“Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos,
para que vós tenhais zelo por eles” (Gálatas
4: 17).
Em Mateus capítulo 21, Jesus entra triunfalmente em
Jerusalém montado numa jumenta com seu jumentinho e é aclamado pela multidão
como o herdeiro do trono de Davi (versos 1-11). Ele dirige-se ao Templo,
expulsa todos os profanadores e cura muitos enfermos (versos 12-14). Estavam ali
crianças que clamavam: “Hosana ao Filho de Davi” (verso 15). Nós cristãos estamos
acostumados com várias palavras encontradas na Bíblia, mas nem sabemos direito
o que elas significam, assim acontece também com a palavra “Hosana”, pois nós a
ouvimos e falamos, porém sem compreendê-la.
No judaísmo “Hoshaná” ou "Hosanna” (grego) significa:
“Salve-nos, por favor,” ou “Salve-nos agora”; para os cristãos é o
reconhecimento de Jesus como o único Salvador e por isso ela é uma expressão de
louvor e de exaltação (verso 16) a Cristo como o Ungido de Deus (Messias).
Eu ouço muita gente dizer coisas sobre a Bíblia
que na verdade não estão escritas em suas páginas, uma destas coisas é sobre a
representação da nação de Israel, isto é, do povo israelita ou judeu, ora como
uma figueira, ora como uma videira e ora como uma oliveira.
Muitos até afirmam
que a parábola da “figueira anunciando o verão” em Mateus 24: 32; Marcos 13: 28
e Lucas 21: 29, diz respeito ao Estado de Israel declarado e estabelecido como
nação independente em 14 de Maio de 1948. Especulações diversas frutificaram
deste falho e anti-bíblico entendimento, e os defensores dessa tese tentam
adequar os anos de uma geração, que segundo a Bíblia é de quarenta anos, aos anos
da “geração que não passará sem que tudo aconteça” (Mateus 24: 34).
Não sou “preterista”, pois creio que a
Palavra de Deus é “viva e eficaz” (Hebreus 4: 12), portanto os acontecimentos
profetizados nela, não abrangem apenas um período da história, sendo que o
próprio Senhor disse: “As minhas Palavras não passarão” (Marcos 13: 31).
Partindo deste raciocínio podemos entender que Cristo referia-se no verso 34 de
Mateus 24, à destruição de Jerusalém e a dispersão do povo ocorrida no ano 70
D.C., visto que Jesus disse: “Esta geração não passará”, ou seja, o Senhor
estava falando àqueles que o ouviam, pois se fosse o contrário Ele diria: “Aquela
geração não passará”; dando assim destaque a uma geração futura. Mas é claro
que no texto também há predições futuras da Sua segunda vinda para os Seus
escolhidos.
Nos versos 17 e 18 de Mateus 21, Jesus
retira-se de Jerusalém e vai provavelmente à casa de Lázaro em Betânia para
pernoitar. Quando retorna na manhã seguinte estando já perto da cidade Ele tem
fome e avistando uma figueira que, embora frondosa, não tinha frutos senão
folhas (verso 19). Cristo amaldiçoa a folhosa árvore por mentir e ela seca-se
desde a sua raiz (Marcos 11: 20). Os discípulos ficam maravilhados, mas o
Senhor lhes diz: “Se tiverdes fé e não duvidardes, não só
fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te,
e precipita-te no mar, assim será feito” (Mateus 21: 21). Novamente
aqui vemos a citação “este” em
referência ao monte Sião, à Jerusalém que é escrava com os seus filhos (Gálatas
4: 25). Então o que diz as Escrituras? “Lança
fora a escrava e seu filho, porque de modo algum herdará o filho da escrava com
o filho da livre” (Gálatas 4: 30). O que vemos em Mateus 21 é anulação da Primeira
Aliança causada pela incredulidade da nação terrena de Israel e o
estabelecimento da Segunda Aliança a qual é Espiritual (1 Coríntios 15: 46;
Gálatas 4: 26; Hebreus 10: 9).
Prosseguindo em Mateus 21, nos versículos 28-40,
Cristo narra duas parábolas concernentes ao Reino dos Céus. Na primeira a
sua prática é sobre um homem - João Batista provavelmente (versos 25 e 32) -
que pede ao primeiro filho que vá trabalhar em sua vinha, este diz não, mas
depois se arrepende e vai; o segundo diz ao seu senhor que iria cuidar da vinha,
mas mentiu e não foi. A pergunta aqui é: Qual dos dois fez a vontade do Pai? A
resposta é obvia e a sentença também (verso 31 e 32). Na segunda parábola a
história é de um pai de família que plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar,
uma torre e arrendou-a a uns lavradores antes de retirar-se para longe daquela
terra. Quando chegou o tempo dos frutos, o Pai mandou seus servos para os
receberem das mãos dos arrendatários, mas estes mataram e feriram aqueles.
Novamente são enviados servos da parte daquele Senhor, os quais são igualmente
tratados pelos lavradores maus. Então o próprio Filho vem até a vinha e é morto
fora dela pelas mãos dos usurpadores daquela herdade. A sentença é dada pela
boca dos ouvintes no verso 41: “Dará afrontosa morte aos maus, e
arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe deem os frutos”.
“PORTANTO,
EU VOS DIGO QUE O REINO DE DEUS LHES SERÁ TIRADO, E SERÁ DADO A UMA NAÇÃO QUE DÊ
OS SEUS FRUTOS” (VERSO 43).
O tema deste assunto é “ÁRVORES NA BÍBLIA” e é justamente sobre isto que estou escrevendo,
embora certos textos bíblicos façam uma analogia entre árvores e pessoas
(Juízes 9: 7-20; Daniel 4: 20-22), as boas árvores e as plantações frutíferas aludem ao Reino de Deus e o período em que está sendo ministrado neste
mundo e não à nação terrena de Israel ou à Igreja secular. Por esta razão é que a figueira infrutífera secou, isto quer dizer que o período do pacto da Lei estabelecido com Israel findou-se. A era da figueira teve o seu fim após os três anos do ministério de Cristo (Lucas 13:6-9) e daí em diante iniciou-se o ministério da oliveira e da videira, de tanto que Tiago em sua epístola diz que não se pode colher figos da videira e nem a figueira pode produzir azeitonas (Tiago 3:12), destacando assim que a Nova Aliança produzirá o fruto do Espírito pela Graça e não pela Lei. Segundo Romanos 11: 17-18,
somos os ramos e não a árvore, pois seja figueira, ou a videira, ou a oliveira,
todas elas representam o Reino do Céu revelado na pessoa bendita de Jesus
Cristo, o Filho de Deus. Amém!
L. M.
S.
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