MANANCIAL

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"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

AS ÁRVORES NA BÍBLIA – FIGUEIRA, VIDEIRA E OLIVEIRA.

“Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles” (Gálatas 4: 17).

Em Mateus capítulo 21, Jesus entra triunfalmente em Jerusalém montado numa jumenta com seu jumentinho e é aclamado pela multidão como o herdeiro do trono de Davi (versos 1-11). Ele dirige-se ao Templo, expulsa todos os profanadores e cura muitos enfermos (versos 12-14). Estavam ali crianças que clamavam: “Hosana ao Filho de Davi” (verso 15). Nós cristãos estamos acostumados com várias palavras encontradas na Bíblia, mas nem sabemos direito o que elas significam, assim acontece também com a palavra “Hosana”, pois nós a ouvimos e falamos, porém sem compreendê-la.

No judaísmo “Hoshaná” ou "Hosanna” (grego) significa: “Salve-nos, por favor,” ou “Salve-nos agora”; para os cristãos é o reconhecimento de Jesus como o único Salvador e por isso ela é uma expressão de louvor e de exaltação (verso 16) a Cristo como o Ungido de Deus (Messias).  

Eu ouço muita gente dizer coisas sobre a Bíblia que na verdade não estão escritas em suas páginas, uma destas coisas é sobre a representação da nação de Israel, isto é, do povo israelita ou judeu, ora como uma figueira, ora como uma videira e ora como uma oliveira. 
Muitos até afirmam que a parábola da “figueira anunciando o verão” em Mateus 24: 32; Marcos 13: 28 e Lucas 21: 29, diz respeito ao Estado de Israel declarado e estabelecido como nação independente em 14 de Maio de 1948. Especulações diversas frutificaram deste falho e anti-bíblico entendimento, e os defensores dessa tese tentam adequar os anos de uma geração, que segundo a Bíblia é de quarenta anos, aos anos da “geração que não passará sem que tudo aconteça” (Mateus 24: 34).

Não sou “preterista”, pois creio que a Palavra de Deus é “viva e eficaz” (Hebreus 4: 12), portanto os acontecimentos profetizados nela, não abrangem apenas um período da história, sendo que o próprio Senhor disse: “As minhas Palavras não passarão” (Marcos 13: 31). Partindo deste raciocínio podemos entender que Cristo referia-se no verso 34 de Mateus 24, à destruição de Jerusalém e a dispersão do povo ocorrida no ano 70 D.C., visto que Jesus disse: “Esta geração não passará”, ou seja, o Senhor estava falando àqueles que o ouviam, pois se fosse o contrário Ele diria: “Aquela geração não passará”; dando assim destaque a uma geração futura. Mas é claro que no texto também há predições futuras da Sua segunda vinda para os Seus escolhidos.

Nos versos 17 e 18 de Mateus 21, Jesus retira-se de Jerusalém e vai provavelmente à casa de Lázaro em Betânia para pernoitar. Quando retorna na manhã seguinte estando já perto da cidade Ele tem fome e avistando uma figueira que, embora frondosa, não tinha frutos senão folhas (verso 19). Cristo amaldiçoa a folhosa árvore por mentir e ela seca-se desde a sua raiz (Marcos 11: 20). Os discípulos ficam maravilhados, mas o Senhor lhes diz: “Se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito” (Mateus 21: 21). Novamente aqui vemos a citação “este” em referência ao monte Sião, à Jerusalém que é escrava com os seus filhos (Gálatas 4: 25). Então o que diz as Escrituras? “Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum herdará o filho da escrava com o filho da livre” (Gálatas 4: 30). O que vemos em Mateus 21 é anulação da Primeira Aliança causada pela incredulidade da nação terrena de Israel e o estabelecimento da Segunda Aliança a qual é Espiritual (1 Coríntios 15: 46; Gálatas 4: 26; Hebreus 10: 9).

Prosseguindo em Mateus 21, nos versículos 28-40, Cristo narra duas parábolas concernentes ao Reino dos Céus. Na primeira a sua prática é sobre um homem - João Batista provavelmente (versos 25 e 32) - que pede ao primeiro filho que vá trabalhar em sua vinha, este diz não, mas depois se arrepende e vai; o segundo diz ao seu senhor que iria cuidar da vinha, mas mentiu e não foi. A pergunta aqui é: Qual dos dois fez a vontade do Pai? A resposta é obvia e a sentença também (verso 31 e 32). Na segunda parábola a história é de um pai de família que plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar, uma torre e arrendou-a a uns lavradores antes de retirar-se para longe daquela terra. Quando chegou o tempo dos frutos, o Pai mandou seus servos para os receberem das mãos dos arrendatários, mas estes mataram e feriram aqueles. Novamente são enviados servos da parte daquele Senhor, os quais são igualmente tratados pelos lavradores maus. Então o próprio Filho vem até a vinha e é morto fora dela pelas mãos dos usurpadores daquela herdade. A sentença é dada pela boca dos ouvintes no verso 41: Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe deem os frutos”.

“PORTANTO, EU VOS DIGO QUE O REINO DE DEUS LHES SERÁ TIRADO, E SERÁ DADO A UMA NAÇÃO QUE DÊ OS SEUS FRUTOS” (VERSO 43).

O tema deste assunto é “ÁRVORES NA BÍBLIA” e é justamente sobre isto que estou escrevendo, embora certos textos bíblicos façam uma analogia entre árvores e pessoas (Juízes 9: 7-20; Daniel 4: 20-22), as boas árvores e as plantações frutíferas aludem ao Reino de Deus e o período em que está sendo ministrado neste mundo e não à nação terrena de Israel ou à Igreja secular. Por esta razão é que a figueira infrutífera secou, isto quer dizer que o período do pacto da Lei estabelecido com Israel findou-se. A era da figueira teve o seu fim após os três anos do ministério de Cristo (Lucas 13:6-9) e daí em diante iniciou-se o ministério da oliveira e da videira, de tanto que Tiago em sua epístola diz que não se pode colher figos da videira e nem a figueira pode produzir azeitonas (Tiago 3:12), destacando assim que a Nova Aliança produzirá o fruto do Espírito pela Graça e não pela Lei. Segundo Romanos 11: 17-18, somos os ramos e não a árvore, pois seja figueira, ou a videira, ou a oliveira, todas elas representam o Reino do Céu revelado na pessoa bendita de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Amém!

L. M. S.          

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