimos bençãos e contamos bençãos. Reinamos por nós mesmos e não por Cristo; cultuamos o ventre, não a Glória do Senhor; gloriamo-nos em nossa carne e não na Cruz de Cristo.
Li um artigo de um certo pastor dizendo que precisamos de um novo João Batista nestes últimos dias, alguém para lançar em nossos rostos as palavras duras que temos de ouvir e assim despertar-mo-nos deste sono atro. Algo como: "raça de víboras arrependei-vos"; isto viria bem a calhar.
Malaquias diz que Elias viria e converteria o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais (Mal. 4:5-6). No Evangelho de Lucas cap. 1 e verso 17, diz que João Batista, na virtude do espírito de Elias, converteria o coração dos pais aos filhos, isto é, faria com que os judeus (pais) voltassem seus corações aos gentios (filhos) cumprindo a primeira parte da profecia de Malaquias. Mas antes que venha o Grande e Terrível Dia do Senhor, devemos esperar um novo despertamento, a conversão dos filhos aos pais para cumprir-se a segunda parte de Malaquias.
Precisamos voltar ao "Primeiro Amor", precisamos retornar aos exemplos dos primeiros cristãos, ao tempo apostólico, tempo este em que o Espírito Santo falava aos crentes, escolhia ministros, ensinava, dirigia, capacitava, congregava os irmãos em singeleza de coração, em todos os dias eram acrescentados aqueles que haviam de serem salvos pelo Senhor e os descrentes louvavam a Deus com temor na alma. Precisamos mais do nunca do Espírito Santo de Deus, pois o Santo Nome do Senhor está sendo blasfemado entre os incrédulos por nossa causa (Rom.2:24).
Mesmo com todos os resultados funestos da ausência do Espírito Santo no meio cristão tais como: suicídios, assassinatos, roubos, prostituição, infidelidade, ódio, rancor, homossexualismo, misticismo, mentiras e toda a sorte de frutos carnais, ainda há biblicistas que insistem em negar o Dom de Línguas, ou distorcer os ensinos paulinos.
Vejamos o que Paulo nos ensina sobre o tema: (1 Coríntios 14:26) "Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação".
Quando analisamos 1 Coríntios capítulo 14, vemos a doutrinação dos crentes acerca dos dons espirituais em palavras claras e precisas do apóstolo Paulo, ensinando que aquele que fala em línguas edifica a si mesmo (1 Cor. 14:4), isto é, fortalece, constrói o seu espírito; ninguém o entende porque fala com Deus (vers. 2); e que todos devem falar em línguas (vers. 5), pois em línguas o nosso espírito ora bem (vers. 14); elas são um sinal de Deus para os infiéis (vers. 22); nas reuniões da igreja há línguas (vers. 26); se não houver interprete FALE CONSIGO MESMO E COM DEUS (vers. 28); E NÃO PROIBAIS O FALAR EM LÍNGUAS (vers. 39).
O texto de Marcos 16:17, não diz simplesmente falarão em línguas, mas falarão em novas línguas. Novas línguas indicam línguas desconhecidas. No texto original da expressão "falarão novas línguas", "novas" é a tradução de "kainos". O grego usa principalmente duas palavras para "novo", uma delas é "neos" que expressa "novo" no aspecto de tempo, indicando aquilo que é recente da mesma natureza do antigo, e "kainos" indica aquilo que é novo, não em referência ao tempo, mas de um tipo diferente, isto é, refere-se a algo "não conhecido previamente, inédito, incomum". O Theological Dictionary of the New Testament, diz que kainos denota "o que é novo na natureza, diferente do habitual, impressionante, melhor do que o velho, superior em valor ou atração".
Vejamos o que diz o dicionário Strong sobre a palavra kainos: Número: 2537, Palavra: καινος kainos, Idioma: Grego, Descrição: De afinidade incerta; TDNT – 3:447,388; adj 1) novo: 1a) com respeito à forma: 1a1) recentemente feito, fresco, recente, não usado, não surrado; 1b) com respeito à substância: 1b1) de um novo tipo, sem precedente, novo, recente, incomum, desconhecido.
Queremos ter um espírito forte ou fraco?! Se o queremos fortalecido, oremos em Línguas, pois com elas o nosso espírito ora bem e edificaremos a nós mesmos. Queremos vitória sobre as paixões da carne?! Oremos em Línguas! Queremos que o Espírito Santo interceda por nós com gemidos inexprimíveis?! Oremos em Línguas! Queremos que o Espírito Santo testifique com nosso espírito que somos filhos de Deus?! Que faremos, pois? Oremos com o espírito, mas também oremos com o entendimento; cantemos com o espírito, mas também cantemos com o entendimento (1 Coríntios 14:15); e quem é espiritual reconhecerá que estes escritos são mandamentos do Senhor (1 Coríntios 14:37). Amém!
L. M. S.
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