MANANCIAL

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"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

domingo, 21 de maio de 2023

ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS [Hb. 6:1].

ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS. 

Baseado no sermão: Arrependimento é deixar o pecado; do Ev. Dwight Lyman Moody - 05/Fev/1837 – 22/Dez/1899.

 Preâmbulo.

 Tanto a igreja evangélica ocidental quanto o mundo sem Deus necessitam de um genuíno arrependimento de obras mortas, e isto precisa acontecer antes que algum bem possa ser feito na Terra [2 Cr. 7:13,14]. O baixo padrão de vida dos cristãos mantém muita gente cativa nos seus pecados. Se o incrédulo vê que o povo que se chama pelo Nome de Cristo não vive uma vida piedosa no temor do Senhor, isto é, mantêm um conduta semelhante aos de fora da igreja, não se pode esperar que pecadores se arrependam e se convertam de seu mau caminho. Nós crentes devemos nos arrepender diariamente, pois que conhecemos a Cristo, e que Ele é Santo, e que na nossa carne não habita bem algum [Rm. 7:18]; portanto, devemos vigiar sobre qualquer passo dado neste presente século, visto que levamos o Seu nome diante de crentes e incrédulos [1 Cor. 10:32]. Por isso, o tema: “arrependimento”; não se trata apenas de uma ordenança do Senhor àqueles que estão fora do Corpo de Cristo, mas também de uma doutrina que deve ter primazia entre os Cristãos, pois há muitos crentes “coxeando entre dois pensamentos” [1 Reis 18:21]. Cristo, porém, afirmou: “Ninguém pode servir a dois senhores” [Mt. 6:24]; pois quem vive indeciso entre Jesus e o mundo não alcançará nada de Deus [Tg. 1:7,8], senão somente o juízo; também o autor da Carta aos Hebreus nos exorta: “Fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie, mas seja sarado” [Hb. 12:13]. E sendo assim, pregar arrependimento serve tanto para os cristãos como para os perdidos, tanto para aquele que está firme na fé, como para quem manqueja nela, pois conhecer a Cristo como seu salvador e redentor (quem resgata ou liberta alguém da pena de um crime ou de uma dívida, por meio do pagamento compensatório exigido) é o dever de todos.

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OS CINCO ESTÁGIOS DO ARREPENDIMENTO:

1. Convicção.           

2. Contrição.

3. Confissão de pecado.

4. Conversão.

5. Confissão de Cristo diante do mundo.

1. CONVICÇÃO. Se alguém não está convicto de que é um pecador e que não pode confiar na sua carne [Fl. 3:3,4] é um sinal de que ainda não se arrependeu de verdade; pois se ele pensa que não era tão mal antes de ingressar no Corpo de Cristo é porque está resistindo ao Espírito Santo [At. 7:51]. Uma convicção superficial de pecados fará com que crentes professos voltem às práticas de suas velhas vidas [Gl. 5:19-21]. E nestes últimos anos, muitos pregadores cristãos estão aparentemente mais ansiosos por uma profunda e verdadeira obra de Deus entre os membros de igrejas, do que alcançar um grande número de almas perdidas para o Reino do Céu. Porque se alguém confessa ser convertido, mas não reconhece a atrocidade de seus pecados, provavelmente se transformará num ouvinte endurecido [Tg. 1:22], e este não irá muito longe pelo caminho de Deus, pois no primeiro sopro de oposição, na primeira onda de perseguição ou quando os escarnecedores ridicularizarem a sua fé no Evangelho; ele voltará para os braços do mundo. É um erro lamentável tantas pessoas ingressarem nas igrejas sem nunca ter experimentado a verdadeira convicção de pecados; por causa de pregações vazias do Evangelho de Cristo, mas cheias de barulho, de persuasão humana e materialista, o pecado no coração do homem é tão sombrio hoje quanto o foi em qualquer outra época, e, às vezes, mais tenebroso ainda. Porque quanto maior for “a luz” [o acesso e as facilidades da informação] em que uma pessoa está vivendo, maior será diante de Deus sua responsabilidade, e, por conseguinte, maior a sua necessidade de profunda convicção do pecado [Lc.12:48]. Se não alcançarmos uma convicção de pecados que nos faça cair de joelhos aos pés de Deus, que nos faça completamente humilhados perante Ele ao ponto de termos perdido toda esperança em nós mesmos, não podemos encontrar o Salvador Jesus. “Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os doentes” [Mt. 9:12].

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Há três elementos que nos levam à verdadeira convicção: (a) A Consciência; (b) A Palavra de Deus; (c) O Espírito Santo. E todos os três são usados por Deus. 

(a). A CONSCIÊNCIA. Muito antes de existir a Palavra de Deus escrita, o Senhor tratava com o homem através da consciência. Foi por isto que Adão e Eva se esconderam da presença de Deus, entre as árvores do Jardim do Éden; e foi também a consciência quem acusou o pecado dos irmãos de José quando disseram: "Na verdade, somos culpados, acerca do nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não o acudimos, por isso vem sobre nós esta angústia" [Gn. 42:21] - (lembremo-nos, que mais de vinte anos se passaram depois que eles o venderam como cativo).

É a consciência do bem e do mal – do que é certo e do que é errado – que devemos usar com nossos filhos para inculcar-lhes o temor do Senhor, e isto antes deles atingirem a idade de poder entender a Palavra de Deus. E é a consciência que acusa ou inocenta o ímpio [Rm. 2:15]. A consciência é uma faculdade divinamente implantada no homem, que pede a ele que faça o que é certo e que o acusa quando fizer o que é errado; ela nasceu quando Adão e Eva comeram do fruto proibido, pois foi quando seus “olhos se abriram” que eles conheceram o bem e o mal.

A consciência julgará os nossos pensamentos, palavras, e ações, mesmo contra nossa vontade, quer seja aprovando as ações ou condenando-as, isto de acordo com a sua avaliação de certo ou errado. Ninguém pode violar sua consciência sem sentir a sua condenação. Porém, a consciência não é um guia seguro, porque ela só dirá que uma coisa é errada depois de você a praticar. Portanto, ela precisa ser iluminada por Deus porque faz parte de nossa natureza caída [Pv. 20:27; Rm. 8:16 e 1 Ts. 5:19]. E muitas pessoas fazem o que é errado sem serem condenadas pela consciência, não porque ela não está agindo, mas porque foi sufocada por um tempo, contudo, mais cedo ou mais tarde ela gritará! Vejam o que o apóstolo Paulo disse: "Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu praticar contra o Nome de Jesus, o Nazareno" [At. 26:9]. Mas mesmo praticando o mal como se fosse o certo a fazer, no íntimo, Paulo sentia as agulhadas da sua consciência [At. 26:14]. Portanto, a própria consciência precisa ser educada por Deus; pois assim como um relógio despertador que acorda um sonolento, mas que com o tempo o dorminhoco se acostuma com seu alarme e o relógio perde o seu efeito, da mesma forma a consciência também pode ser ignorada.

Obs:- A humanidade vem se sobrecarregando continuamente de tantas “cargas mundanas” para fazer silenciar a voz de suas consciências, que acabam induzidas a considerar o errado como certo, e o certo como errado. Creio que se as pessoas deixassem de sufocar suas consciências com bebidas alcoólicas, gritaria, músicas barulhentas, sensualidade, pornografia, escárnio, drogas, com a cobiça e com o consumismo dos bens mundanos, elas, ou se converteriam a Deus ou cometeriam suicídio. Creio que é um erro não dirigirmos mais pregações voltadas para a consciência humana... Contudo, no devido tempo, a consciência foi suplantada pela Lei de Deus [Rm. 7:9 e 1 Cor. 13:11], e a Lei, no seu tempo exato se cumpriu em Cristo [Rm. 7:23-25 e Hb. 9:6-11].

(b). A PALAVRA DE DEUS. Neste país cristão, onde muitas pessoas têm Bíblias, a Escritura Sagrada é o meio que Deus usa para produzir a convicção de pecado nos corações humanos. A Bíblia nos diz o que é certo e o que é errado antes de cometermos o pecado [Rm. 15:4 e 1 Cor. 10:6-12], e assim, o que precisamos é conhecê-la para tomar posse de seus ensinos, mas sob a direção do Espírito Santo; pois a luz da nossa  consciência comparada à Bíblia será como uma vela comparada ao sol.

Vejamos agora como a Palavra de Deus convenceu aquela multidão de judeus no dia de Pentecostes; pois Lucas escreveu que, cheio do Espírito Santo, Pedro pregou as Escrituras começando no Livro de Joel [cap. 2], passou pelo o Livro dos Salmos [cap. 16], e intercalou os textos que expôs com o testemunho da morte e ressurreição de Cristo; e assim concluiu dizendo: "Saiba, pois, com certeza toda casa de Israel que, a este Jesus, que vós crucificastes; Deus o fez Senhor e Cristo". "E ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos nós, irmãos?" [At. 2:36,37].

(c). O ESPÍRITO SANTO. Em terceiro lugar, enfim, o Espírito Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo [João 16:8]. As mais poderosas reuniões da igreja são aquelas em que há uma espécie de quietude sobre os ouvintes, pois é quando o poder invisível do Espírito de Deus se apodera das consciências.

Isaías tem uma visão; ele vê o Senhor assentado num alto e sublime trono, vê a orla do seu manto encher o Templo; vê os serafins voando por cima dEle, e vê que esses “seres ardentes” possuem seis asas, e que com duas delas “cobriam seus pés” [Ecl. 5:1], e com duas, em sinal de reverência, cobriam seus rostos [Sl. 89:7], e com duas voavam [Sl. 104:4]; eles clamavam uns aos outros: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, toda a Terra está cheia da sua glória! E a soleira e os batentes das portas se moveram à voz dos que clamavam, e a Casa se encheu da fumaça: da nuvem da glória do Senhor – “Deus entrou em Sua Casa”.  _ Um senso de reverência veio sobre Isaías, e naquela mesma hora sentiu a convicção de seus pecados e disse: “Ai de mim que vou perecendo, pois sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o Senhor dos Exércitos” [Isaías 6:1-5].

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2. CONTRIÇÃO. O próximo degrau para o arrependimento é a contrição, que é um profundo sentimento de tristeza, mas segundo Deus [2 Cor. 7:9,10], e de humilhação no coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição será porque o não houve uma real convicção de pecado (1º degrau), e aí voltaremos direto para o velho homem; este é um problema recorrente de muitos cristãos. Uma filha pode ofender sua mãe, e porque a sua consciência lhe perturba, então ela pede perdão, mas se não houve uma contrição, um pesar de culpa por tê-la ofendido e quebrado um princípio bíblico [Êx. 20:12], depois de algum tempo poderá repetir o mesmo ato impulsivo.

Deus quer de nós é a CONTRIÇÃO (profunda tristeza acompanhada de arrependimento em consequência da quebra da lei de Deus; um sentimento de culpa por ofensas praticadas contra Deus ou contra o próximo. Ver: Is. 59:12 e Mt. 22:37-40), e se não houver contrição, não haverá arrependimento completo; pois: "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido" [Sl. 34:18]; e: "Coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus" [Sl. 51:17b].

Muitos pecadores sofrem por seus pecados e lamentam por sua situação, porque não suportam mais continuar pecando; contudo, não se arrependem com seus corações quebrantados, porque a humanidade não sabe como se arrepender de verdade; o sentimento de miséria que brota no coração de um homem sem Deus, se não for direcionado para a fé em Jesus Cristo, isto é, se ele não foi convencido do seu pecado pela ação Espírito Santo, seu pesar de coração se transforma em remorso; nós bem sabemos o fim da história de Judas depois de se arrepender por ter traído ao Senhor Jesus.

Quebrantado – segundo a Bíblia – é sinônimo de enfraquecer, de adoecer; ou seja, um coração quebrantado é um coração enfraquecido, adoecido, e Jesus expõe esta questão, dizendo que todos os pensamentos e desejos provêm do coração, da alma humana [Mt. 15:18,19]; então, esse coração pecador precisa ser “enfraquecido”, isto é, precisa perder a vontade de pecar; o pecador necessita reconhecer que está “doente” na alma para se arrepender de verdade, e só então estará pronto para procurar a ajuda de Jesus Cristo [Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” – Marcos 2:17].

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3. CONFISSÃO DE PECADO. Se tivermos convicção e verdadeira contrição, elas nos levarão a confessarmos nossos pecados. A maior parte dos problemas da vida cristã resulta da não confissão dos pecados. Temos a tendência de esconder nossos pecados debaixo de aparências de santidade; os fariseus do tempo de Cristo faziam isto religiosamente e se orgulhavam disso [ver o cap. de Mt. 23]. Não havia confissão neles nem diante de Deus [ver Lc. 18:9-12 – o fariseu e o publicano orando no Templo]. Alguém já disse: "Pecados não confessados são como uma bala alojada no corpo". Se você não tiver domínio sobre a carne, talvez seja porque há algum pecado que precisa ser confessado, tem alguma coisa em sua vida que necessita ser removida, como uma bala alojada que precisa ser extraída do corpo, para que a ferida fique limpa e cicatrize. Não importa quantos salmos e hinos você cante, ou às quantas reuniões da igreja você compareça, ou o quanto você ora e lê a sua Bíblia, nada disso expulsará esse tipo de problema.

O pecado deve ser confessado, mas se o meu orgulho me impede de confessá-lo, não devo esperar a misericórdia de Deus e nem respostas às minhas orações, porque “Deus não ouve a pecadores” [João 9:31]. Mas que fique bem claro que ter domínio próprio não exclui a possibilidade de pecar, pois ainda vivemos no mundo, porém pecar para um crente não é regra, mas exceção, um “acidente no percurso desta vida”; um crente fiel não vive pecando, porque a semente de Deus está nele, por isso não pode pecar, porque nasceu de Deus [1 João 3:9].

A Bíblia diz: "O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará" [Pv 28:13]. Pode ser um pastor, um sacerdote, ou um rei no trono; não importa quem quer que seja; a humanidade vem tentando fazê-lo há seis mil anos, mas como Adão tentou e falhou [Gn. 3:8], e como Moisés também tentou – quando enterrou na areia o egípcio que matou – e falhou [Êx. 2:11-14].

"Sabei que o vosso pecado vos há de achar" [Nm. 32:26b].

“A sua obra cairá sobre a sua cabeça” [Sl. 7:16a].

Se o pecado não for coberto e apagado pelo sangue de Jesus, por mais que tentemos escondê-lo, um dia ele tornará a aparecer e reclamará o senhorio de nossa vida. Se ninguém nunca conseguiu fazer isso em seis mil anos é melhor nós desistirmos de tentar; pois só se é livre do pecado, se o Filho nos libertar [João 8:36].

Três tipos de confissão – Todo pecado é contra Deus [1 João 5:17], e a Ele deve ser confessado, todavia há três maneiras de confessá-los; pois há pecados que eu não preciso confessar a ninguém no mundo, senão a Deus, porque se o meu pecado foi somente contra Deus, devo confessá-lo sozinho no meu quarto (não preciso dizê-lo no ouvido de nenhum mortal).

O filho pródigo - arrependido de sua miséria - confessou: "Pai, pequei contra o céu e diante de Ti" [Lc. 15:18]... E Davi também – depois de ser confrontado por Natã [2 Sm. 12:1-13] - confessou: "Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos" [Sl. 51:4a] (Obs:- Porém, lendo o que Davi escreveu no Salmo 51:4, alguém poderá dizer: “Mas Davi não pecou ‘somente contra Deus’, pecou também contra Urias”; sim é claro que Davi pecou contra o marido de Bate-Seba, mas Urias já estava morto [2 Sm. 11:17] e Davi não podia mais pedir seu perdão, senão somente o de Deus – ler: 2 Sm. 12:1-13). Agora, se eu pecar contra uma pessoa, mesmo que ela não saiba que a prejudiquei, eu deverei confessar o meu pecado não somente a Deus, mas também a quem prejudiquei. E se o meu orgulho me impedir de confessar a quem prejudiquei, não tenho o direito de me dirigir a Deus; posso orar, posso chorar, mas isso não adiantará nada, porque estou devendo àquela pessoa minha confissão; só depois de “pagar o que devo”, Deus me ouvirá e aceitará a minha oferta, e então verei com que rapidez o Senhor me aceitará e me enviará a Sua paz. "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta". [Mt 5:23,24]. Este é o caminho bíblico e não há outro.

1 João 1:7. Mas, se andarmos na luz, como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.

Há outra classe de pecados que devem ser confessados em público. Suponhamos que fui publicamente conhecido como um blasfemador, um alcoólatra ou um depravado. Se me arrependo de meus pecados, devo ao público uma confissão direta dos meus erros. A confissão deve ser tão pública quanto foi a minha transgressão. Muitas vezes uma pessoa dirá algo maldoso a respeito de outra na presença de terceiros, e então tentará apaziguar isso indo somente àquele que prejudicou. Não! A confissão deverá ser feita de forma que todos os que ouviram a transgressão, também possam ouvir a confissão. Somos bons em ver o pecado de outras pessoas, mas se experimentarmos um verdadeiro arrependimento, nós ficaremos mais que ocupados cuidando dos nossos próprios pecados; pois quando alguém dá uma boa olhada no “espelho de Deus”, não encontrará ali as faltas dos outros, mas somente as suas; e há coisas demais a ver em si mesmo quando estamos na presença de Deus [Is. 6:1-5]; com uma trave nos olhos é impossível enxergar direito para tirar o cisco no olho do irmão [Mt. 7:3-5].

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" – 1 João 1:9.

“Obrigado Senhor pelo teu Evangelho”! Crentes, se há algum pecado em suas vidas, hoje mesmo resolvam confessá-lo e sejam perdoados. Não deixem nenhuma incerteza entre vocês e Deus. “Garantam o seu título para a mansão que Cristo foi preparar para nós”.

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4. CONVERSÃO. A confissão leva à verdadeira conversão, e não pode haver uma verdadeira conversão até que se tenha passado por estes três estágios: 1º. Convicção, 2º. Contrição e 3º. Confissão de pecados.

Dizemos que uma pessoa é "convertida" quando “nasce de novo”, mas conversão tem também outro significado na Bíblia. O apóstolo Pedro disse: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos..." [At. 3:19a]. Existe uma versão [NVI] que traduz assim: "Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus...". E Paulo disse que não foi desobediente à visão celestial, mas começou a pregar a judeus e gentios para que se arrependessem e se voltassem para Deus.

Certo teólogo de outra época disse: “Todos nós nascemos de costas para Deus; o arrependimento é uma mudança de trajetória é uma volta de cento e oitenta graus. Se o pecado é afastar-se de Deus, a conversão é voltar-se para Ele; pois como alguém já disse: “Pecado é a aversão a Deus e a conversão para o mundo”; então, o verdadeiro arrependimento é a conversão para Deus e a aversão ao mundo. Quando há verdadeira contrição, o coração está entristecido por causa do pecado; e quando há verdadeira conversão, o coração fica liberto do pecado. Aí, então, deixamos a velha vida, e somos “tirados da potestade das trevas e transportados para o reino do Filho do Seu amor” [Cl. 1:13]; e isto é maravilhoso! Portanto, se no nosso arrependimento não houver essa conversão, essa volta a Deus com o coração consciente de que infringimos a Sua Lei, e que a nossa alma está doente e precisa de ajuda, e que somente Ele pode nos livrar dos nossos pecados, o nosso arrependimento não vale muito, na verdade não nos vale de nada. Se alguém continua no pecado e amando o que desagrada a Deus, a sua profissão de fé é inútil; confessá-lo como Senhor, mas sem obedecê-lo [Lc. 6:46] é possuir uma fé morta [Tg. 2:26].

Salomão orou: “Quando os céus se fecharem, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar, e confessarem teu Nome, e se converterem dos seus pecados, quando Tu os afligires, Então, ouve Tu desde os céus, e perdoa o pecado dos teus servos, e do teu povo Israel, ensinando-lhes o bom caminho, em que andem; e dá chuva sobre a tua terra, que deste ao teu povo em herança” [2 Cr. 6:26,27]...

.... E o Senhor respondeu: "Se o meu povo, que se chama pelo meu Nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" [2 Cr 7:14].

Vejam que a oração e a confissão não seriam de proveito nenhum se o povo continuasse em pecado. Vamos prestar mais atenção ao chamado de Deus; vamos nos despojar do velho homem e nos revestir do Novo [Ef. 4:22,23], abandonemos a vã maneira de viver que por tradição recebemos dos nossos pais [1 Pe. 1:18]. Voltemos ao Senhor, e Ele terá misericórdia de nós, voltemos ao nosso Deus, porque Ele nos perdoará, pois é abundantemente misericordioso [Sl. 119:156].

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5. A CONFISSÃO DE CRISTO AO MUNDO. Se você é convertido, o próximo passo é confessar isso abertamente. Leiamos isto:

"Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação" [Rm 10:9, 10].

A confissão de Cristo é o clímax da obra do arrependimento; porém, a confissão de Cristo ao mundo só se dará, verdadeiramente, depois de passarmos pelos quatro estágios do arrependimento, os quais são: 1º. Convicção (eu reconheço que sou um pecador diante de Deus), 2º. Contrição (eu reconheço que estou doente e preciso da ajuda divina), 3º. Confissão de pecado (eu reconheço que preciso reparar meu erro, seja com Deus ou com os homens) e 4º. Conversão (eu reconheço que só posso voltar ao Pai por meio do Seu Filho Jesus). Então, a confissão de Cristo de agora em diante será um dever de cada cristão renascido da água da Palavra de Deus e do Espírito Santo (Deus é Espírito e seus adoradores o adoram em espírito e em verdade) [João 3:5,6 e 4:24]; todos nós cristãos devemos isto a Cristo, ao mundo, aos nossos semelhantes e a nós mesmos [Rm. 13:8]. O nosso Senhor Jesus morreu para nos redimir de todo pecado e de toda injustiça; porventura poderíamos estar envergonhados ou com medo de confessá-Lo? Uma religião abstrata, isto é, não vivida e nem praticada e tida como uma doutrina fora da realidade; será inútil para este mundo perdido e sem serventia para Deus. Mas o testemunho de uma experiência pessoal vivida com Deus, sempre terá peso nesta Terra e no Céu.

----------------------------------------------------------------------------------------------------CONCLUSÃO.

Irmãos em Cristo, eu creio que todos os crentes se cansariam do cristianismo medíocre que têm vivido se, quando na presença de Deus, se pusessem no seu devido lugar, tal como está escrito em Ecl. 5:1 (Guarda o teu pé, quando entrares na presença de Deus...); mas nós, quando nos chegamos a Deus, ao invés de pedir “coisinhas” egoístas, vaidades mesquinhas, frutos de filhos mimados que somos; deveríamos entender que um servo não trabalha visando seus próprios interesses, mas labuta pelos do seu Senhor. Neemias 8:10; lembram-se? [“A alegria do Senhor é a nossa força!”]. Então vamos nos entregar cem por cento por Cristo e para Cristo; vamos fazer valer cada gota de sangue que Ele verteu por nós desde o Getsêmani até o Calvário. Não vamos dar um som inseguro; “Porque se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” [1 Cor. 14:8]. Mas se o mundo quer nos chamar de tolos, que o faça; é apenas por um pouco de tempo, pois o dia da coroação está chegando...

“Graças a Deus pelo Seu dom inefável”! [2 Cor. 9:15]. Graças a Deus pelo privilégio que temos de confessar ao mundo que Jesus Cristo é o nosso Senhor! Amém!

 Ev. Levi.

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