MANANCIAL

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"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

quinta-feira, 8 de junho de 2023

PODE O SAL SE TORNAR INSÍPIDO?

PODE O SAL SE TORNAR INSÍPIDO?

Levítico 2:13.  E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal.

Aqui em Levítico 2:13 está a ordenança de que em toda "qorban" ou “corbã”, dom oferecido, dedicado a Deus [Mc. 7:11] - raiz de "qarab": de aproximação, de chegar perto – de alimentos ("minchah" - tributo, sacrifício, manjar) deve ser apresentado no altar do Senhor com sal. Isto quer dizer que qualquer dom quando dedicado ao Senhor, sejam dons naturais da carne como uma voz bem afinada para cantar e outras habilidades musicais por exemplo, quando dedicadas para o louvor a Deus, devem ser apresentadas acrescidas do "sal da Aliança do nosso Deus", ou seja, do “sal da terra"; isto é, o sal não corrompe, mas evita a corrupção, em vista que desde a antiguidade até agora, o sal é usado na carne para conservá-la livre da degradação, do apodrecimento. O sal tem também propriedades antissépticas e ação cicatrizante em feridas; isto nos leva a pensar que toda nossa vida deve ser “temperada com sal” para ser “dedicada” e apresentada como um tributo ao Senhor Deus; e não podemos igualar-nos com o pecado; pois o pecado é semelhante à lepra, ou seja, quem está no pecado é como se estivesse leproso e coberto de chagas purulentas [vejam o que Isaías 1:4-6 diz do pecado]; e nós – como o sal da Terra – devemos servir na “antissepsia” das feridas do pecado, e nas chagas presentes na carne dos perdidos; e como o sal impede o apodrecimento das carnes, assim deve a nossa “qorban” ser dedicada a Deus, porque o “sal da aliança do Senhor”, que é símbolo da vida santa de Jesus; estará “salgando as ofertas da nossa carne”; por isso, as corbãs – as ofertas de dedicação e de aproximação – de minchás – de alimentos, de tributo a Deus nos lembram que João [Ap. 10:9-11] tomou o livrinho da mão do anjo e comeu, e que lhe foi doce na boca, mas amargo no ventre. Mas que depois de comê-lo, João recebe a ordem de profetizar a muitos povos, e nações, e línguas e reis. Pois é! “... Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos”. [João 6:53].

O SAL INSÍPIDO.

Mateus 5:13. Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.

Muitos dizem que essa afirmação de Cristo é improvável, pois o sal sempre terá sabor de sal; mas eu não quero aqui entrar no mérito, como muitos fazem, de tentar explicar a que espécie de sal Jesus se referiu no texto, se era do sal bruto mineral (em pedras), porque isto é inútil; porém, na frase anterior, Cristo nos dá uma prova de que não está falando de tipos de sais, mas de que “nós somos o sal da Terra”, e que a verdade do seu ensino é que se nós nos tornarmos “insípidos”, ou seja, irrelevantes nesta Terra, não serviremos mais para os propósitos de Deus, isto é, toda a carne debaixo do pecado está em franca decomposição e muitos num estado avançado de sepse (infecção generalizada) já a beira da morte; contudo, Deus nos salvou das garras de Satanás, nos purificou no sangue de Jesus, nos lavou com a água limpa da Sua Palavra, e nos está santificando dia a dia com Seu Espírito Santo, e por isso Ele nos enviou ao mundo para fazermos a diferença, para sermos luz entre as trevas – é o Reino do Céu contra as potestades das trevas, não há conciliação [Gn. 1:4]. Agora, se nós, que por meio Cristo, estamos recuperando a imagem e a semelhança de Deus, em nosso espírito, alma e corpo, tornarmos a antiga forma – a dos perdidos – e se cobiçarmos o que eles cobiçam, e agirmos segundo conselho dos ímpios, nos determos nos caminhos dos pecadores, e nos assentarmos na roda dos escarnecedores, então nós perderemos o sabor; porque se na igreja os cânticos são tão mundanos como os dos mundanos, se nossa aparência assemelha-se aos dos ímpios, e se nossa ética e moralidade forem as mesmas dos incrédulos, então “o sal tornou-se insípido” e não mais evitará a corrupção de toda carne no mundo; então o "sal da Terra" será lançado fora, pois para nada mais presta, senão para ser pisado pelos homens. Lembro-me de que o mendigo Lázaro quando desejava comer das migalhas que caíam da mesa do rico, os cães vinham lamber-lhe as feridas; será que na Parábola, Cristo acrescentou esta observação por acaso? Ou será ainda não enxergamos uma verdade da qual devemos nos aprofundar mais nela; heim?!   

Marcos 9:47-50. (47). E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno, (48). Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. (49). Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal. (50). Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.

Sim, o Sal tem conotação de um Evangelho incólume, limpo e puro, sem tropeços e sem escândalos, tanto para aqueles que nos ouvem como para os que nos veem; o sal da Terra deve trazer a incorrupção da carne e a antissepsia para as chagas podres dos pecadores e causar sua consequente cicatrização; o sal da Terra deve possuir em si mesmo o sabor da vida de Cristo, com Cristo e por Cristo, e isto em oferta de louvor, em gratidão, em alegria, em santidade e justiça, e sendo nEle preservados da podridão do pecado, sermos agradecidos.

Lucas 14:33-35. (33). Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. (34). Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? (35). Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

O sal tem que ser bom, não degenerado, e ainda acrescentar o sabor à vida, tanto à nossa, como daqueles com quem nos relacionarmos; porém, para sermos esse sal, nós devemos renunciar a tudo deste mundo e sermos discípulos de Cristo; pois é com Ele que podemos aprender como ser sal nesta Terra, e nunca sermos lançados fora do Seu Reino. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

UM EXEMPLO DE SAL DA TERRA.

William Carey chamado: "O pai das missões modernas"; nasceu em uma família pobre, em 1.761, na Inglaterra. Filho de um tecelão; William desejava trabalhar como jardineiro, mas como não podia mexer com flores, pois tinha problemas alérgicos, aos 16 anos começou a trabalhar como sapateiro permanecendo nessa profissão até os 28 anos de idade. Aos 18 anos, logo após sua conversão, desenvolveu o hábito de estudar a Bíblia. E em 1.781, já com dezenove anos, William Carey se casou; e sua esposa, Dorothy tinha um temperamento difícil. Ele acumulou as funções de pastor, professor e sapateiro na aldeia que vivia, mas teve problemas financeiros; contudo, movido por Deus a um sentimento de enviar missionários pelo mundo, Carey encontrou seu primeiro obstáculo na igreja que pertencia, o que o levou a escrever um tratado intitulado “Uma investigação sobre o dever dos cristãos de empregarem meios para a conversão dos pagãos”, em 1.792. Mas foi num sermão sobre Isaías 54:2,3 [(2). Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e fixa bem as tuas estacas. (3). Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua descendência possuirá os gentios e fará que sejam habitadas as cidades assoladas], dirigido a um grupo de pastores batistas ingleses, no dia 31 de maio de 1.792, Carey reforçou os apelos constantes da sua “Investigação” e pronunciou a frase que se tornou célebre como a filosofia de trabalho missionário: “Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. Os argumentos de Carey resultaram na formação da Sociedade Missionária Batista, organizada em setembro de 1.792. E em junho de 1.793, ele e sua família partiram para a Índia e chegaram lá no dia 11 de novembro de 1793, marcando o início da grande era das missões além mar. Já em terras hindus, sofreu oposição da "Companhia das Índias Orientais", pois a política do Império Inglês era contra a evangelização dos nativos, mas Carey mesmo com dificuldades "driblou as dificuldades”, e se dedicou a aprender a língua bengali e pôs-se a traduzir o Novo Testamento para essa língua, cuja empreitada foi um fracasso, porém não desanimou, ele refez a tradução até que pudesse ser compreendida pelo povo bengalês. Ainda com muitos problemas familiares como a morte de seu filho de apenas 5 anos, os problemas mentais da sua esposa e a morte dela, o incêndio na gráfica onde preparou vários documentos e muitas traduções, o que lhe deu grande prejuízo, ele continuou perseverante. Mas como Deus é muito misericordioso, Ele enviou-lhe ajuda; dois missionários, William Ward e Joshua Marshman se juntaram a Carey em 1.799. Juntos eles fundaram 26 igrejas, 126 escolas com 10.000 alunos, traduziram as Escrituras em 44 línguas, produziram gramáticas e dicionários, organizaram a primeira missão médica na Índia, fundaram seminários, escolas para meninas, e o jornal na língua Bengali. Ele foi um dos responsáveis pela erradicação do costume "sati", um ritual hindu no qual a esposa viúva era queimada viva juntamente na pira funerária com o defunto do seu marido. William foi responsável pela fundação da "Sociedade de Agricultura e Horticultura" na Índia em 1.820; a primeira imprensa e a primeira fábrica de papel, e também introduziu o motor a vapor na Índia; ele traduziu da Bíblia em Sânscrito, Bengali, Marati, Telugu e nos idiomas dos Siques, pois tinha um dom natural para aprender línguas. Em 1.800, William Carey fez o batismo do primeiro hindu convertido ao Evangelho. Calcula-se que William Carey traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes do mundo. Alguns missionários, em 1855, ao apresentarem o Evangelho no Afeganistão, descobriram que a única versão que esse povo entendia era a em língua Pachto, tradução feita em Serampore (na Índia) por Carey. Durante mais de trinta anos, William Carey foi professor de línguas orientais no Colégio de Fort Williams. Fundou também o “Serampore College” para ensinar evangelistas e, sob a sua direção, o colégio prosperou na evangelização do país. Os seus esforços, inspiraram a fundação de outras missões, dentre elas: a Associação Missionária de Londres, em 1.795; a Associação Missionária da Holanda, em 1.797; a Associação Missionária Americana, em 1.810; e a União Missionária Batista Estadunidense, em 1.814.

"Não tenho medo do fracasso; Tenho medo de ter sucesso em coisas que não importam". William Carey.

Obs:- Um sapateiro convertido perguntou a Lutero o que poderia fazer para servir melhor a Deus e ser um bom cristão; e Lutero respondeu: “Faça um bom sapato e o venda por um preço justo”.  O sapateiro William Carey fez o melhor sapato e o vendeu por um preço justo.

Ev. Levi.

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