MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

sábado, 15 de abril de 2023

A HISTÓRIA DO NASCIMENTO DE JESUS ATÉ SEUS DOZE ANOS DE IDADE.

A HISTÓRIA DO NASCIMENTO DE JESUS ATÉ SEUS DOZE ANOS DE IDADE.

Vimos que os Evangelhos de Mateus e de Lucas possuem nos seus capítulos iniciais, detalhes que se complementam para nos dar um panorama da história antes e depois do nascimento de Jesus; e assim sendo, quero reuni-los para compor uma só narrativa dos fatos que sucederam a José, Maria e Jesus.

A HISTÓRIA DO NASCIMENTO DE JESUS.

Maria (Mariam – rebelião), uma jovem da cidade de Nazaré [Lc. 1:26,27], por volta dos seus 16 anos de idade*, da descendência do rei Davi (David – amado) pela casa de seu filho Natã (Nathan – doador) [Lc. 3:23-31]; foi desposada – conforme o costume da época sem se ajuntar ao seu marido por cerca de 12 meses – por José (Yosef – o Senhor acrescenta), que talvez fosse entre 10 ou 20 anos mais velho que ela, e também da descendência do rei Davi, mas pela casa paterna de Salomão [Mt. 1:6-16].

*Acredita-se que Maria tinha cerca de cinquenta anos quando Jesus foi crucificado, e sendo que Cristo viveu neste mundo por mais ou menos trinta e três anos (aos trinta anos iniciou seu ministério, o qual durou três anos); então (50-33=17 anos), Maria devia ter cerca de dezessete anos quando Jesus nasceu.

Seis meses após o Anjo Gabriel ter anunciado o nascimento de um filho (João Batista) ao sacerdote Zacarias; a jovem Maria também recebe a visita do mesmo anjo Gabriel para dar-lhe as novas do nascimento de Jesus, por obra do Espírito Santo [Lc. 1:26-38].

Naqueles dias Maria foi “apressadamente” à casa de sua prima Isabel, esposa do sacerdote Zacarias [Lc. 1:39,40]; e ficou ali cerca de três meses até que Isabel deu à luz seu filho [Lc. 1:56,68,69,76,78].

Voltando Maria para sua casa, já com três meses de gravidez, José, seu noivo, fica sabendo de seu estado gestacional, daí ele intenta deixá-la secretamente, pois era homem justo, temente a Deus; e projetando como fazer para deixá-la sem causar escândalo, o anjo do Senhor lhe aparece em um sonho e lhe diz tudo que sucedera à sua noiva, então ao acordar José fez conforme o anjo lhe ordenara [Mt. 1:18-21,24,25].

Por causa de um recenseamento decretado pelo governo de Roma, José e Maria saíram de Nazaré, na Galileia, para se alistarem em Belém, na Judeia; pois cada chefe de família deveria alistar-se na sua casa paterna, e no caso de José que descendia de Davi, Belém era sua casa paterna, pois o Rei Davi foi um belemita [Lc. 2:1-5]. E chegando a Belém, cumpriu-se o tempo de Maria dar à luz, mas como não havia vagas na hospedaria, devido ao grande número de pessoas vindas de outras partes para o alistamento, eles ficaram numa estrebaria. E Maria deu à luz seu filho, o primogênito [Lc. 2:6,7].

Nas proximidades de Belém, pastores guardavam seus rebanhos nas vigílias da noite (por isso não era inverno); e o anjo do Senhor lhes aparece, dá as boas novas e os instrui a irem à Belém para verem o Salvador, o qual eles encontrariam envolto em panos e deitado numa manjedoura (suporte de madeira onde o pasto é colocado para os animais comerem, portanto, Jesus nasceu numa estrebaria); e então um coral de multidão de anjos aparece louvando a Deus, e os pastores vão até Belém para encontrar a criança do jeito que o anjo lhes falara [Lc. 2:8-20].  

Depois de passados oito dias, o menino foi circuncidado, e logo após deram-lhe o nome de Jesus (grego: “Iesous”; hebreu: “Yehoshua” – O Senhor é Salvação), conforme a palavra do anjo [Mt. 1:21,25; Lc. 1:31 e 2:21].

Conforme está escrito em Levítico 12:1-4,6-8; quando uma mulher tivesse um menino, ela ficaria por 40 dias sem tocar em nada santo (consagrado) e sem poder se chegar ao santuário (Templo); após esse período de purificação, ela traria uma oferta: um cordeiro de um ano para holocausto para resgate do primogênito – ou um pombinho, conforme as suas posses – e um pombinho para oferta pelo pecado (para a purificação da mulher).

Êxodo 34:19,20. (19). Tudo o que abre a madre meu é, até todo o teu gado, que seja macho, e que abre a madre de vacas e de ovelhas; (20). O burro, porém, que abrir a madre, resgatarás com um cordeiro; mas, se o não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça; todo o primogênito de teus filhos resgatarás. E ninguém aparecerá vazio diante de mim.

Números 18:15,16. (15). Tudo que abrir a madre, e toda a carne que trouxerem ao Senhor, tanto de homens como de animais, será teu; porém os primogênitos dos homens resgatarás; também os primogênitos dos animais imundos resgatarás. (16). Os que deles se houverem de resgatar, resgatarás, da idade de um mês, segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do santuário, que é de vinte geras.

Portanto, cumprindo-se o tempo da purificação pós-parto de Maria; Jesus foi apresentado no Templo para que se cumprisse a ordenança da Lei de Moisés, ou seja, para resgatarem o seu filho primogênito com a oferta de um cordeiro, e a oferta de um pombinho pelo pecado para purificação de Maria; no caso deles, por serem pobres, não ofertaram um cordeiro para o resgate do menino, mas um pombinho também [Lc. 2:22-24].

Obs:- O ato de apresentar crianças na igreja não está errado, pois se trata de agradecimento e de invocação de bênçãos sobre a família e sobre a criança; o que está incorreto é o texto de Lucas 2:22-40 que é usado na ministração, pois Jesus foi apresentado no Templo por causa da exigência da lei Mosaica; o mais correto na cerimônia seria os textos de Mateus 19:13-15, ou de Marcos 10:13-16, ou então, o de Lucas 18:15-17; nestas passagens as pessoas trazem as crianças a Jesus para que Ele as abençoe.

Ainda no Templo, Simeão encontra José e Maria e profetiza a respeito de Jesus e das coisas que haviam de acontecer em Israel, e também a profetiza Ana, depois de ver a criança louva a Deus e fala do menino a todos de Jerusalém que esperavam a redenção [Lc. 2:25-38].

José e Maria retornam à Belém e fixam ali residência; e depois de mais ou menos um ano, vieram uns magos do oriente à Jerusalém, para saber onde estava o rei dos judeus que havia nascido, pois eles viram sua estrela no oriente e queriam adorá-lo. A coisa toda chegou aos ouvidos de Herodes que ficou muito perturbado com a notícia. Então foram reunidos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo (intérpretes da Lei e dos profetas) para que se lhes dessem a resposta; e acharam a resposta no Livro de Miqueias [cap. 5:2], que indicava a cidadela de Belém como a provável. Portanto, os magos foram direcionados para lá, porém Herodes os chamou em secreto e inquiriu deles o momento exato que eles viram a estrela (foi por isso que Herodes mandou matar todas as crianças de Belém e arredores, de dois anos para baixo – Mt. 2:16), e então os despediu [Mt. 2:1-8].

Saindo de Jerusalém, os magos viram a estrela, e ela os guiou pelo caminho até que se deteve sobre o local onde estava o menino. E “entrando na casa” (por isso José, Maria e o menino Jesus, já haviam fixado residência em Belém, pois estavam morando “numa casa”) acharam o menino e sua mãe, e prostrados o adoraram e lhe ofertaram seus presentes: ouro, incenso e mirra – “Ouro para um rei; incenso para Deus; e mirra para um mortal” (Orígenes - Contra Celso 1.60). [Mt. 2:9-11]. Em minha opinião, os presentes significam o caráter da vida de Jesus neste mundo, pois o ouro significa a incorrupção de uma vida sem pecado; já o incenso, a vida de comunhão e louvor a Deus; e a mirra, a cura e prática do bem a todos, pois a mirra é uma planta medicinal.

Depois destas coisas, os magos foram avisados num sonho para que não voltassem à Jerusalém, mas que fossem embora por outro caminho [Mt. 2:12]. E também José, em sonho é avisado pelo anjo do Senhor para fugir para o Egito; José e sua família obedecem e partem de noite e ficam por lá até a morte de Herodes; mas este rei vendo que foi iludido pelos magos, manda matar todas as crianças de Belém e cercanias, de dois anos para baixo, conforme o tempo que ele obteve dos magos concernente à aparição da estrela [Mt. 2:13-16].

Após a morte de Herodes (o grande), que ocorreu no ano 4 a. C. – pois Jesus nasceu mais ou menos 5 a. C. – o anjo do Senhor aparece em sonho a José no Egito, e manda-o retornar para Israel; porém, José sabendo que Arquelau, filho de Herodes reinava na Judeia, ele não quis voltar para Belém; e avisado em sonho, por divina revelação, o anjo do Senhor o manda ir para a Galiléia, para habitar em Nazaré [Mt. 2:19-23 e Lc. 2:39,40].

Todos os anos José, sua esposa e seus filhos (Jesus e seus irmãos – Mt. 13:55-56) subiam à Jerusalém para celebrar a festa da páscoa. E certa vez, quando Jesus já contava com doze anos de idade, retornando seus pais das festividades, o menino Jesus ficou em Jerusalém sem que seus pais soubessem; tendo passado um dia, eles o procuraram entre os parentes e amigos, mas não o acharam, então decidiram voltar para Jerusalém. E passados três dias foram achá-lo no Templo, no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os, e todos se admiraram da sua inteligência e das respostas que dava. Depois de repreendido por sua mãe, eles voltam para Nazaré; em Nazaré Jesus cresceu – sendo submisso aos seus pais – em sabedoria, em estatura e em graça para com Deus e para com os homens [Lc. 2:41-52].     

QUAL SERIA O MÊS MAIS PROVÁVEL DO NASCIMENTO DE JESUS?

Qual seria, portanto, a data certa para o nascimento de Cristo? O dia é difícil dizer, mas existe uma possibilidade quanto ao mês. Para descobrirmos qual seria, basta fazermos uma análise de três fontes: o Evangelho de Lucas, o calendário judeu e o Livro de I Crônicas 24:10. Lucas dá a informação de que, antes do nascimento de Jesus, houve o nascimento de João Batista. Em Lucas 1:5,23-28 é dito que Isabel ficou grávida quando seu marido, Zacarias retornou do seu serviço no Templo, e que Zacarias era sacerdote da Ordem de Abias [Lc. 1:5]. Mas o que seria isso? Bem! Em I Crônicas 24:7-19 está especificado como Davi dividiu os sacerdotes em 24 turnos de 15 dias cada um. Assim, os turnos cobririam o ano inteiro. O verso 10 diz que Abias ficou com o oitavo turno. Sendo dois turnos por mês e que o calendário judeu começava no mês de “Nisã”, equivalente ao nosso Março/Abril, entende-se que o oitavo turno seria na segunda quinzena de “Tamuz” (Junho/Julho – portanto na primeira quinzena de Julho); então o tempo do anúncio do nascimento de João Batista se deu no período equivalente ao nosso mês de Julho, e o início da gestação de Isabel no mês de “Av” (Julho/Agosto), isto é, para nós na segunda quinzena de Julho. Com nove meses, Isabel deve ter dado a luz no mês de Nisã, que seria Março/Abril. E quanto a Jesus? Lucas 1:26-36 diz que Maria ficou grávida quando Isabel estava no sexto mês de gestação, no mês de Tevet (Dezembro/Janeiro). Logo, Jesus nasceu nove meses depois, no mês de Etanim (Tishrei), equivalente a Setembro/Outubro. Esta, portanto, seria uma hipótese bastante razoável para a época do nascimento de Jesus.

Fonte: https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/quando-historicamente-nasceu-jesus/

MESES DO CALENDÁRIO JUDAICO.


O primeiro mês do calendário judaico é o mês de Nisã (Nisã – Março/Abril), quando se celebra a Páscoa. O ano novo judaico, porém, ocorre em Tishrei (Setembro/Outubro). Diferentemente do Gregoriano, é baseado no movimento lunar, onde a cada lua nova temos um novo mês. Cada ciclo lunar dura aproximadamente 29 dias e 12 horas e os meses judaicos variam entre 29 e 30 dias, como também ocorre no calendário Gregoriano, onde há meses com 28,29,30 e 31 dias. A duração do ano judaico varia entre 353 e 355 dias, ficando geralmente com 354 dias, ou seja, cerca de onze dias a menos. Para compensar esta diferença, de tempos em tempos é acrescido ao calendário judaico um mês inteiro, representado pelo mês de Adar II, que é um mês embolísmico*. É por isso que o calendário judaico tem um mês a mais a cada três anos, pois a diferença dos onze dias forma um mês. É preciso um período de 19 anos para “ajustar” o Ano Lunar e o Ano Solar, para que ambos comecem exatamente ao mesmo tempo, sem defasagem.

Fonte: https://cronologiadabiblia.wordpress.com/2011/01/04/o-calendario-judaico/

*Mês embolísmico (ou embolístico) é aquele mês acrescentado ao ano em calendários lunissolares, mudando-os de doze para treze meses lunares (anos embolísticos). Esta correção, do acréscimo do mês embolístico, é necessária para que os anos fiquem sincronizados com as estações.

Fonte: https://pt.wikipedia.org

Ev. Levi.