É
maravilhoso lêr as Escrituras Sagradas com nossos sentidos estimulados pelo Espírito Santo; pois buscando a sua luz, nos libertaremos da escuridão intelectual humana, e assim o Senhor proporcionará que vejamos e compreendamos a Palavra de Deus na dimenção do seu Espírito (Ef. 3:18).
Hoje, logo após alguns minutos de
oração, buscando a sabedoria que vem do alto, eu abri a minha Bíblia no capítulo Três de Gênesis; pois há muito tempo que a questão do "fruto proibido" tem causado algumas inquietações em minha mente; mas como qualquer fiel que se propõe a
estudar os textos bíblicos, não me detive apenas no capítulo em questão, mas voltei
ao capítulo anterior e depois avancei para o posterior; pois me lembrei de uma frase que dizia assim: "Deixemos a Bíblia interpretar a
Bíblia"; porém, para minha surpresa, não obtive nenhuma resposta.
O
capítulo 3 de Gênesis narra a desobediência de Adão, o qual não acatou o
mandamento de Deus e deliberadamente comeu da "Árvore da Ciência do Bem e do
Mal"; já o capítulo 2 faz um resumo da criação e também detalha que Deus plantou um jardim e pôs no meio dele a árvore do futo proibido. Pois bem! A pergunta é: "Por
que Deus colocou uma ÁRVORE PROIBIDA no meio de um jardim de delícias"? Mas assim como muitos já se perguntaram do porquê desta incongruência, alguns outros se propuseram respondê-la.
Lembro-me
de que quando estava na escola, na 5ª série, numa aula de Educação Moral e Cívica - matéria extinta
no currículo escolar atualmente - a professora tentando responder a questão
acima, disse que aquela árvore fora plantada para testar se o homem era digno de habitar ali. Na concepção
daquela professora, Deus queria ver se o homem merecia viver no jardim do Éden. Parece
até um bom argumento, porém inconsistente; pois tudo o que recebermos de Deus, e isso vale para Adão também, nunca será por
merecimento, mas por graça, misericórdia e bondade do Pai Celestial; porque Deus é bom! (Mt 19:17; Mc 10:18 e Lc18:19).
Além
deste exemplo que presenciei na minha juventude, também ouvi algumas pregações
sobre o tema, mas elas não trouxeram luz ao texto. Na leitura que fiz hoje não
foi diferente, pois a resposta permaneceu oculta à minha mente; então, imediatamente, lembrei-me do Salmo 131 que diz: "1. Senhor, meu coração não se elevou, nem
meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos nem em coisas muito
elevadas para mim. 2. Decerto, eu fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para comigo”...
Sim! É isto mesmo; eu fiquei semelhante a uma criança, um recém desmamado que chora pelo leite materno, e que sendo ainda um menino precisa se calar e sossegar por algum tempo. Daí, mesmo pouco conformado, segui a orientação do salmista contida no
verso três do mesmo Salmo: "Espere Israel no Senhor, desde agora e para sempre" (Salmos 131:3). Deste modo, fechei a minha Bíblia e "esperei com paciência no Senhor" (Salmos 40:1).
Quando
a tarde chegou, eu liguei o meu computador para ver alguns estudos bíblicos na
internet. Ao analisar alguns trechos de um estudo sobre o Livro de II Reis e de
II Crônicas, o escritor aderiu uma referência bíblica da Epístola aos Hebreus
no tema; agora vejam só quão maravilhosa é a Palavra de Deus: "Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais
de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras
de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido
mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está
experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é
para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados
para DISCERNIR TANTO O BEM COMO O MAL" (Hebreus 5:12-14).
Grandioso
e Soberano Deus, a Ele toda a glória e honra para os séculos dos séculos, amém!
O Senhor já havia dado a resposta no Salmo 131, mas eu não entendi; e então Ele me levou até a Epístola aos Hebreus, e ao capítulo 5, e aos versos 12, 13 e 14, e abriu o meu entendimento nas Escrituras.
Portanto, o motivo da Árvore da Ciência do Bem e do Mal estar no meio do Jardim do Éden,
e o porquê do Senhor proibir a Adão e sua mulher de se alimentarem do seu fruto; a resposta é obvia: ADÃO ERA MENINO. Não estou referindo-me na compleição física
de Adão, mas à sua mente, ou seja, ELE NÃO ESTAVA EXPERIMENTADO NA PALAVRA
DA JUSTIÇA, e por isso não poderia comer dele; ou como o
escritor de Hebreus disse: ALIMENTO SÓLIDO É PARA OS PERFEITOS, OS QUAIS JÁ
ESTÃO ACOSTUMADOS COM ELE, POIS TÊM OS "SENTIDOS EXERCITADOS" PARA
DISCERNIR TANTO O "BEM COMO O MAL"...
Em suma, a ÁRVORE DA CIÊNCIA DO
BEM E DO MAL estava onde devia estar, isto é, no meio jardim; mas o homem, ainda menino,
deveria esperar pacientemente no Senhor até a sua maturidade e daí ter a
permissão divina para comer tanto do fruto dela como também do fruto da ÁRVORE DA
VIDA. Vejam que Gn 3:8 diz que o Senhor visitava o jardim na "viração do dia" (ao anoitecer); isto quer dizer que Deus vinha à tarde encontrar-se com Adão; portanto, por meio dessa comunhão, o homem atingiria a maturidade espiritual tornando-se apto a discernir tanto o bem, quanto o mal.
Fica
aqui no relato de Gênesis capítulos dois e três, um alerta a todos nós de que quando encontrarmos um texto bíblico difícil, e se mesmo depois de examiná-lo minuciosamente ainda não alcançarmos o entendimento da passagem, não significa que alguma coisa está fora do lugar nas Escrituras, mas somos nós que ainda não temos a MATURIDADE ESPIRITUAL necessária para "comer do maná escondido" nos tesouros da Palavra de Deus (Ap. 2:17); portanto devemos continuar orando e estudando
para crescermos Nela.
Não é a vontade de Deus que saibamos tudo sobre Ele neste mundo (Deut. 29:29), mas estou certo de que devemos nos contentar com a "porção de costume" que Ele nos dá hoje (Prov. 30:8), visto que no dia em que entrarmos no céu, na Sua
gloriosa presença; o que vemos hoje é por espelho e em enigma, mas lá veremos face
a face; e o que agora conhecemos em parte, conheceremos como também somos
conhecidos (1 Coríntios 13:12). Amém!
L. M.
S.
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