MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

AS COISAS REVELADAS PERTENCEM A NÓS E AOS NOSSOS FILHOS (Deut.29:29).

AS COISAS REVELADAS PERTENCEM A NÓS E AOS NOSSOS FILHOS (Deut.29:29). 12-Dez-2023.

Deuteronômio 29:29. As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.

OS ATRIBUTOS DIVINOS REVELADOS NA CRIAÇÃO.

Salmos 19.

¹ Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.

² Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite.

³ Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz.

⁴ A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,

⁵ O qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho.

⁶ A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra extremidade, e nada se esconde ao seu calor.

⁷ A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices.

⁸ Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos.

⁹ O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.

¹⁰ Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos.

¹¹ Também por eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa.

¹² Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.

¹³ Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão.

¹⁴ Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!

TODOS OS HOMENS SÃO INESCUSÁVEIS.

Romanos 1:19-23. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. 20. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; 21. Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. 22. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. 23. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

A LEI ESCRITA NAS CONSCIÊNCIA DO SER HUMANO.

Romanos 2:12. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.

Romanos 2:14-16. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; 15. Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; 16. No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

HÁ ALGUMA INJUSTIÇA DE DEUS NA QUESTÃO DAQUELES QUE NÃO OUVIRAM O EVANGELHO?

Lucas 12:47,48. E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; 48. Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.

Mateus 11:21-24. ²¹ Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. ²² Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. ²³ E tu, Cafarnaum, que te ergues até ao céu, serás abatida até ao inferno; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. ²⁴ Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.

DEUS SE REVELA ÀQUELES QUE O BUSCAM.

Atos 17:26-28. E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; 27. Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; 28. Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. (Aqui Paulo faz uma citação aos atenienses dos filósofos: Epimênides - "Porque nele vivemos, e nos movemos e existimos" - 600 a.C.; e outra de Cleanto e Arato - "Pois somos sua geração" - 331-233 a.C. O apóstolo Paulo sabia que os atenienses não conheciam a Lei Mosaica, mas visto como eram discípulos dos filósofos epicureus e estoicos, então Paulo lhes pregou o Evangelho alcançando-os por meio das citações de seus próprios filósofos, provando assim que Deus pode trazer sua revelação até aqueles que nunca ouviram falar da sua Palavra; agora cabe a cada um responder positivamente ao chamado divino, buscando-o de todo o seu coração, tal como aconteceu com o Centurião Cornélio em Atos 10, e como também sucedeu com o etíope eunuco no caminho que desce de Jerusalém para Gaza, em Atos 8:26-39).

PELA BOCA DE DUAS OU TRÊS TESTEMUNHAS.

Deuteronômio 17:6,7. Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá. 7. As mãos das testemunhas serão primeiro contra ele, para matá-lo; e depois as mãos de todo o povo; assim tirarás o mal do meio de ti.

1 João 5:8. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num. (O Espírito e a água são referências à criação, quando o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas - Gn.1:2,3; e o sangue refere-se à vida que o Espírito de Deus, ao pairar sobre as águas, as inseminou - João 1:4,5,9 - ler; pois a vida de toda carne está no seu sangue - Gn.9:4 e Deut.12:23 - ler).

1 João 5:9. Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. (O testemunho dos homens refere-se à revelação do Deus invisível na natureza, cuja ciência, quando exercida de maneira imparcial, a cada dia pode comprovar o relato bíblico; já o testemunho de Deus é o superior, pois é a revelação dada pela sua Palavra com respeito a Jesus, àqueles que creem nEle).

A ASSINATURA DIVINA NA "CORÔA" DA SUA CRIAÇÃO.

Todo artista depois de concluir sua obra de arte, no final dela põe nela sua assinatura... Pois é! O nosso DNA segue um padrão “ligado por pontes” que se alternam da seguinte forma numérica: 10 - 5 - 6 - 5. No hebraico cada letra do alfabeto equivale a um número; curiosamente as quatro consoantes hebraicas (יחוח), conhecidas como “tetragrama”, que lidas da direita para a esquerda formam o nome de Deus, têm posições numéricas equivalentes ao padrão de alternância do nosso DNA. Vejamos: Yud(10) - Hay(5) - Wav(6) - Hay(5). Essas letras hebraicas, quando transliteradas para o Português, ganham a forma de: YHWH ou YHVH. E para dar sentido ao nome em português, juntam-se vogais às consoantes, e as letras que mais se assemelham ao som original do nome é JEOVÁ ou JAVEH... O Onipotente criador de todas as coisas assinou sua obra prima na última de todas as suas obras de arte o DNA humano, e ali a deixou oculta aos olhos dos homens até este presente século; isto Deus fez para que cientistas ateístas sejam indesculpáveis diante dEle, e para que tivessem um choque de realidade quando o vissem; pois Deus nunca se deixou sem testemunho (Atos 14:17). Amém!

Ev. Levi.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

AS 70 SEMANAS DE DANIEL CAPÍTULO 9, E A VINDA DO MESSIAS.

 Daniel 9:24-27.(24). Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. (25). Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. (26). E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. (27). E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.

A revelação dada pelo anjo Gabriel ao profeta Daniel aconteceu no primeiro ano do governo de Dario, isto é, no ano 539 a.C.:

Daniel 9:1,2. (1). No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, {ver: Dn. 5:31} (2). No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.

OS 70 ANOS DO CATIVEIRO ANTES DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM: Jeremias 25:11. E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; e estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos.

NA CARTA DE JEREMIAS ENVIADA AOS JUDEUS, JÁ NO CATIVEIRO BABILÔNICO: Jeremias 29:10. Porque assim diz o SENHOR: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.

A destruição de Jerusalém ocorreu no ano 586 a. C., porém dez anos antes, no ano 596 a. C. o rei Joaquim e cerca 10 mil judeus – o profeta Ezequiel estava entre eles – foram levados cativos por Nabucodonosor [2 Reis 24:11-17]. E 6 ou 7 anos antes, 604-603 a. C., no reinado de Jeoiaquim (antes: Eliaquim, ver: 2Rs.23:34 e 2Cr.36:4) houve uma primeira leva de cativos à Babilônia, e foi nessa vez que o profeta Daniel com seus companheiros, Hananias, Misael e Azarias são transportados para lá [2 Reis 24:1-7;  2 Crônicas 36:5-8; Daniel 1:1-7].

O retorno dos judeus à Jerusalém pelo mandado de Ciro se deu no ano 538 a. C.; e a queda de Jerusalém aconteceu em 586 a. C.. Se nós observarmos estas datas não encontramos os 70 anos do cativeiro em Babilônia; porém se compreendermos que os 70 anos se referem à restauração de Israel à sua posição de Reino Sacerdotal [Êxodo 19:5,6], isto é, de que Deus estava restaurando povo judeu ao seu plano original, uma teocracia regida do Templo de Jerusalém, pois do santuário que saiam as leis para governar a vida dos judeus [Ml. 2:7. Porque os lábios dos sacerdotes devem guardar o conhecimento, e da sua boca os homens devem buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos]; nós entenderemos que será preciso ajustar a data do início do cativeiro (586 a. C.) com o término da construção do Templo (516 a. C.), o que dá precisamente os 70 anos do cativeiro babilônico. Vemos a “precisão cirúrgica” da profecia bíblica; pois Jeremias 25:11, 29:10 e Daniel 9:2 referem-se ao Templo de Jerusalém reconstruído e o culto mosaico restabelecido, o qual governaria o povo judeu com suas Leis e estatutos. Mas a revelação de Daniel 9:24-27 vai mais além ainda; pois o anjo Gabriel descreveu um tempo posterior à reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém. A profecia trata também do nascimento de Jesus Cristo, da sua morte expiatória, da sua ressurreição, do Evangelho sendo anunciado às nações e da destruição de Jerusalém no ano 70 d. C. pelas forças do general Tito Flávio Vespasiano.

ANÁLISE DO VERSÍCULO 24 - Daniel 9:24. Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos

O que confunde muita gente quando lê este versículo bíblico é o fato de pensar em semana como 7 e não apenas como um período de tempo, ou seja, as 70 semanas devem ser pensadas como 70 anos e não como 70×7 (490 anos?); porque, de imediato, o anjo se refere aos 70 anos do cativeiro babilônico conforme o que Daniel entende da Escritura do profeta Jeremias (Dn. 9:2), mas também a profecia destaca o que aconteceria muito tempo mais tarde; é só observar o contexto dos versos seguintes (25,26,27). Então as 70 semanas são também uma referência ao período do início da era cristã, isto é, do nascimento de Jesus Cristo até a segunda queda de Jerusalém; pois tudo o que o anjo falou a Daniel aconteceu nesse período de 70 anos d.C.. Vejam:

1. 70 semanas estão determinadas sobre o teu povo e a tua santa cidade – O anjo destaca que tudo que ele revelaria a Daniel ocorreria dentro de 70 anos.

2. Para fazer cessar a transgressão - Em seus anos de ministério, Cristo confrontou os falsos mestres: fariseus, saduceus e escribas, e os expôs à verdade da Lei e dos profetas; Jesus mostrou ao povo que tanto uns como os outros eram hipócritas, pois diziam, mas não praticavam a Lei de Moisés (ver: Mt. 23).

3. Para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade - Jesus em sua morte vicária assumiu e levou sobre si os nossos pecados e o seu sacrifício expiatório nos religou a Deus (ver: 2 Cor. 5:19). 

4. Para trazer justiça eterna - Como está escrito em Romanos 4:25, Jesus foi entregue por nossos pecados, e ressuscitou para nossa justificação.

5.Para selar a visão e a profecia – Em Mateus 5:17, Jesus afirmou: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”; e em Lucas 24:44, Ele confirmou: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos”.

6. E para ungir o Santo dos Santos - Na Carta aos Hebreus, o autor escreveu: 11. Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros; por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, 12. Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção... 23. De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes. 24. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus [Hebreus 9:11,12,23,24].

Não há o que questionar; a revelação de Gabriel a Daniel diz respeito à primeira vinda de Jesus Cristo, o seu ministério, a sua morte, a sua ressurreição e a sua ascensão aos Céus para purificação do Santuário Celestial, no qual foi para nos preparar um lugar nas muitas moradas do Pai, como está escrito em João 14:2,3 – “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. 3. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”.

ANÁLISE DO VERSÍCULO 25 - Dn. 9:25. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

VAMOS POR PARTES:

1. Desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar Jerusalém - Aqui temos que recorrer ao Livro de Neemias capítulo 2 dos versículos 1 ao 9, que é quando Artaxerxes permite a Neemias partir para Jerusalém e reedificá-la; esta autorização se deu no vigésimo ano de Artaxerxes, isto é, no ano 445 a. C.

2. Até ao Messias (Ungido), o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas - Muito bem, aqui temos um número de anos que, diferentemente das 70 semanas do versículo 24, deverão ser multiplicados por sete; pois lá no versículo 24 a revelação das 70 semanas do futuro de Jerusalém se associa aos 70 anos do cativeiro babilônico, contudo no versículo 25 a profecia descreve os eventos a partir da ordem dada de Artaxerxes a Neemias, para a restauração e edificação de Jerusalém; é por isso que, neste caso, precisamos recorrer à multiplicação dos anos pelo número 7.

Então vejamos: 7×7=49 anos; e: 62×7=434 anos; e: 434+49=483 anos. Muito bem; a ordem para edificar Jerusalém saiu no ano 445 a. C., agora é só subtrair: 483-445=38 anos; ou seja, o Ungido, o Messias, o Cristo nasceria, viveria e consumaria sua obra redentora em 38 anos...

Nós sabemos que Jesus foi crucificado no ano 33 da era cristã, mas também sabemos que a era cristã tem uma defasagem de cerca de 5 anos; então Cristo não morreu com 33 anos, mas com cerca de 38 anos, portanto a revelação do anjo Gabriel está perfeitamente correta.

3. As ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos - Nesta parte da profecia o anjo volta no tempo, para dar os detalhes do que aconteceria na reconstrução de Jerusalém; nós podemos constatar os “tempos angustiosos” da reconstrução do Templo e dos muros de Jerusalém, quando estudamos o que está escrito em Esdras capítulos 4 e 5, e em Neemias capítulo 4.

ANÁLISE DO VERSO 26Dn. 9:26. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.

1. Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará (ARA) – Ou seja, o texto não está dizendo que a morte do Ungido ocorreria nas 62 semanas (434 anos), mas diz que “depois das 62 semanas” ele seria morto, isto é, depois que elas passassem, o Ungido viria e consumaria com sua morte, a sua obra redentora. 

2. “E o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o Santuário, e o seu fim será um dilúvio, e até o fim haverá guerra; desolações são determinadas” – Aqui o anjo narra a destruição de Jerusalém pelo general Tito Flávio Vespasiano e pelo exército romano, a qual ocorreu no ano 70 d. C..

ANÁLISE DO VERSÍCULO 27 Dn. 9:27. Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.

1.Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares” – O início do versículo 27, muitos interpretam que se trata do príncipe que destruiu Jerusalém, ou de algum outro príncipe que num tempo futuro; porém o versículo 26 – parte “b” – se refere ao "povo do príncipe que há de vir", e não ao príncipe, por isso no fim do verso os tradutores puseram sabiamente um ponto final; portanto o início do versículo 27 não se refere ao General Tito ou ao anticristo, mas ao próprio Jesus Cristo, o qual com sua morte na cruz firmou uma aliança com muitos povos por uma semana (Atos 1:8 e 2:5-11,36-39), isto é, nos primeiros 70 anos da era cristã, e na metade da semana, aos 38 anos de idade, Jesus Cristo tornou nulos os sacrifícios do Templo, porque nEle o sacrifício de animais perderam sua validade, visto eram apenas sombras: “Porque tendo a lei tem a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem” - Hebreus 10:1; “porque o Corpo é o de Cristo” [Cl. 2:17].

Obs:- Pode-se entender que o texto se refere ao ministério de Cristo de cerca de três anos e meio, isto dá a metade de sete anos (numa “semana de anos”), e também aos 70 anos d.C.; pois tanto em um como no outro período de tempo, Deus fez cessar a transgressão, deu fim aos pecados, expiou a iniquidade, trouxe a justiça eterna, selou a visão e a profecia e ungiu o Santo dos Santos [Dn. 9:24], ou seja, o texto inicial do versículo 27 pode referir-se a 7 anos e também aos primeiros 70 anos do Século I.

2. E sobre a asa das abominações – O símbolo de Roma e seus exércitos era uma águia com suas asas abertas; Roma era famosa por sua imoralidade sexual e por sua idolatria, ou seja, duas coisas abomináveis para Deus. 

3. Virá o assolador, até que a destruição que está determinada, se derrame sobre ele – Roma permaneceu soberana até a sua queda no ano 476 d. C., quando sucumbiu diante da invasão dos povos bárbaros ostrogodos e visigodos, os povos germânicos da Escandinávia e da Península Ibérica. 

CONCLUSÃO.

Mateus 24:3. E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

O capítulo 24 de Mateus, 13 de Marcos e 21 de Lucas tratam do Sermão Profético de Cristo. Em Mt 24:34, Mc 13:30 e Lc 21:32, todos têm a mesma frase: "Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça". É claro que o Sermão Profético trata de vários eventos que se desenrolam ao longo de vários anos; porém a geração que veria a "abominação da desolação" predita por Daniel (Mt 24:15; Mc 13:14; Lc 21:20) claramente se entende que seria a contemporânea de Jesus Cristo. Mas é Lucas 21:20 que traduz o que Mateus e Marcos registraram da fala de Jesus: "Quem lê entenda"! Lucas interpreta assim: "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação" – Lc. 21:20. Então o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel (Dn 9:27; 11:31; 12:11) é a invasão das legiões romanas em Jerusalém no ano 70 d.C.

VEJAM A HISTÓRIA:

Caio Céstio Galo, governador da província romana da Síria, marchou em 67 d.C. (3 anos antes da destruição de Jerusalém) com uma força de 28 mil homens para restabelecer o controle romano na Judeia. Galo chegou às muralhas externas de Jerusalém em novembro, com o inverno prestes a começar e com os rebeldes determinados a resistir à poderosa Roma. Após um cerco superficial de cinco dias, Galo inexplicavelmente ordenou que suas tropas se retirassem. No vale de Beth-Horon, a coluna do general Galo foi rendida e quase totalmente dizimada pelos rebeldes. (Note o aviso de Cristo em Lucas 21:20; os crentes perceberam que este sinal era para que deixassem Jerusalém). Em Roma, o imperador Nero nomeou o tenente-general Vespasiano, futuro imperador, para liderar uma força-tarefa para pôr fim à revolta judaica. Foram reunidos cerca de 60.000 soldados: três legiões, 23 coortes, 6 divisões de cavalos além de tropas auxiliares de reis amigos. Vespasiano deixou Antioquia em junho de 67 d.C. para se juntar aos seus soldados. Enquanto Vespasiano conquistava mais partes do país, uma guerra entre facções judias rebeldes eclodiu em Jerusalém. Com a notícia da morte de Nero, ocorrida em junho de 68 d.C., Vespasiano suspendeu temporariamente as operações militares por um ano. Durante o tempo do cessar-fogo, os rebeldes ficaram envolvidos em lutas internas. Em maio/junho de 69 d.C., Vespasiano interveio e conquistou o restante da província, exceto Jerusalém e três fortalezas: Massada, Macharus e Herodion. Em 1 de julho de 69 d.C., as legiões egípcias aclamaram Vespasiano imperador. Ele foi para Alexandria e ficou lá até o início do verão de 70 para aguardar a evolução política em Roma. Enquanto isso, seu filho Tito continuou a campanha na Judéia. Tito atacou o ponto mais fraco da fortificação de Jerusalém: a chamada Terceira Muralha, a oeste da cidade. A cidade foi saqueada e o Segundo Templo, destruído. Para os romanos, não era um edifício religioso, mas uma fortaleza inimiga e, como tal, foi incendiada e arrasada. A maioria dos habitantes de Jerusalém foi assassinada, escravizada ou deportada para trabalhar na mina. Tito e seus soldados celebraram a vitória em seu retorno a Roma exibindo, no desfile do triunfo, a Menorá e a Mesa dos Pães da Presença Divina. Até então, esses objetos só haviam sido vistos pelo sumo sacerdote do Templo – uma “abominação no lugar Santo” seria a entrada de incircuncisos dentro do Templo. Este evento foi eternizado no Arco de Tito, em Roma. A destruição do primeiro e do segundo Templo de Salomão é rememorada, anualmente, no jejum judeu Tisha B’Av.

Obs:- Do início da campanha romana para sufocar a rebelião judaica, até o início do cerco a Jerusalém, 3 anos, o cerco do Gen. Tito à cidade durou 6 meses, ou seja, três anos e meio.

6. E ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando será o fim destas maravilhas? 7. E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual levantou ao céu a sua mão direita e a sua mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas. [Daniel 12:6,7]. 

Obs: Em Colossenses 1:23 Paulo afirma à igreja de Colossos que o Evangelho já havia sido anunciado a toda criatura debaixo do céu [a Carta aos Colossenses foi escrita por volta do ano 60 d. C.]; e em Romanos 1:16 o apóstolo diz que o Evangelho é o poder de Deus; então, antes da destruição de Jerusalém no ano 70, o poder do povo santo foi espalhado por toda Terra.

Ev. Levi.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

ESTUDO DO TEXTO DE 1 CORÍNTIOS 3.

 1 CORÍNTIOS 3 – COMENTÁRIO EXPOSITIVO.

1. E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. [A falta de maturidade na fé, pelo desconhecimento da doutrina da Palavra de Deus, acarretará aos crentes uma consequente estranheza da vontade de Deus e de seus propósitos para conosco; este é o tema central deste capítulo; ver Hb. 5:11].

2. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, [Os coríntios ignoravam as coisas espirituais da fé, eles se reuniam para adorar a Cristo, celebravam a Ceia do Senhor, abundavam nos dons espirituais, mas não prezavam a doutrina bíblica, pois tratavam das coisas de Deus como crianças que não tem entendimento do estão fazendo, e como meninos sem conhecimento do que é o temor de Deus, eles agiam; ver Hb. 5:12].

3. Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? [A ignorância dos crentes com relação à doutrina da Palavra de Deus, fatalmente produzirá na igreja certas aberrações e frutos imperfeitos – Lc. 8:14 – pois quando a igreja pensa e age nos padrões do mundo, a semente da Palavra de Deus poderá estar sendo lançada entre os espinhos, e estes crescerão e sufocarão a Palavra, e não se produzirá os frutos desejados para o Reino do Céu; ver: 1 Cor. 15:19].

4. Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? [É comum para quem ainda age conforme a sua velha natureza, os meios de criar ou adotar para si ídolos, contudo quem professa a sua fé em Cristo Jesus não pode mais viver sob as inclinações da carne, pois nasceu no espírito e pelo Espírito, e o que nasce da carne é carne, mas nasce do Espírito é espírito; então nós se professamos nossa fé em Jesus e se somos membros do seu Corpo, somos todos irmãos, e não pode haver partidarismo nesse Corpo, porque Cristo não está dividido, pois como está escrito: “Nenhum dos seus ossos será quebrado” [João 19:36 e Sl. 34:20]; e porque a liderança é de Cristo, Ele é a Cabeça do Seu Corpo, foi Jesus quem morreu por nós e nos fez membros dEle e filhos de Deus; contudo Deus estabeleceu os ministros na Sua Igreja, os quais servem como as juntas do Corpo – Ef. 4:11-16 – e não como senhores da igreja como se tivessem domínio sobre a casa de Deus – 1 Pe. 5:1-4 – porque o ministério trabalha e zela pelo rebanho que é do Senhor, almejando o galardão que receberá quando Jesus, o Sumo Pastor vier em glória].  

5. Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? 6. Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. 7. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. [Há diversidade de ministérios – funções – na Igreja de Cristo, porém um só Senhor; portanto nenhum ministro pode atuar independentemente dEle, pois as funções são outorgadas por Cristo – 1 Cor. 12:5 – e do mesmo modo é somente Deus quem opera todas as coisas para dar o crescimento da Igreja, tanto em número de salvos como na maturidade da fé e na busca da santidade – Fl. 2:13. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”]. 

8. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. [O que “planta” a semente (Palavra de Deus), e o que a “regará” desde o broto até a fase frutífera, “são um”, isto é, ambos têm um mesmo propósito, que é o de fazer aquilo para o qual Deus lhes chamou; o galardão que é o prêmio – a recompensa tão esperada por quem trabalhou pela causa do Evangelho – virá do Senhor da obra e não das plantas].

9. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. [A palavra “cooperador” no grego é “sunergos”, e significa: “ajudante”; ou seja, um senhor que tem um grande campo de lavoura – ou um grande prédio a ser construído – contratará ajudantes para cuidar da realização da obra e da administração dos seus negócios; ver: Mt. 20:1-16].

10. Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. 11. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. 12. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, 13. A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. 14. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. 15. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo. [As Palavras que o Espírito Santo nos ensina são espirituais, por isso devem ser comparadas com as espirituais, mas o Homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus... porque elas se discernem espiritualmente (1 Cor. 2:13-15); por isso, alguns que não fazem esta distinção podem pensar: "Então eu posso fazer o que quiser e ainda assim ser salvo, pois no dia do juízo as minhas obras pecaminosas serão queimadas, mas eu serei salvo independente do que fiz?" Não mesmo! Paulo não está ensinando uma doutrina universalista – de que todos serão salvos – e nem à respeito da doutrina católica do “purgatório” – definido como dogma no 2º Concílio de Lyon em 1.274 d. C. – pois Paulo não contradiz as Escrituras (ver a Parábola do Rico e Lázaro em Lc. 16:19-31; e Hb. 9:27. E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto o juízo...). Contudo, estes versos podem dar um nó na cabeça da gente; eu mesmo não havia entendido o que Paulo escreveu nestas passagens, mas, recentemente, como a Bíblia explica a própria Bíblia, pus-me a buscar nela mesma a interpretação do texto, mas não sem oração a Deus para pedir sabedoria do alto, e assim submeter a minha mente à mente do Senhor Jesus. E relendo o texto de 1 Coríntios 3, e perguntando a Deus qual era o significado dele; primeiro o Senhor me fez entender que um dos problemas concentra-se nos materiais usados para a construção do "edifício de Deus". Então vamos lá; o fundamento está correto, pois é Cristo; ninguém aqui está pondo outro alicerce para sua vida, portanto não se trata de nenhuma heresia de perdição e como já disse antes, a questão gira em torno dos materiais de construção; pois alguns crentes irão edificar a Casa de Deus com materiais que suportam passar pelo fogo (batismo de fogo – Mt. 3:11; ver: Zc. 13:9), enquanto que outros não; os que suportam o teste do fogo tais como o ouro, a prata e as pedras preciosas são materiais raros e valiosos, e para encontrá-los é necessário “cavar bem fundo” [Lc. 6:47-49], e isto dá trabalho; todavia a madeira, a palha e o feno são fáceis de achar, pois são encontrados na “superfície da terra”. Agora, em segundo lugar, Paulo refere-se aos crentes da igreja de Corinto como “carnais”, pois são ainda como “crianças em Cristo” – verso 1 – e que não suportam o alimento sólido da Palavra de Deus – verso 2. Os coríntios têm comportamento semelhante às crianças, pois são os imaturos quem tem inveja uns dos outros, e são crianças que brigam por qualquer coisa, e somente os meninos promovem o partidarismo – versos 3 e 4. Bem! Dito isto, agora vamos às consequências; pois crianças não sabem, não apreciam e nem entendem o valor do ouro, ou da prata ou das pedras preciosas; pois se dermos um diamante nas mãos de uma criança, ela vai brincar com ele, e até pode pô-lo na sua boca... Porque um menino não tem capacidade intelectual para avaliar o que é uma pedra preciosa e muito menos de saber de onde ela vem para encontrá-la; porém uma pessoa adulta reconhece o valor do ouro, da prata e das pedras preciosas e também sabe que para encontrá-las é preciso muito trabalho. Este é o ponto: crentes que permanecem como meninos na fé edificam as suas vidas cristãs com coisas sem valor para sua vida espiritual; eles vivem na “superfície” do Evangelho de Cristo, eles não se aprofundam na comunhão das obras do Espírito Santo.  Nessa fé superficial eles não amadurecem senão quando Deus os fizer passar pelo fogo, só aí eles entenderão que usaram materiais inúteis para se construírem sobre o fundamento dos apóstolos e profetas. Mas passemos agora para alguns exemplos históricos, de personagens da Igreja que experimentaram em suas vidas a prova do fogo e tiveram prejuízo, mas que foram salvos. O primeiro que vou destacar é o reformador Martinho Lutero, e o segundo será o avivacionista e fundador do movimento metodista, John Wesley. Martinho Lutero tinha pavor da morte e da condenação do inferno; ele tornou-se um monge agostiniano por medo da morte; alcançou o bacharelado em teologia e o doutorado em Bíblia; ele lecionou as Escrituras, era adepto da autoflagelação, volta e meia trancava-se em sua cela para combater o diabo; praticava religiosamente boas obras para ser aceito por Deus... Até que um dia, em peregrinação à Roma, buscando o alívio para sua vida atribulada, de lá voltou decepcionado com as práticas vis da venda de indulgências; ele não encontrou na capital da fé católica, as respostas que procurava e isto o decepcionou mais ainda. Mas o "dia" chegou e o "dia" declarou a sua obra; sua edificação de madeira, de palha e feno foi provada pelo fogo, e ela se queimou, mas a única coisa que saiu ilesa do fogo (1 Pe. 1:7) e o salvou dele foi a sua fé em Jesus Cristo, dentro do seu coração. Já John Wesley teve uma experiência semelhante à de Lutero; pois Wesley acreditava também que precisava ter méritos para alcançar a salvação da sua alma e por isso praticava a caridade para ser aceito por Deus; porém o "dia", também chegou para ele, e o "dia" declarou a sua obra de madeira, de palha e de feno; e foi quando numa tempestade em alto mar, que temendo por sua vida, John Wesley conheceu a segurança e a suficiência da fé em Jesus Cristo. Então, tanto Wesley como Lutero tiveram prejuízo naquilo que edificaram sobre o fundamento da igreja, ou seja, Cristo, mas ambos foram salvos “como um tição tirado do fogo” (Zc. 3:2). E é exatamente disso que Paulo trata em 1 Coríntios 3:11-16. Em Isaías 43:2 está escrito: “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”. A excelência do conhecimento por meio da fé torna os servos de Deus, invulneráveis à fúria dos elementos, aos ataques das potestades e às doutrinas de demônios; porém um povo que não conhece o seu Deus estará fadado repetir os erros dos israelitas (Oséias 4:5-7); todavia a Nova Aliança está firmada em melhores promessas (Hb. 8:1-7); pois que o mesmo Deus que iniciou sua boa obra em nós, Ele a aperfeiçoará até o dia da vinda de Cristo (Fl. 1:6), mas tudo que pode passar pelo fogo, se purificará com água e se passará pelo fogo (Nm. 31:23; compare com: 1 Cor. 10:13); e Jesus é quem batiza não só com o Espírito Santo, mas também com fogo – Mt. 3:10-12].    

16. Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 17. Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo. [Seguindo adiante, no versículo 17 o apóstolo muda o tom da conversa, pois agora trata daqueles que corrompem deliberadamente o santuário do Deus vivo, a igreja do Senhor Jesus; e quanto a estes falsos profetas, que introduzem heresias de perdição no meio do povo de Deus, para eles não haverá misericórdia, mas juízo para condenação (Dt. 13:5). Jesus disse que quem soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de açoite, com muitos açoites será castigado, mas quem não o soube e fez coisas dignas de açoite, com poucos açoites será castigado (Lc. 12:47-48); Deus não é injusto, pois os talentos são dados segundo a capacidade de cada servo (Mt. 25:15); portanto o fogo da purificação provará a obra que cada um edificou sobre Cristo, mas para aqueles que não se sujeitaram ao domínio de Cristo e tentam corromper o Corpo do Senhor, a estes o fogo será para destruição e não purificação – Lc. 19:27].

18. Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. 19. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. 20. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos. [Nosso coração é enganoso (Jr. 17:9) e é por isso que não podemos confiar em nós mesmos, mas somente em Deus; nós somos aptos para o mal, mas não para o bem; o egoísmo e a soberba são sentimentos natos da velha natureza; nós criamos ídolos com muita facilidade, forjamos deuses e mestres segundo a nossa cobiça e para nossos próprios deleites, e é por causa disso que precisamos constantemente nos humilhar debaixo da potente mão de Deus para que Ele nos ponha em lugar seguro – 1 Pe. 5:5-7].

21. Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso; 22. Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso, 23. E vós de Cristo, e Cristo de Deus. [Quem crucificou sua carne e permanece crucificado com Cristo, já morreu para o mundo; doravante vive em Jesus Cristo, e quem está nEle é nova criatura e herdeiro de Deus, pois tem seu nome arrolado no Testamento divino, no Livro da Vida do Cordeiro; portanto tudo é nosso, e nós de Cristo, e Cristo é de Deus. Amém!].  

Filipenses 1:6. Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra, a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.

Ev. Levi.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

O QUE É ADORAÇÃO?

O QUE É ADORAÇÃO?

Gênesis 22:1-5. (1). E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. (2). E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, E OFERECE-O ALI EM HOLOCAUSTO sobre uma das montanhas, que eu te direi. (3). Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. (4). Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe. (5). E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; E HAVENDO ADORADO, tornaremos a vós.

Romanos 12:1,2 [NVI].

(1). Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. (2). Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

As igrejas têm se esquecido do sentido bíblico de adoração, porque a maioria de nós pensa que adorar é cantar louvores; mas quão fraca é essa interpretação! Alguns dos membros envolvidos com a musicalidade dos cultos, por não conhecerem o que a Bíblia ensina sobre a adoração, afirmam que “louvor de adoração” é aquela melodia mais lenta, mais “espiritual”.

Vejamos o que temos nos versos primeiros de Gênesis 22:

1. Deus mandou e Abraão obedeceu - esta é a forma de ser de um adorador sincero; pois está escrito: “Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à Palavra do Senhor?...” [1 Sm. 15:22].

2. Deus não pediu algo impossível, porém o bem mais precioso que Abraão possuía - Cristo exclamou: “Assim, pois, quem não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” [Lc. 14:33].

3. Adoração envolve fé - Deus havia pedido a Isaque em sacrifício, contudo Abraão diz aos servos que os dois voltariam vivos.

Vejamos o que está escrito em Hebreus:

Hebreus 11:17,18. (17). Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. (18). Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar.

Então, nós podemos vislumbrar que adoração segundo a Bíblia é:

1. Prontidão: o adorador está sempre disponível para o chamado de seu Senhor.

2. Obediência: adorador não questiona a ordem.

3. Presteza: adorador tem pressa em cumprir as ordens recebidas [Abraão levanta de madrugada, antes de o sol nascer, e prepara tudo para cumprir o mandamento de Deus].

4. Desapego: o adorador reconhece que tudo o que tem pertence ao seu Senhor, portanto todos seus bens devem servir para adorá-lo.

Adorar biblicamente significa a prontidão para o chamado, a obediência irrestrita, a presteza no serviço e o desapego dos bens deste mundo. Quem não obedece à Palavra de Deus, mas vive para os seus próprios deleites, considerando seu serviço igual ao dos artistas seculares [busca da fama, do dinheiro, de viagens caras, de hotéis de luxo, do reconhecimento público em shows e turnês, e cobrando cachês], não tem em seu coração o compromisso de exaltar a Deus, porque adoradores em espírito e em verdade não se conformam com o padrão do mundo; mas sim com coisas humildes [Rm. 12:16. “Sejam unânimes entre vós; não ambicioneis as coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos”].

Adoração não se limita a cantar louvores nos cultos, mas concerne também a uma vida sacrificial, ou seja, todo crente sincero deve ser uma oferta viva ao Senhor, um culto de sacrifício espiritual contínuo a Deus; pois assim era a adoração ordenada por Deus ao seu povo na antiguidade, com as ofertas contínuas trazidas para o altar do holocausto no átrio do Tabernáculo, com o incenso queimado diariamente sobre o altar no lugar santo, com os dízimos entregues à tribo de Levi, com o comparecimento nas festas determinadas à nação israelita, e na observância dos alimentos limpos e imundos, e nas vestimentas, e no modo de cortar os cabelos e a barba, e na semeadura da terra, etc.

O culto mosaico tratava de como Deus deveria ser adorado pelo seu povo; eles não imitariam os costumes das nações com que teriam ou tiveram contato, pois que os habitantes de Canaã eram tão idólatras quanto os egípcios. O povo do Senhor seria obediente, prestativo, disposto e separado dos demais povos. A adoração tinha por fim um culto de ação de graças, pois todas as ofertas traziam em si uma resposta consciente de gratidão e de reconhecimento de onde e de quem vinham as suas bênçãos, isto é, do Deus vivo; por isso que havia prescrições específicas na Lei, e todas elas visavam a obediência de Israel.

Em nossos dias sabemos que aquelas ordenanças da Lei eram as sombras dos bens que hoje desfrutamos na Nova Aliança [Cl. 2:17; Hb. 10:1]. E sendo a Lei espiritual [Rm. 7:14] e sendo nosso corpo o Templo do Espírito Santo [1 Cor. 6:19]; precisamos ter discernimento espiritual para compreender a vontade de Deus. Então o que importa saber é que todos os que o invocam em verdade em justiça o Nome do Senhor Jesus Cristo, são seus verdadeiros adoradores; estes adoradores são aqueles que apresentaram seus corpos em sacrifício vivo, santo e agradável em culto racional [Rm. 12:1], isto é, com entendimento e não na ignorância de uma mente corrompida pelas paixões carnais, como daqueles que vivem sem Deus [1 Pe. 1:14]; pois o Senhor quer adoradores diferenciados e inconformados com os costumes pagãos; Ele quer também que estejamos em constante processo de transformação e santificação pela Palavra por seu Espírito, para renovar nossa mente, e só assim poderemos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus [Rm. 12:1,2].

A MINHA CASA SERÁ CHAMADA CASA DE ORAÇÃO.

Isaías 56:6-8. (6). E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado {Mt. 11:28-30; Hb. 4:1-11}, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança, (7). Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos. (8). Assim diz o Senhor DEUS, que congrega os dispersos de Israel: Ainda ajuntarei outros aos que já se lhe ajuntaram.

A função principal da igreja é a adoração, pois a Casa do Senhor é chamada de Casa de Oração [Mt. 21:13]; e somente depois de edificada a Casa de Oração, isto é, depois que discípulos de Cristo são feitos [Mt. 28:19,20], e que como pedras vivas são assentados sobre o fundamento da igreja, que é Cristo [1 Pe. 2:4,5]; é que vem a segunda prioridade, que é a propagação do Evangelho de Cristo pelo mundo [Mc. 16:15,16]. Uma igreja edificada sobre Cristo, sadia na fé, unida em amor, santificada pelo Espírito Santo, e madura na Palavra de Deus estará apta a enviar missionários a outros países.

Vejamos o exemplo da igreja de Antioquia:

Atos 11:19-30. ¹⁹ E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estevão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. ²⁰ E havia entre eles alguns homens chíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. ²¹ E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. ²² E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. ²³ O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; ²⁴ Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. ²⁵ E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. ²⁶ E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. ²⁷ E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. ²⁸ E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. ²⁹ E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. ³⁰ O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo.

Atos 13:1-3. (1). E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. (2). E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. (3). Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

Nestes capítulos vemos a edificação de uma verdadeira Casa de Oração; a igreja de Antioquia que recebeu o Evangelho de Cristo, e que depois foi doutrinada na Palavra de Deus por meio de Paulo e Barnabé, seus membros receberam a alcunha de cristãos; e já sadios na fé, os membros da Igreja condoeram-se dos sofrimentos dos santos da Judéia e lhes mandaram ajuda; outro detalhe é que a Igreja de Cristo em Antioquia se manteve numa vida de oração e jejum; e por fim, ela enviou Paulo e Barnabé em missão a outros países.

Uma história semelhante aconteceu na Moravia, com os seguidores de John Huss; os quais sofrendo grande perseguição por causa da sua fé em Jesus Cristo; encontraram refúgio na propriedade de um Conde alemão de chamado Zinzendorf, que os acolheu e proporcionou que muitos outros fugitivos cristãos de várias denominações se abrigassem em suas terras. Lá os cristãos morávios fundaram uma comunidade chamada Herrnhut (guardado pelo Senhor). O conde Zinzendorf era um homem de Deus e dedicação à oração. Os refugiados cristãos por virem de várias denominações com divergências doutrinárias tiveram alguns embates teológicos; pois alguns batizavam suas crianças e outros não; alguns batizavam por aspersão e outros por imersão; alguns criam e celebravam a ceia do Senhor de um jeito, e outro criam e celebravam de outro modo; alguns criam nos dons espirituais, já outros não... As diversas e conflitantes doutrinas pareciam sobrepor à fé em um único Senhor, mas o conde Zinzendorf, sendo um homem sábio e, repito, de oração; convocou a todos numa reunião da Ceia do Senhor, e nela pregou uma mensagem que impactou a todos e provocou arrependimento nos ouvintes, que os levou ao propósito de estabelecer um pacto cristão, e desse pacto, orações contínuas tiveram apreço especial nos corações deles; e sob o tema: "O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará" [Levítico 6:13], deu-se início às orações ininterruptas, 24h por dia, sete dias por semana, 30 dias por mês, 365 dias por ano; e que se estendeu por 1 século; os crentes se revezaram em duplas, sendo que cada dupla orava duas horas por dia; esta vigília foi chamada de: "A vigília dos cem anos". Nesse tempo os morávios enviaram missionários por quase todo o mundo; e por causa disso o século 18 foi privilegiado por um dos maiores avivamentos da história da igreja.

"Que o Cordeiro que foi imolado receba a recompensa por seu sofrimento" (frase dita pelos primeiros missionários morávios, quando embarcaram num navio em direção às Índias Ocidentais, para servirem como escravos perpétuos de um lorde ateu, porque foi a única maneira de entrarem nas possessões desse lorde, para pregarem o Evangelho de Cristo aos nativos). Isto que é verdadeiramente adoração!

Louvor e adoração não são a mesma coisa? Nem sempre; pois se o louvor é apenas o que sai de minha boca, mas não procede do meu coração, então não é adoração. E como vimos antes, adoração não se resume em cantar louvores; pois o que se traduz por adoração não são apenas as palavras, mas o compromisso da obediência de uma vida consagrada a Deus. E quando alguém perguntou a Jesus sobre qual seria o maior mandamento; Cristo respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38. Este é o primeiro e grande mandamento" [Mt. 22:36-38]. O amor a Deus nos leva a adorá-lo em espírito e em verdade.

1 Coríntios 10:31,32. (31). Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. (32). Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.

Se houver em nós esse espírito de fazer tudo para glorificar a Deus, nossa vida sempre estará pronta para ser derramada como uma libação sobre o sacrifício de Cristo [2 Tm. 4:6], e ser apresentada como uma oferta queimada de cheiro suave ao Senhor [2 Cor. 2:15,16].

A BASE DA ADORAÇÃO.

Adoração tem como fundamento o temor do Senhor.

Eclesiastes 5:1-7. (1). Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. (2). Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras. (3). Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo da multidão das palavras. (4). Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. (5). Melhor é que não votes do que votares e não cumprires. (6). Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos? (7). Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu temes a Deus.

A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO NA VOLTA DO CATIVEIRO BABILÔNICO.

O povo judeu que retornou de Babilônia sob o decreto de Ciro, rei da Pérsia, veio com a incumbência de reconstruir o Templo em Jerusalém e restabelecer o culto mosaico; e antes de lançarem os fundamentos da Casa de Deus, o sumo sacerdote Josué e os demais sacerdotes, juntos com o governador Zorobabel levantaram o altar do holocausto, para ofertarem ao Senhor, tudo conforme está escrito na Lei de Moisés, e ofereceram sobre ele os sacrifícios contínuos e celebrarem as festividades religiosas (Esdras 3:1-6). Contudo, devido à oposição impetrada pelos samaritanos à reconstrução do Templo, o povo judeu desistiu; o tempo passou e cada um foi tratar dos seus negócios, e assim eles ficaram satisfeitos apenas com o culto no altar, mas essa não era a vontade de Deus. Então o Senhor providenciou dois profetas, Ageu e Zacarias, os quais exortaram os judeus ao arrependimento e os animaram a retornar ao trabalho na Casa de Deus. Não podemos adorar a Deus de qualquer jeito Ele é quem estabeleceu o modo de adorá-lo; um altar sem o Templo está fora do plano arquitetônico do Senhor; o altar é o centro da adoração, mas o Templo é o local da adoração, o lugar do culto onde o Senhor da Casa se manifestará e receberá os sacrifícios oferecidos sobre o altar.

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” [1 Cor. 3:16]. “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” [1 Cor. 6:19].

Deus advertiu os israelitas que, por não edificarem o Templo do Senhor, as ofertas deles não passavam de coisas imundas [Ageu 2:14]; Ele não as recebia. Temos que nos conformar com o que Deus estabeleceu para a Sua glória. Os ídolos são adorados ao "gosto do freguês", mas o Deus verdadeiro não; é por isso que Ele procura verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade [João 4:23]. 

Ev. Levi.

PODE O SAL SE TORNAR INSÍPIDO?

PODE O SAL SE TORNAR INSÍPIDO?

Levítico 2:13.  E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal.

Aqui em Levítico 2:13 está a ordenança de que em toda "qorban" ou “corbã”, dom oferecido, dedicado a Deus [Mc. 7:11] - raiz de "qarab": de aproximação, de chegar perto – de alimentos ("minchah" - tributo, sacrifício, manjar) deve ser apresentado no altar do Senhor com sal. Isto quer dizer que qualquer dom quando dedicado ao Senhor, sejam dons naturais da carne como uma voz bem afinada para cantar e outras habilidades musicais por exemplo, quando dedicadas para o louvor a Deus, devem ser apresentadas acrescidas do "sal da Aliança do nosso Deus", ou seja, do “sal da terra"; isto é, o sal não corrompe, mas evita a corrupção, em vista que desde a antiguidade até agora, o sal é usado na carne para conservá-la livre da degradação, do apodrecimento. O sal tem também propriedades antissépticas e ação cicatrizante em feridas; isto nos leva a pensar que toda nossa vida deve ser “temperada com sal” para ser “dedicada” e apresentada como um tributo ao Senhor Deus; e não podemos igualar-nos com o pecado; pois o pecado é semelhante à lepra, ou seja, quem está no pecado é como se estivesse leproso e coberto de chagas purulentas [vejam o que Isaías 1:4-6 diz do pecado]; e nós – como o sal da Terra – devemos servir na “antissepsia” das feridas do pecado, e nas chagas presentes na carne dos perdidos; e como o sal impede o apodrecimento das carnes, assim deve a nossa “qorban” ser dedicada a Deus, porque o “sal da aliança do Senhor”, que é símbolo da vida santa de Jesus; estará “salgando as ofertas da nossa carne”; por isso, as corbãs – as ofertas de dedicação e de aproximação – de minchás – de alimentos, de tributo a Deus nos lembram que João [Ap. 10:9-11] tomou o livrinho da mão do anjo e comeu, e que lhe foi doce na boca, mas amargo no ventre. Mas que depois de comê-lo, João recebe a ordem de profetizar a muitos povos, e nações, e línguas e reis. Pois é! “... Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos”. [João 6:53].

O SAL INSÍPIDO.

Mateus 5:13. Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.

Muitos dizem que essa afirmação de Cristo é improvável, pois o sal sempre terá sabor de sal; mas eu não quero aqui entrar no mérito, como muitos fazem, de tentar explicar a que espécie de sal Jesus se referiu no texto, se era do sal bruto mineral (em pedras), porque isto é inútil; porém, na frase anterior, Cristo nos dá uma prova de que não está falando de tipos de sais, mas de que “nós somos o sal da Terra”, e que a verdade do seu ensino é que se nós nos tornarmos “insípidos”, ou seja, irrelevantes nesta Terra, não serviremos mais para os propósitos de Deus, isto é, toda a carne debaixo do pecado está em franca decomposição e muitos num estado avançado de sepse (infecção generalizada) já a beira da morte; contudo, Deus nos salvou das garras de Satanás, nos purificou no sangue de Jesus, nos lavou com a água limpa da Sua Palavra, e nos está santificando dia a dia com Seu Espírito Santo, e por isso Ele nos enviou ao mundo para fazermos a diferença, para sermos luz entre as trevas – é o Reino do Céu contra as potestades das trevas, não há conciliação [Gn. 1:4]. Agora, se nós, que por meio Cristo, estamos recuperando a imagem e a semelhança de Deus, em nosso espírito, alma e corpo, tornarmos a antiga forma – a dos perdidos – e se cobiçarmos o que eles cobiçam, e agirmos segundo conselho dos ímpios, nos determos nos caminhos dos pecadores, e nos assentarmos na roda dos escarnecedores, então nós perderemos o sabor; porque se na igreja os cânticos são tão mundanos como os dos mundanos, se nossa aparência assemelha-se aos dos ímpios, e se nossa ética e moralidade forem as mesmas dos incrédulos, então “o sal tornou-se insípido” e não mais evitará a corrupção de toda carne no mundo; então o "sal da Terra" será lançado fora, pois para nada mais presta, senão para ser pisado pelos homens. Lembro-me de que o mendigo Lázaro quando desejava comer das migalhas que caíam da mesa do rico, os cães vinham lamber-lhe as feridas; será que na Parábola, Cristo acrescentou esta observação por acaso? Ou será ainda não enxergamos uma verdade da qual devemos nos aprofundar mais nela; heim?!   

Marcos 9:47-50. (47). E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno, (48). Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. (49). Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal. (50). Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.

Sim, o Sal tem conotação de um Evangelho incólume, limpo e puro, sem tropeços e sem escândalos, tanto para aqueles que nos ouvem como para os que nos veem; o sal da Terra deve trazer a incorrupção da carne e a antissepsia para as chagas podres dos pecadores e causar sua consequente cicatrização; o sal da Terra deve possuir em si mesmo o sabor da vida de Cristo, com Cristo e por Cristo, e isto em oferta de louvor, em gratidão, em alegria, em santidade e justiça, e sendo nEle preservados da podridão do pecado, sermos agradecidos.

Lucas 14:33-35. (33). Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. (34). Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? (35). Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

O sal tem que ser bom, não degenerado, e ainda acrescentar o sabor à vida, tanto à nossa, como daqueles com quem nos relacionarmos; porém, para sermos esse sal, nós devemos renunciar a tudo deste mundo e sermos discípulos de Cristo; pois é com Ele que podemos aprender como ser sal nesta Terra, e nunca sermos lançados fora do Seu Reino. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

UM EXEMPLO DE SAL DA TERRA.

William Carey chamado: "O pai das missões modernas"; nasceu em uma família pobre, em 1.761, na Inglaterra. Filho de um tecelão; William desejava trabalhar como jardineiro, mas como não podia mexer com flores, pois tinha problemas alérgicos, aos 16 anos começou a trabalhar como sapateiro permanecendo nessa profissão até os 28 anos de idade. Aos 18 anos, logo após sua conversão, desenvolveu o hábito de estudar a Bíblia. E em 1.781, já com dezenove anos, William Carey se casou; e sua esposa, Dorothy tinha um temperamento difícil. Ele acumulou as funções de pastor, professor e sapateiro na aldeia que vivia, mas teve problemas financeiros; contudo, movido por Deus a um sentimento de enviar missionários pelo mundo, Carey encontrou seu primeiro obstáculo na igreja que pertencia, o que o levou a escrever um tratado intitulado “Uma investigação sobre o dever dos cristãos de empregarem meios para a conversão dos pagãos”, em 1.792. Mas foi num sermão sobre Isaías 54:2,3 [(2). Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e fixa bem as tuas estacas. (3). Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua descendência possuirá os gentios e fará que sejam habitadas as cidades assoladas], dirigido a um grupo de pastores batistas ingleses, no dia 31 de maio de 1.792, Carey reforçou os apelos constantes da sua “Investigação” e pronunciou a frase que se tornou célebre como a filosofia de trabalho missionário: “Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. Os argumentos de Carey resultaram na formação da Sociedade Missionária Batista, organizada em setembro de 1.792. E em junho de 1.793, ele e sua família partiram para a Índia e chegaram lá no dia 11 de novembro de 1793, marcando o início da grande era das missões além mar. Já em terras hindus, sofreu oposição da "Companhia das Índias Orientais", pois a política do Império Inglês era contra a evangelização dos nativos, mas Carey mesmo com dificuldades "driblou as dificuldades”, e se dedicou a aprender a língua bengali e pôs-se a traduzir o Novo Testamento para essa língua, cuja empreitada foi um fracasso, porém não desanimou, ele refez a tradução até que pudesse ser compreendida pelo povo bengalês. Ainda com muitos problemas familiares como a morte de seu filho de apenas 5 anos, os problemas mentais da sua esposa e a morte dela, o incêndio na gráfica onde preparou vários documentos e muitas traduções, o que lhe deu grande prejuízo, ele continuou perseverante. Mas como Deus é muito misericordioso, Ele enviou-lhe ajuda; dois missionários, William Ward e Joshua Marshman se juntaram a Carey em 1.799. Juntos eles fundaram 26 igrejas, 126 escolas com 10.000 alunos, traduziram as Escrituras em 44 línguas, produziram gramáticas e dicionários, organizaram a primeira missão médica na Índia, fundaram seminários, escolas para meninas, e o jornal na língua Bengali. Ele foi um dos responsáveis pela erradicação do costume "sati", um ritual hindu no qual a esposa viúva era queimada viva juntamente na pira funerária com o defunto do seu marido. William foi responsável pela fundação da "Sociedade de Agricultura e Horticultura" na Índia em 1.820; a primeira imprensa e a primeira fábrica de papel, e também introduziu o motor a vapor na Índia; ele traduziu da Bíblia em Sânscrito, Bengali, Marati, Telugu e nos idiomas dos Siques, pois tinha um dom natural para aprender línguas. Em 1.800, William Carey fez o batismo do primeiro hindu convertido ao Evangelho. Calcula-se que William Carey traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes do mundo. Alguns missionários, em 1855, ao apresentarem o Evangelho no Afeganistão, descobriram que a única versão que esse povo entendia era a em língua Pachto, tradução feita em Serampore (na Índia) por Carey. Durante mais de trinta anos, William Carey foi professor de línguas orientais no Colégio de Fort Williams. Fundou também o “Serampore College” para ensinar evangelistas e, sob a sua direção, o colégio prosperou na evangelização do país. Os seus esforços, inspiraram a fundação de outras missões, dentre elas: a Associação Missionária de Londres, em 1.795; a Associação Missionária da Holanda, em 1.797; a Associação Missionária Americana, em 1.810; e a União Missionária Batista Estadunidense, em 1.814.

"Não tenho medo do fracasso; Tenho medo de ter sucesso em coisas que não importam". William Carey.

Obs:- Um sapateiro convertido perguntou a Lutero o que poderia fazer para servir melhor a Deus e ser um bom cristão; e Lutero respondeu: “Faça um bom sapato e o venda por um preço justo”.  O sapateiro William Carey fez o melhor sapato e o vendeu por um preço justo.

Ev. Levi.