MANANCIAL

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"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

segunda-feira, 9 de março de 2015

José o pai de Jesus Cristo.


Desde criança aprendemos que Jesus Cristo tem dois pais: o Pai do céu, Deus, e o pai da terra ou adotivo, José. Ele os teve e herdou de ambos marcas profundas, daquelas que só ficam nos que vivem intensamente a experiência do encontro e do conhecimento do outro.
Não sabemos precisar o tempo de convivência de Jesus com José, pois os Evangelhos não nos dizem quando ou em que circunstâncias que ele morreu. Sabemos, porém, que o esposo de Maria era um homem bom e justo, cumpridor de seus deveres como judeu e cidadão. Era também trabalhador, exercendo o ofício de carpinteiro. José era noivo de Maria, quando ela recebeu o anúncio do anjo de que seria a mãe do Messias. Isto pressupõe um relacionamento entre ambos e ele teve, obviamente, suas dúvidas. Mas a sinceridade do relacionamento, o respeito que nutria pela noiva e - por que não? - o amor apaixonado que tinha por aquela a quem havia escolhido como esposa fizeram com que a recebesse grávida e a acolhesse em sua casa. Junto com Maria, viveu a espera da chegada do menino e cuidou dos dois, generosamente, nas andanças que se sucederam a partir de Belém.
Pelos Evangelhos sabe-se que José era da linhagem real de Davi (Mateus 1:1-16; Lucas 2:4), mas ele não era um homem de posses (Lucas 2:24), era justo (Mateus 1:19) e de fé (Mateus 1:24; 2:19-21).
Em sua infância, Jesus teve a presença de José. No episódio de sua perda no templo de Jerusalém aos 12 anos, o pai terreno ainda estava lá. Portanto, é provável que nesse período de convivência tenha aprendido muitas coisas de seu pai terreno. Dele recebeu a fé, o zelo pelas coisas de Deus, o respeito aos outros, a compaixão própria daqueles que primeiro tentam entender a razão dos outros antes de pré-julgá-los. Aprendeu, ainda, o ofício que O ajudou a sustentar a mãe viúva até que começasse a sua vida pública. E também herdou o amor à família e aos amigos. José marcou Jesus em sua educação, no sentido mais próprio da natureza do ser humano que isso significa. Foi esta presença paterna, masculina e amorosa que o constituiu como o homem terreno que foi: ciente de seu tempo e pronto para a ação.
O Pai do céu, por sua vez, revelou-Se no mais profundo da intimidade de Jesus com o seu Deus. A experiência de Jesus de Nazaré não ficou retida às dimensões do templo ou das limitações impostas pela fé dos sacerdotes. Para além dessas, Ele experimentou a plenitude da intimidade com Deus, que se revelou primeiramente como Seu Pai e, que Ele apresentaria como o Pai de toda a humanidade. É por essa certeza que Jesus nos ensinou a chamá-lo de Aba! – Paizinho! (Marcos 14:36; Romanos 8:15; Gálatas 4:6).
Aos poucos, Jesus revela que Ele e o Pai são uma só pessoa, ambos unidos na Trindade com o Espírito Santo. Nela está expressa a intimidade de amor vivida pelas Três Pessoas Divinas. Contudo, a dimensão humana experimentada pelo Filho amado de Deus irá aproximar toda a humanidade do amor paterno revelado por Jesus ao mundo.
Ah!... Se pudéssemos olhar para nossos pais – vivos ou mortos – e descobrir em suas vidas a mão amorosa do Senhor que se revela também hoje como Pai para cada um de nós!... Só a experiência humana com Cristo poderá nos aproximar do reflexo do Divino. Portanto, que cada pai terreno possa ser também um testemunho do amor de Deus por seus filhos e filhas.
Autora : Gilda Carvalho

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