MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

domingo, 21 de maio de 2023

BOM É AGUARDAR A SALVAÇÃO DO SENHOR EM SILÊNCIO (Lamentações 3:26).

Lucas 1:5-7. (5). Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel. (6). E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. (7). E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.

O NOME DOS PERSONAGENS.

Zacarias - Lembrado por Jeová.

Isabel (Elisabeth) - Juramento de Deus.

Abias - Meu Pai é Jeová.

Arão - Que traz luz.

João - Jeová é o doador gracioso.

Gabriel - Guerreiro de Deus.

A VISÃO DO ANJO GABRIEL.

Lucas 1:11-14. (11). E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso. (12). E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. (13). Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque "a tua oração foi ouvida", e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. (14). E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento...

A DÚVIDA DE ZACARIAS E A PUNIÇÃO PELA INCREDULIDADE.

Lucas 1:18-20. (18). Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade. (19). E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. (20). E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.

A MUDEZ DE ZACARIAS.

A palavra para "mudo" usada pelo anjo Gabriel é: “SIOPAO” - que quer dizer: "silêncio", "quietude", e também pode ser interpretada como surdez e mudez. Já na narrativa dos fatos, no verso 20, Lucas usa o termo "KOPHOS" - surdo ou mudo. Mas é no verso 62 do cap. 1 de Lucas, que temos a confirmação de que Zacarias ficou não somente mudo, mas também surdo, pois as pessoas usaram de sinais com as mãos para se comunicarem com Zacarias – se ele estivesse apenas mudo entenderia o que eles lhe falavam sem a necessidade do uso dos sinais como os surdos-mudos fazem.

Eu creio que Deus lhe deu uma “boa punição”, porque ela também foi uma bênção para Zacarias; pois a sua mudez não foi apenas uma punição por causa da incredulidade, mas também um sinal divino de que a Palavra de Deus se cumpriria, ou seja, o anjo do Senhor lhe deu uma promessa em resposta à sua oração, Zacarias duvidou, o anjo sentencia-o a ficar mudo; ora!... A mudez da Zacarias torna-se então a confirmação que aconteceria aquele milagre, e assim, a sua fé se fortaleceu em Deus. Contudo, como já vimos antes, Zacarias não ficou apenas mudo, mas também surdo...

O que eu vejo nesta passagem bíblica é que Zacarias e Isabel eram justos, tementes a Deus e irrepreensíveis, e que eles eram já idosos e sem filhos. Na cultura antiga, uma mulher que não tinha filhos era uma vergonha, e principalmente se fosse mulher de um sacerdote; pois, para eles, a fecundidade era uma bênção divina (Sl. 127:3-5), mas a esterilidade era vista como uma maldição da parte de Deus [Nm. 5:12-31 declara a “lei do ciúmes”, a qual tratava da desconfiança do marido por uma possível traição de sua esposa, porque se sobre ele viesse o “espírito de ciúmes”, o marido deveria trazer sua esposa diante do sacerdote e fazer uma oferta de alimentos (memorativa) por ela; depois, o sacerdote colocaria um punhado da terra do chão do Tabernáculo num vaso com água limpa e daria à beber àquela mulher; se ela tivesse realmente traído o seu marido, nunca mais teria filhos; pois como está escrito: “E, havendo-lhe dado a beber aquela água, será que, se ela se tiver contaminado, e contra seu marido tiver transgredido, a água amaldiçoante entrará nela para amargura, e o seu ventre se inchará, e consumirá a sua coxa; e aquela mulher será por maldição no meio do seu povo; E, se a mulher se não tiver contaminado, mas estiver limpa, então será livre, e conceberá filhos”. – Nm. 5:27,28].

Agora... Penso eu que Zacarias e Isabel passaram por poucas e boas; pois acredito que muita gente deve ter pensado mal deles por causa da esterilidade de Isabel, e não somente isso; mas também quantas vezes, Zacarias não ficou frustrado com seu casamento? Porque o sacerdócio era hereditário, seu legado seria passado ao seu filho, e sem descendentes sua linhagem desapareceria; contudo, nem por isso ele e sua mulher deixaram de orar, de serem justos e de temerem a Deus. Zacarias não repudiou sua mulher porque ela não podia lhe dar filhos, e nem tentou dar um ajudinha como Abraão e Sara fizeram. Que Zacarias e Isabel sirvam de lição aos casais de hoje, que escolhem o divórcio como única opção quando se deparam com as dificuldades inerentes à vida conjugal; porém, os servos de Deus nunca optam pela separação, porque Deus odeia o divórcio [Ml. 2:16].

1 Coríntios 7:10,11. (10). Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: que a esposa não se separe do seu marido. (11). Mas, se o fizer que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido não se divorcie da sua mulher.

Paulo diz que a perseverança conjugal entre marido e mulher, não é uma opção, mas um mandamento do Senhor; isto é, o casamento é para toda vida onde os erros devem ser perdoados e os acertos comemorados; pois o marido não tem mais direito sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher; e a mulher não tem mais direito sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido [1 Cor 7:4]. E Jesus ensinou aos fariseus, que Moisés só permitiu o divórcio por causa da “dureza do coração” deles (Moisés teve que administrar o erro daqueles israelitas que estavam repudiando suas esposas sem qualquer consideração à Lei divina; e para impedir que virasse uma imoralidade, Moisés legislou por conta própria – para saber mais leia: Dt. 24:1-4), ou seja, um coração duro nunca quer perdoar o erro do outro; e Jesus continuou dizendo que “no princípio da criação”, Deus os fez homem e mulher, e que ambos se tornam uma só carne quando unidos pelo casamento, isto é, não são mais dois seres ou duas carnes, mas um ser e uma só carne. Portanto, o que Deus uniu – estabeleceu como lei por meio de sua Palavra – não separe o homem [Mc. 10:2-12].

Mas, voltando a Zacarias, o fato de o anjo Gabriel tê-lo deixado surdo/mudo foi uma bênção, porque o impediu de ouvir as vozes da incredulidade ao seu redor, e também o calou para que não fraquejasse na fé por causa dos incrédulos (sabemos que mulheres acima de 40 anos que engravidam, têm gestações de risco, tanto para ela como para a criança, e Isabel era muito idosa); mas a sua alma ficou no silêncio, na quietude; só ouvindo em meditações, por nove meses, as palavras do anjo que disse:

(13). Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João {pois: “Jeová é um doador gracioso”}. (14). E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, (15). Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. (16). E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, (17). E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos {Ml. 4:5,6}, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto. [Lucas 1:13-17].

A NECESSIDADE DO SILÊNCIO.

Como nós precisamos ficar surdos e mudos diante de tantas coisas que estão em voga nestes dias; tantas ameaças à fé, tantas urgências inúteis, e tantos clamores vãos que afloram nas mentes cheias do mundo, mas vazias de Cristo, as quais só sabem murmurar e reclamar da vida, não reconhecendo a poderosa mão do Senhor sobre toda história do homem neste mundo.

Salmos 4:4. “Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama, e calai-vos.

Quando os filhos de Israel chegaram diante do Mar Vermelho e viram faraó e seu exército se aproximando; eles disseram a Moisés: (12). Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto. (13). Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes; nunca mais os tornareis a ver. (14). O Senhor pelejará por vós, e vós "vos calareis. [Êxodo 14:12-14].

É só ficarmos quietos para vermos o livramento do Senhor". Que maravilha!

Deus nos ajude a calarmos nossos lábios e fecharmos os nossos ouvidos ante as impossibilidades desta vida; Deus nos guie a falar e a ouvir somente quando estivermos cheios do Espírito Santo, como Zacarias quando profetizou no dia da circuncisão de seu primogênito; que Deus nos faça desviar os nossos pés dos caminhos dos ímpios [Sl. 1:1,6], do mesmo modo que Isabel o fez, se ocultando por cinco meses para aproveitar ao máximo seu momento, sua nova condição, pois, escondida dos falatórios, ela não deu lugar em sua casa àqueles “incomodados” com a sua bênção.

Salmos 46:10,11. (10). Aquietai-vos, e sabei que Eu Sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. (11). O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.

Elias foi mandado ao Horebe, o monte de Deus, e lá ele se escondeu numa caverna, mas o anjo lhe disse para que saísse da caverna, e ficasse perante o Senhor. Então passou um furacão, mas o Senhor não estava no furacão; após o furacão, um grande terremoto aconteceu, mas o Senhor não estava no terremoto; logo em seguida ao terremoto, um incêndio que queimou toda terra, mas também o Senhor não estava no fogo; depois destas coisas, Elias ouviu um cicio suave, uma brisa leve sobre as folhas nas copas das árvores; então, Elias cobriu seu rosto com sua capa e saiu da caverna para ouvir a voz de Deus, pois era o Espírito de Deus que se movia ao encontro de Elias (1 Reis 19:11-13).

Ev. Levi.

EU E MEUS ANTEPASSADOS.

Mateus 1:17De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para a babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para a babilônia até Cristo, catorze gerações.

Quando eu era jovem ouvi um pregador dizer que todas as passagens bíblicas têm algo para nos ensinar; pois “Toda Escritura é divinamente inspirada” [2 Tm. 3:16]. 

Quantos de nós nos lembramos dos nomes dos nossos avós? E dos bisavós? Ou dos tataravós? Eu mesmo só sei o nome dos meus avós maternos e da minha avó paterna, e de mais ninguém...

As gerações de meus ascendentes.

Eu sou 1; meus pais são 2, meus avós são 4; meus bisavós 8; meus tataravós 16;... 32, 64, 128, 256, 512, 1.024, 2.048, 4.096, 8.192, 16.384...

Aqui, acima, exponho as catorze gerações que existiram antes de mim até meu nascimento em 27 de Junho de 1.962. E segundo o Salmo de Moisés [Sl. 90:10] o tempo de vida de uma geração é de 70 anos; então se eu multiplicar as 14 gerações dos meus antepassados por 70 anos, o resultado é 980 anos, e se somarmos a este resultado os meus 60 anos de vida, nós teremos 1.040 anos; e se subtrairmos os 1.040 anos da nossa data atual, 2.023, voltaremos ao ano 983 d. C., e tudo isto nos leva ao final da Alta Idade Média (do Século 5 até o 10) e início da Baixa Idade Média (do Século 11 até o 15).

Algumas das grandes catástrofes no mundo:

[Apocalipse 6:5,6. (5). E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer o terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança em sua mão. (6). E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.].

A Grande fome de 1.315-1.317 ou 1.322 - Na Europa foi a primeira de uma série de crises sociais em larga escala que atingiram o Continente no início do século 14, e causou milhões de mortes.

Leiam agora este poema do Rei Eduardo II (ano 1.321):

Quando Deus viu que o mundo era demasiado orgulhoso, Ele enviou uma escassez à Terra, e a tornou áspera. Um alqueire de trigo foi a quatro xelins ou mais, Do que os homens possam ter tido um quarto antes .... E então pálido ficou quem ria tão alto, E dóceis se tornaram quem antes era tão orgulhoso. O coração de um homem pode sangrar por ouvir o choro dos pobres homens que gritavam: “Ai! Para fome eu morro...!”.

As pestes e guerras que envolveram o Continente Europeu na idade Média:

[Apocalipse 6:7,8. (7). E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem, e vê. (8). E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.].

A peste negra - conhecida como "peste bubônica" – foi uma pandemia que aconteceu em um surto que se estendeu de 1.347 a 1.353, e resultou na morte de cerca de mais de 50 milhões de pessoas.

Grande Praga de Milão (1629-1631) – Foi uma série de surtos de peste bubônica que atingiu as cidades do norte da Itália.

Grande Praga de Marselha (1720-1722) – Um novo surto de peste negra. Em dois anos, morreram aproximadamente 100 mil pessoas. Foi a última epidemia de peste bubônica na Europa.

A pandemia de cólera do século 19 (1816-1826) - Esta foi a primeira de sete pandemias de cólera que ocorreram durante os séculos 19 e 20 matando milhares de pessoas.

As Cruzadas: Primeira Cruzada (1.096-1.099); a Segunda Cruzada (1.147-1.149); a Terceira Cruzada (1.187-1.191); a Quarta Cruzada (1.202-1.204); a Quinta Cruzada (1.217-1.221); a Sexta Cruzada (1.228); a Sétima Cruzada (1.248-1.254); a Oitava cruzada (1.270); e a Nona cruzada (1.271-1.291). De acordo com estudos de historiadores, cerca de 1 milhão de pessoas - entre cristãos e muçulmanos - morreram devido as Cruzadas.

Outras guerras que envolveram os europeus:

1. Invasão mongol da Europa (1.241);

2. Guerra dos Cem Anos - entre Inglaterra e França (1.337-1.453);

3. Guerras Hussitas (1.420-1.436) - os seguidores de John Huss declaram guerra contra a Igreja Católica Romana;

4. A Guerra dos Treze Anos (1.454-1.466) - Conflito entre a Monarquia de Habsburgo e o Império Otomano, envolvendo a Valáquia, os Habsburgos, a Transilvânia, e a Moldávia, com a ajuda do Sacro Império Romano-Germânico.

Fico imaginando, quantas guerras, e pestes, e fomes, e outras catástrofes naturais como terremotos, enchentes, furacões, incêndios e secas que ocorreram nesses dez séculos de história; e quantos riscos de vida meus ancestrais passaram e sobreviveram para que eu viesse a existir.

Sim Deus me ama! Ele sempre me amou e sempre teve um plano guardado para mim entre os seus muitos outros, por causa das suas muitas misericórdias. O Senhor me amou, e isto muito antes que meus pais existissem; e é por isso que meus ancestrais passaram por muitos males e muitas catástrofes naturais, nos inúmeros perigos de seu tempo; mas Deus os manteve vivos! O Senhor sustentou àqueles que iriam gerar aos meus tataravós, e estes aos meus bisavós, e estes aos meus avós, e estes aos meus pais... O Senhor é soberano mesmo! Minha linhagem, da qual descendo, até a décima quarta geração dá um total de 32.766 vidas; pessoas, meus parentes que nunca conheci (exceto meus pais) e que nada sei sobre eles (exceto o nome dos meus avós)... Mas Deus tinha o plano de me gerar e de me regenerar em Cristo, Seu Filho. Então, tudo tinha que dar certo com eles; desde os seus relacionamentos até a preservação de suas vidas nas guerras, nas pandemias, nas catástrofes naturais, pois não poderiam morrer antes do “arranjo divino preparado para a história de cada um”; ou seja, ninguém poderia morrer sem deixar um filho capaz de gerar outro filho, e este por sua vez outro filho; e assim por diante... Quando o Senhor tem um plano para uma vida vir ao mundo é porque já dispõe de muitos outros já preparados e guardados, e que serão executados para o bem de todos os que estão aqui vivos neste presente século; pois Deus moldou toda história do mundo: "Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dEle são a sabedoria e a força; Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis" [Daniel 2:20,21]. Deus realmente sabe o que faz! Portanto, Ele dará um jeito nas coisas!

Mateus 6:25-30. 25. Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? 26. Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? 27. E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? 28. E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; 29. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 30. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?

Ev. Levi.

ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS [Hb. 6:1].

ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS. 

Baseado no sermão: Arrependimento é deixar o pecado; do Ev. Dwight Lyman Moody - 05/Fev/1837 – 22/Dez/1899.

 Preâmbulo.

 Tanto a igreja evangélica ocidental quanto o mundo sem Deus necessitam de um genuíno arrependimento de obras mortas, e isto precisa acontecer antes que algum bem possa ser feito na Terra [2 Cr. 7:13,14]. O baixo padrão de vida dos cristãos mantém muita gente cativa nos seus pecados. Se o incrédulo vê que o povo que se chama pelo Nome de Cristo não vive uma vida piedosa no temor do Senhor, isto é, mantêm um conduta semelhante aos de fora da igreja, não se pode esperar que pecadores se arrependam e se convertam de seu mau caminho. Nós crentes devemos nos arrepender diariamente, pois que conhecemos a Cristo, e que Ele é Santo, e que na nossa carne não habita bem algum [Rm. 7:18]; portanto, devemos vigiar sobre qualquer passo dado neste presente século, visto que levamos o Seu nome diante de crentes e incrédulos [1 Cor. 10:32]. Por isso, o tema: “arrependimento”; não se trata apenas de uma ordenança do Senhor àqueles que estão fora do Corpo de Cristo, mas também de uma doutrina que deve ter primazia entre os Cristãos, pois há muitos crentes “coxeando entre dois pensamentos” [1 Reis 18:21]. Cristo, porém, afirmou: “Ninguém pode servir a dois senhores” [Mt. 6:24]; pois quem vive indeciso entre Jesus e o mundo não alcançará nada de Deus [Tg. 1:7,8], senão somente o juízo; também o autor da Carta aos Hebreus nos exorta: “Fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie, mas seja sarado” [Hb. 12:13]. E sendo assim, pregar arrependimento serve tanto para os cristãos como para os perdidos, tanto para aquele que está firme na fé, como para quem manqueja nela, pois conhecer a Cristo como seu salvador e redentor (quem resgata ou liberta alguém da pena de um crime ou de uma dívida, por meio do pagamento compensatório exigido) é o dever de todos.

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OS CINCO ESTÁGIOS DO ARREPENDIMENTO:

1. Convicção.           

2. Contrição.

3. Confissão de pecado.

4. Conversão.

5. Confissão de Cristo diante do mundo.

1. CONVICÇÃO. Se alguém não está convicto de que é um pecador e que não pode confiar na sua carne [Fl. 3:3,4] é um sinal de que ainda não se arrependeu de verdade; pois se ele pensa que não era tão mal antes de ingressar no Corpo de Cristo é porque está resistindo ao Espírito Santo [At. 7:51]. Uma convicção superficial de pecados fará com que crentes professos voltem às práticas de suas velhas vidas [Gl. 5:19-21]. E nestes últimos anos, muitos pregadores cristãos estão aparentemente mais ansiosos por uma profunda e verdadeira obra de Deus entre os membros de igrejas, do que alcançar um grande número de almas perdidas para o Reino do Céu. Porque se alguém confessa ser convertido, mas não reconhece a atrocidade de seus pecados, provavelmente se transformará num ouvinte endurecido [Tg. 1:22], e este não irá muito longe pelo caminho de Deus, pois no primeiro sopro de oposição, na primeira onda de perseguição ou quando os escarnecedores ridicularizarem a sua fé no Evangelho; ele voltará para os braços do mundo. É um erro lamentável tantas pessoas ingressarem nas igrejas sem nunca ter experimentado a verdadeira convicção de pecados; por causa de pregações vazias do Evangelho de Cristo, mas cheias de barulho, de persuasão humana e materialista, o pecado no coração do homem é tão sombrio hoje quanto o foi em qualquer outra época, e, às vezes, mais tenebroso ainda. Porque quanto maior for “a luz” [o acesso e as facilidades da informação] em que uma pessoa está vivendo, maior será diante de Deus sua responsabilidade, e, por conseguinte, maior a sua necessidade de profunda convicção do pecado [Lc.12:48]. Se não alcançarmos uma convicção de pecados que nos faça cair de joelhos aos pés de Deus, que nos faça completamente humilhados perante Ele ao ponto de termos perdido toda esperança em nós mesmos, não podemos encontrar o Salvador Jesus. “Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os doentes” [Mt. 9:12].

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Há três elementos que nos levam à verdadeira convicção: (a) A Consciência; (b) A Palavra de Deus; (c) O Espírito Santo. E todos os três são usados por Deus. 

(a). A CONSCIÊNCIA. Muito antes de existir a Palavra de Deus escrita, o Senhor tratava com o homem através da consciência. Foi por isto que Adão e Eva se esconderam da presença de Deus, entre as árvores do Jardim do Éden; e foi também a consciência quem acusou o pecado dos irmãos de José quando disseram: "Na verdade, somos culpados, acerca do nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não o acudimos, por isso vem sobre nós esta angústia" [Gn. 42:21] - (lembremo-nos, que mais de vinte anos se passaram depois que eles o venderam como cativo).

É a consciência do bem e do mal – do que é certo e do que é errado – que devemos usar com nossos filhos para inculcar-lhes o temor do Senhor, e isto antes deles atingirem a idade de poder entender a Palavra de Deus. E é a consciência que acusa ou inocenta o ímpio [Rm. 2:15]. A consciência é uma faculdade divinamente implantada no homem, que pede a ele que faça o que é certo e que o acusa quando fizer o que é errado; ela nasceu quando Adão e Eva comeram do fruto proibido, pois foi quando seus “olhos se abriram” que eles conheceram o bem e o mal.

A consciência julgará os nossos pensamentos, palavras, e ações, mesmo contra nossa vontade, quer seja aprovando as ações ou condenando-as, isto de acordo com a sua avaliação de certo ou errado. Ninguém pode violar sua consciência sem sentir a sua condenação. Porém, a consciência não é um guia seguro, porque ela só dirá que uma coisa é errada depois de você a praticar. Portanto, ela precisa ser iluminada por Deus porque faz parte de nossa natureza caída [Pv. 20:27; Rm. 8:16 e 1 Ts. 5:19]. E muitas pessoas fazem o que é errado sem serem condenadas pela consciência, não porque ela não está agindo, mas porque foi sufocada por um tempo, contudo, mais cedo ou mais tarde ela gritará! Vejam o que o apóstolo Paulo disse: "Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu praticar contra o Nome de Jesus, o Nazareno" [At. 26:9]. Mas mesmo praticando o mal como se fosse o certo a fazer, no íntimo, Paulo sentia as agulhadas da sua consciência [At. 26:14]. Portanto, a própria consciência precisa ser educada por Deus; pois assim como um relógio despertador que acorda um sonolento, mas que com o tempo o dorminhoco se acostuma com seu alarme e o relógio perde o seu efeito, da mesma forma a consciência também pode ser ignorada.

Obs:- A humanidade vem se sobrecarregando continuamente de tantas “cargas mundanas” para fazer silenciar a voz de suas consciências, que acabam induzidas a considerar o errado como certo, e o certo como errado. Creio que se as pessoas deixassem de sufocar suas consciências com bebidas alcoólicas, gritaria, músicas barulhentas, sensualidade, pornografia, escárnio, drogas, com a cobiça e com o consumismo dos bens mundanos, elas, ou se converteriam a Deus ou cometeriam suicídio. Creio que é um erro não dirigirmos mais pregações voltadas para a consciência humana... Contudo, no devido tempo, a consciência foi suplantada pela Lei de Deus [Rm. 7:9 e 1 Cor. 13:11], e a Lei, no seu tempo exato se cumpriu em Cristo [Rm. 7:23-25 e Hb. 9:6-11].

(b). A PALAVRA DE DEUS. Neste país cristão, onde muitas pessoas têm Bíblias, a Escritura Sagrada é o meio que Deus usa para produzir a convicção de pecado nos corações humanos. A Bíblia nos diz o que é certo e o que é errado antes de cometermos o pecado [Rm. 15:4 e 1 Cor. 10:6-12], e assim, o que precisamos é conhecê-la para tomar posse de seus ensinos, mas sob a direção do Espírito Santo; pois a luz da nossa  consciência comparada à Bíblia será como uma vela comparada ao sol.

Vejamos agora como a Palavra de Deus convenceu aquela multidão de judeus no dia de Pentecostes; pois Lucas escreveu que, cheio do Espírito Santo, Pedro pregou as Escrituras começando no Livro de Joel [cap. 2], passou pelo o Livro dos Salmos [cap. 16], e intercalou os textos que expôs com o testemunho da morte e ressurreição de Cristo; e assim concluiu dizendo: "Saiba, pois, com certeza toda casa de Israel que, a este Jesus, que vós crucificastes; Deus o fez Senhor e Cristo". "E ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos nós, irmãos?" [At. 2:36,37].

(c). O ESPÍRITO SANTO. Em terceiro lugar, enfim, o Espírito Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo [João 16:8]. As mais poderosas reuniões da igreja são aquelas em que há uma espécie de quietude sobre os ouvintes, pois é quando o poder invisível do Espírito de Deus se apodera das consciências.

Isaías tem uma visão; ele vê o Senhor assentado num alto e sublime trono, vê a orla do seu manto encher o Templo; vê os serafins voando por cima dEle, e vê que esses “seres ardentes” possuem seis asas, e que com duas delas “cobriam seus pés” [Ecl. 5:1], e com duas, em sinal de reverência, cobriam seus rostos [Sl. 89:7], e com duas voavam [Sl. 104:4]; eles clamavam uns aos outros: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, toda a Terra está cheia da sua glória! E a soleira e os batentes das portas se moveram à voz dos que clamavam, e a Casa se encheu da fumaça: da nuvem da glória do Senhor – “Deus entrou em Sua Casa”.  _ Um senso de reverência veio sobre Isaías, e naquela mesma hora sentiu a convicção de seus pecados e disse: “Ai de mim que vou perecendo, pois sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o Senhor dos Exércitos” [Isaías 6:1-5].

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2. CONTRIÇÃO. O próximo degrau para o arrependimento é a contrição, que é um profundo sentimento de tristeza, mas segundo Deus [2 Cor. 7:9,10], e de humilhação no coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição será porque o não houve uma real convicção de pecado (1º degrau), e aí voltaremos direto para o velho homem; este é um problema recorrente de muitos cristãos. Uma filha pode ofender sua mãe, e porque a sua consciência lhe perturba, então ela pede perdão, mas se não houve uma contrição, um pesar de culpa por tê-la ofendido e quebrado um princípio bíblico [Êx. 20:12], depois de algum tempo poderá repetir o mesmo ato impulsivo.

Deus quer de nós é a CONTRIÇÃO (profunda tristeza acompanhada de arrependimento em consequência da quebra da lei de Deus; um sentimento de culpa por ofensas praticadas contra Deus ou contra o próximo. Ver: Is. 59:12 e Mt. 22:37-40), e se não houver contrição, não haverá arrependimento completo; pois: "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido" [Sl. 34:18]; e: "Coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus" [Sl. 51:17b].

Muitos pecadores sofrem por seus pecados e lamentam por sua situação, porque não suportam mais continuar pecando; contudo, não se arrependem com seus corações quebrantados, porque a humanidade não sabe como se arrepender de verdade; o sentimento de miséria que brota no coração de um homem sem Deus, se não for direcionado para a fé em Jesus Cristo, isto é, se ele não foi convencido do seu pecado pela ação Espírito Santo, seu pesar de coração se transforma em remorso; nós bem sabemos o fim da história de Judas depois de se arrepender por ter traído ao Senhor Jesus.

Quebrantado – segundo a Bíblia – é sinônimo de enfraquecer, de adoecer; ou seja, um coração quebrantado é um coração enfraquecido, adoecido, e Jesus expõe esta questão, dizendo que todos os pensamentos e desejos provêm do coração, da alma humana [Mt. 15:18,19]; então, esse coração pecador precisa ser “enfraquecido”, isto é, precisa perder a vontade de pecar; o pecador necessita reconhecer que está “doente” na alma para se arrepender de verdade, e só então estará pronto para procurar a ajuda de Jesus Cristo [Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” – Marcos 2:17].

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3. CONFISSÃO DE PECADO. Se tivermos convicção e verdadeira contrição, elas nos levarão a confessarmos nossos pecados. A maior parte dos problemas da vida cristã resulta da não confissão dos pecados. Temos a tendência de esconder nossos pecados debaixo de aparências de santidade; os fariseus do tempo de Cristo faziam isto religiosamente e se orgulhavam disso [ver o cap. de Mt. 23]. Não havia confissão neles nem diante de Deus [ver Lc. 18:9-12 – o fariseu e o publicano orando no Templo]. Alguém já disse: "Pecados não confessados são como uma bala alojada no corpo". Se você não tiver domínio sobre a carne, talvez seja porque há algum pecado que precisa ser confessado, tem alguma coisa em sua vida que necessita ser removida, como uma bala alojada que precisa ser extraída do corpo, para que a ferida fique limpa e cicatrize. Não importa quantos salmos e hinos você cante, ou às quantas reuniões da igreja você compareça, ou o quanto você ora e lê a sua Bíblia, nada disso expulsará esse tipo de problema.

O pecado deve ser confessado, mas se o meu orgulho me impede de confessá-lo, não devo esperar a misericórdia de Deus e nem respostas às minhas orações, porque “Deus não ouve a pecadores” [João 9:31]. Mas que fique bem claro que ter domínio próprio não exclui a possibilidade de pecar, pois ainda vivemos no mundo, porém pecar para um crente não é regra, mas exceção, um “acidente no percurso desta vida”; um crente fiel não vive pecando, porque a semente de Deus está nele, por isso não pode pecar, porque nasceu de Deus [1 João 3:9].

A Bíblia diz: "O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará" [Pv 28:13]. Pode ser um pastor, um sacerdote, ou um rei no trono; não importa quem quer que seja; a humanidade vem tentando fazê-lo há seis mil anos, mas como Adão tentou e falhou [Gn. 3:8], e como Moisés também tentou – quando enterrou na areia o egípcio que matou – e falhou [Êx. 2:11-14].

"Sabei que o vosso pecado vos há de achar" [Nm. 32:26b].

“A sua obra cairá sobre a sua cabeça” [Sl. 7:16a].

Se o pecado não for coberto e apagado pelo sangue de Jesus, por mais que tentemos escondê-lo, um dia ele tornará a aparecer e reclamará o senhorio de nossa vida. Se ninguém nunca conseguiu fazer isso em seis mil anos é melhor nós desistirmos de tentar; pois só se é livre do pecado, se o Filho nos libertar [João 8:36].

Três tipos de confissão – Todo pecado é contra Deus [1 João 5:17], e a Ele deve ser confessado, todavia há três maneiras de confessá-los; pois há pecados que eu não preciso confessar a ninguém no mundo, senão a Deus, porque se o meu pecado foi somente contra Deus, devo confessá-lo sozinho no meu quarto (não preciso dizê-lo no ouvido de nenhum mortal).

O filho pródigo - arrependido de sua miséria - confessou: "Pai, pequei contra o céu e diante de Ti" [Lc. 15:18]... E Davi também – depois de ser confrontado por Natã [2 Sm. 12:1-13] - confessou: "Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos" [Sl. 51:4a] (Obs:- Porém, lendo o que Davi escreveu no Salmo 51:4, alguém poderá dizer: “Mas Davi não pecou ‘somente contra Deus’, pecou também contra Urias”; sim é claro que Davi pecou contra o marido de Bate-Seba, mas Urias já estava morto [2 Sm. 11:17] e Davi não podia mais pedir seu perdão, senão somente o de Deus – ler: 2 Sm. 12:1-13). Agora, se eu pecar contra uma pessoa, mesmo que ela não saiba que a prejudiquei, eu deverei confessar o meu pecado não somente a Deus, mas também a quem prejudiquei. E se o meu orgulho me impedir de confessar a quem prejudiquei, não tenho o direito de me dirigir a Deus; posso orar, posso chorar, mas isso não adiantará nada, porque estou devendo àquela pessoa minha confissão; só depois de “pagar o que devo”, Deus me ouvirá e aceitará a minha oferta, e então verei com que rapidez o Senhor me aceitará e me enviará a Sua paz. "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta". [Mt 5:23,24]. Este é o caminho bíblico e não há outro.

1 João 1:7. Mas, se andarmos na luz, como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.

Há outra classe de pecados que devem ser confessados em público. Suponhamos que fui publicamente conhecido como um blasfemador, um alcoólatra ou um depravado. Se me arrependo de meus pecados, devo ao público uma confissão direta dos meus erros. A confissão deve ser tão pública quanto foi a minha transgressão. Muitas vezes uma pessoa dirá algo maldoso a respeito de outra na presença de terceiros, e então tentará apaziguar isso indo somente àquele que prejudicou. Não! A confissão deverá ser feita de forma que todos os que ouviram a transgressão, também possam ouvir a confissão. Somos bons em ver o pecado de outras pessoas, mas se experimentarmos um verdadeiro arrependimento, nós ficaremos mais que ocupados cuidando dos nossos próprios pecados; pois quando alguém dá uma boa olhada no “espelho de Deus”, não encontrará ali as faltas dos outros, mas somente as suas; e há coisas demais a ver em si mesmo quando estamos na presença de Deus [Is. 6:1-5]; com uma trave nos olhos é impossível enxergar direito para tirar o cisco no olho do irmão [Mt. 7:3-5].

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" – 1 João 1:9.

“Obrigado Senhor pelo teu Evangelho”! Crentes, se há algum pecado em suas vidas, hoje mesmo resolvam confessá-lo e sejam perdoados. Não deixem nenhuma incerteza entre vocês e Deus. “Garantam o seu título para a mansão que Cristo foi preparar para nós”.

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4. CONVERSÃO. A confissão leva à verdadeira conversão, e não pode haver uma verdadeira conversão até que se tenha passado por estes três estágios: 1º. Convicção, 2º. Contrição e 3º. Confissão de pecados.

Dizemos que uma pessoa é "convertida" quando “nasce de novo”, mas conversão tem também outro significado na Bíblia. O apóstolo Pedro disse: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos..." [At. 3:19a]. Existe uma versão [NVI] que traduz assim: "Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus...". E Paulo disse que não foi desobediente à visão celestial, mas começou a pregar a judeus e gentios para que se arrependessem e se voltassem para Deus.

Certo teólogo de outra época disse: “Todos nós nascemos de costas para Deus; o arrependimento é uma mudança de trajetória é uma volta de cento e oitenta graus. Se o pecado é afastar-se de Deus, a conversão é voltar-se para Ele; pois como alguém já disse: “Pecado é a aversão a Deus e a conversão para o mundo”; então, o verdadeiro arrependimento é a conversão para Deus e a aversão ao mundo. Quando há verdadeira contrição, o coração está entristecido por causa do pecado; e quando há verdadeira conversão, o coração fica liberto do pecado. Aí, então, deixamos a velha vida, e somos “tirados da potestade das trevas e transportados para o reino do Filho do Seu amor” [Cl. 1:13]; e isto é maravilhoso! Portanto, se no nosso arrependimento não houver essa conversão, essa volta a Deus com o coração consciente de que infringimos a Sua Lei, e que a nossa alma está doente e precisa de ajuda, e que somente Ele pode nos livrar dos nossos pecados, o nosso arrependimento não vale muito, na verdade não nos vale de nada. Se alguém continua no pecado e amando o que desagrada a Deus, a sua profissão de fé é inútil; confessá-lo como Senhor, mas sem obedecê-lo [Lc. 6:46] é possuir uma fé morta [Tg. 2:26].

Salomão orou: “Quando os céus se fecharem, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar, e confessarem teu Nome, e se converterem dos seus pecados, quando Tu os afligires, Então, ouve Tu desde os céus, e perdoa o pecado dos teus servos, e do teu povo Israel, ensinando-lhes o bom caminho, em que andem; e dá chuva sobre a tua terra, que deste ao teu povo em herança” [2 Cr. 6:26,27]...

.... E o Senhor respondeu: "Se o meu povo, que se chama pelo meu Nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" [2 Cr 7:14].

Vejam que a oração e a confissão não seriam de proveito nenhum se o povo continuasse em pecado. Vamos prestar mais atenção ao chamado de Deus; vamos nos despojar do velho homem e nos revestir do Novo [Ef. 4:22,23], abandonemos a vã maneira de viver que por tradição recebemos dos nossos pais [1 Pe. 1:18]. Voltemos ao Senhor, e Ele terá misericórdia de nós, voltemos ao nosso Deus, porque Ele nos perdoará, pois é abundantemente misericordioso [Sl. 119:156].

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5. A CONFISSÃO DE CRISTO AO MUNDO. Se você é convertido, o próximo passo é confessar isso abertamente. Leiamos isto:

"Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação" [Rm 10:9, 10].

A confissão de Cristo é o clímax da obra do arrependimento; porém, a confissão de Cristo ao mundo só se dará, verdadeiramente, depois de passarmos pelos quatro estágios do arrependimento, os quais são: 1º. Convicção (eu reconheço que sou um pecador diante de Deus), 2º. Contrição (eu reconheço que estou doente e preciso da ajuda divina), 3º. Confissão de pecado (eu reconheço que preciso reparar meu erro, seja com Deus ou com os homens) e 4º. Conversão (eu reconheço que só posso voltar ao Pai por meio do Seu Filho Jesus). Então, a confissão de Cristo de agora em diante será um dever de cada cristão renascido da água da Palavra de Deus e do Espírito Santo (Deus é Espírito e seus adoradores o adoram em espírito e em verdade) [João 3:5,6 e 4:24]; todos nós cristãos devemos isto a Cristo, ao mundo, aos nossos semelhantes e a nós mesmos [Rm. 13:8]. O nosso Senhor Jesus morreu para nos redimir de todo pecado e de toda injustiça; porventura poderíamos estar envergonhados ou com medo de confessá-Lo? Uma religião abstrata, isto é, não vivida e nem praticada e tida como uma doutrina fora da realidade; será inútil para este mundo perdido e sem serventia para Deus. Mas o testemunho de uma experiência pessoal vivida com Deus, sempre terá peso nesta Terra e no Céu.

----------------------------------------------------------------------------------------------------CONCLUSÃO.

Irmãos em Cristo, eu creio que todos os crentes se cansariam do cristianismo medíocre que têm vivido se, quando na presença de Deus, se pusessem no seu devido lugar, tal como está escrito em Ecl. 5:1 (Guarda o teu pé, quando entrares na presença de Deus...); mas nós, quando nos chegamos a Deus, ao invés de pedir “coisinhas” egoístas, vaidades mesquinhas, frutos de filhos mimados que somos; deveríamos entender que um servo não trabalha visando seus próprios interesses, mas labuta pelos do seu Senhor. Neemias 8:10; lembram-se? [“A alegria do Senhor é a nossa força!”]. Então vamos nos entregar cem por cento por Cristo e para Cristo; vamos fazer valer cada gota de sangue que Ele verteu por nós desde o Getsêmani até o Calvário. Não vamos dar um som inseguro; “Porque se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” [1 Cor. 14:8]. Mas se o mundo quer nos chamar de tolos, que o faça; é apenas por um pouco de tempo, pois o dia da coroação está chegando...

“Graças a Deus pelo Seu dom inefável”! [2 Cor. 9:15]. Graças a Deus pelo privilégio que temos de confessar ao mundo que Jesus Cristo é o nosso Senhor! Amém!

 Ev. Levi.