"E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá". (Lucas 12:47-48)
A Escritura diz que quem é fiel no mínimo, também é fiel
no muito; e quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito (Lucas 16:10).
Os sacrifícios ofertados pelos israelitas na Antiga
Aliança eram segundo as posses do ofertante (Levítico 14:30-31; Lucas 2:22-24),
isto é, quem tinha condições de ofertar um novilho ou um cordeiro, Deus o
requeria, mas se as posses do ofertante não alcançasse tal provisão, deveria o
doador oferecer aves (pombinhos).
Na Parábola dos Talentos (Mateus 25:14-30) Jesus
continuando a Sua prática sobre o Reino dos Céus, levou os ouvintes à história
de um homem que entregou os seus bens aos servos; ao primeiro deu cinco
talentos, ao segundo dois e ao terceiro apenas um, segundo a capacidade de cada
servo. O resultado do repartir é conferido na volta daquele Senhor que,
chamando seus empregados, requer o lucro do trabalho deles. O primeiro e o
segundo fizeram conforme o esperado pelo Mestre, mas o terceiro não. A sentença
para os servos obedientes foi “possuir da herança do seu Senhor”, mas o servo
desobediente além de perder a parte da herança, foi lançado no inferno.
DEVIA TER DADO O MEU DINHEIRO AOS BANQUEIROS (Mateus
25:27)
Este versículo desta parábola sempre me fascinou e
provocou em mim por muitos anos uma pergunta: QUEM SÃO OS BANQUEIROS?
É interessante frisar que nesta alegoria apesar de, pelo
Espírito Santo, termos muitas aplicações espirituais, Jesus está falando de
dinheiro para negociar e ter lucro.
Em Lucas 16:1-14, na prédica do mordomo infiel, Jesus
conta-nos de um homem que dissipava os bens de seu senhor e quando este pediu
as contas de sua administração iníqua, o mesmo agiu sabiamente desonerando os
devedores de seu amo, visando ser contratado mais tarde pelos que por ele foram
aliviados em suas dívidas. No verso 11 Cristo diz que os bens materiais por
mais que trabalhemos por eles, não passam de riquezas injustas, e que Deus
permite-nos tê-las para que delas repartamos com aqueles que não as têm,
aliviando as cargas uns dos outros (Gálatas 6:2). Notemos também que este
discurso foi dirigido em especial aos fariseus, pois no verso 14 Lucas salienta
que eles eram "avarentos".
Talento é uma palavra que, nos tempos bíblicos, se confunde
como uma medida de peso (massa) e também como moeda; no caso em questão, a
referência é à moeda vigente daquela época podendo ser de ouro ou de prata. Era
de grande valor!
Mas... "QUEM SÃO OS BANQUEIROS"?
Hoje vemos construções suntuosas chamadas de Igreja,
ministros religiosos vivendo de maneira abastada como se fossem reis, cobranças
feitas por estes mordomos infiéis aos membros de "suas" congregações,
concernentes aos dízimos e ofertas, e condicionando estas contribuições às
bênçãos, aos cargos ministeriais e a uma possível ajuda em caso de necessidade,
isto é, só tem o direito de receber um auxílio quem é dizimista, porque o seu
nome está no rol do livro.
Certamente estes não são os BANQUEIROS de que Cristo
falou, mas com certeza eles são comparáveis ao servo mau que enterrou o talento
que lhe foi confiado.
Quando um mancebo de qualidade apresentou-se diante de
Jesus e perguntou-lhe como deveria proceder para herdar a vida eterna, o Mestre
citou os mandamentos e ele, gabando-se, disse que já os observava desde a sua
infância, mas Cristo disse-lhe: "Vai, vende tudo o que tens, reparte-o aos
pobres e terás um tesouro nos Céus; depois vem e segue-me" (Lucas 18:22).
VAI, VENDE E REPARTE-O são três verbos, três passos, três
ações para alcançar o privilégio de seguir a Cristo e acumular um tesouro nos
Céus. Há muitos crentes pensando que o fato de contribuírem para a construção
de templos magníficos e de dar uma vida boa a ministros eclesiásticos, trará
com isso bênçãos às suas vidas, mas estão redondamente enganados, porque estes
não são os BANQUEIROS pelos quais Deus receberá o seu tesouro com juros (Mateus
25:27).
Seguindo mais adiante ainda no capítulo 25 de Mateus, do
verso 31 ao verso 40, Jesus conclui que os banqueiros e os juros são os seus
servos, pois em Mt 12:50, Cristo define que seus irmãos, mãe e irmãs são
aqueles que fazem a vontade de Deus.
Há várias instituições sem fins lucrativos que atendem as
necessidades de cristãos perseguidos por causa do Nome de Jesus. E ao invés de
ofertarmos nosso dinheiro para os abastados, entreguemos nossas contribuições
àqueles que sofrem por causa da justiça, e repartamos dos nossos bens com os
santos, dividamos o nosso pão com os que têm fome e desta maneira poderemos
entregar com juros aquilo que nos foi confiado.
Encerrando este comentário quero citar algumas obras
internacionais que atendem ao clamor de Deus e dos seus servos: "Mais no
mundo" (Missão de apoio à igreja sofredora [www.maisnomundo.org]), A Voz
dos Mártires (www.vozdosmártires.com) e a organização cristã "Portas
Abertas" (www.portasabertas.org.br).
Estas obras que destaquei precisam de ajuda financeira
para atuarem efetivamente no serviço aos cristãos; eles precisam da nossa
ajuda, pois quando fazemos o bem a um dos nossos irmãos, a Cristo o fizemos.
(Mateus 25:40)
L. M. S.
Nenhum comentário:
Postar um comentário