MANANCIAL

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"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

DAVI, UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS (ATOS 13:22).


É intrigante pensar que alguém neste mundo possa ser capaz de agradar, ou ter os requisitos necessários para atender, ou ainda estar em concordância com o coração de Deus, mas as Escrituras afirmam que Deus achou a Davi, o filho de Jessé, um homem “segundo o Seu coração” (Atos 13: 22).

Quando nós nos lembramos da história de Davi, já nos vem à mente os episódios da sua unção pelo profeta Samuel (1 Samuel 16:1-13) e da vitória sobre o gigante Golias (1 Samuel 17), mas também lembramos do seu adultério com Bate-Seba, a mulher de Urias, o heteu (2 Samuel 11 e 12),  do censo ordenado por ele quando teve seu coração incitado por satanás (1 Crônicas 21), da sua condescendência com Amnom mesmo sabendo que Tamar havia sido estuprada (2 Samuel 13), de sua aparente covardia quando Absalão proclamou-se rei em Hebrom (2 Samuel 15: 9-14) ou quando ele, o ungido de Deus fez-se de louco diante de Aquis o rei filisteu de Gate (1 Samuel 21: 10-15). Seja como for, fica difícil entender como o Deus que é Santo afirma que um pecador estaria de acordo com a Sua vontade.

A Bíblia nos mostra que Deus é perfeito e pleno em amor, em misericórdia, em justiça, em sabedoria, em conhecimento, em poder e em santidade, portanto nenhum homem pode sequer pensar ser aprazível diante Dele. Somos como escória e nossa justiça é como trapo de imundície para o Senhor (Isaías 64:6). Então como é que o Senhor diz que Davi estava em conformidade Consigo? A resposta está nas palavras seguintes: “... que executará toda a minha vontade” (Atos 13: 22). Esta é a chave do mistério: “submeter-se a toda vontade de Deus”.

Os episódios da vida de Davi são verdadeiras pérolas que demonstram submissão à vontade de Deus. Se observarmos bem, quando a criança resultante do adultério com Bate-Seba adoeceu, ele jejuou e orou ao Senhor para que ela ficasse sã, mas depois que morreu, Davi recompôs-se aceitando o que Deus determinou (2 Samuel 12: 15-23). O censo ordenado por ele próprio também teve um desfecho maléfico para Israel, pois o profeta Gade foi enviado a Davi com três opções punitivas, embora o rei tivesse reconhecido o seu pecado, não se isentou de culpa aceitando a correção do Senhor (1 Crônicas 21: 8-14).

Quanto ao ocorrido com Amnom, Tamar e Absalão, seus filhos, Davi julgou estar recebendo a paga pelo fruto de seus erros, sendo que Natã, o vidente, pronunciou que o que ele fez em oculto, Deus lhe faria à luz do dia e que a espada não se apartaria da sua casa (2 Samuel 12: 9-12). Em todos os seus sofrimentos Davi não murmurou contra os juízos do Senhor, mas aceitou-os com resignação.          

“Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51: 17).

Davi era falho, mas submisso à vontade de Javé. Podemos dizer com segurança que ele foi circuncidado no coração (Deuteronômio 10: 16), e que diante do Senhor rasgava o seu coração e não as suas vestes (Joel 2: 13), ou seja, o seu arrependimento era verdadeiro, pois se dava em sua alma e por isso aceitava os propósitos divinos mesmos que fossem contrários aos seus, quero dizer que Davi vivia para servir às determinações do Deus de Israel. Que coração!

Na oração do Pai Nosso o Senhor Jesus nos ensina pedir: “Seja feita a Tua vontade”! Será que é este sentimento que tem regido a nossa vida? Será que esta entranhável chama tem provocado um ardor em nossa alma? Será que este viço tem desabrochado o andar e o viver no Espírito?

A Igreja de Laodicéia, a Igreja morna destes últimos dias, prefere servir-se a servir, assim nós também buscamos em Deus a nossa vontade, temos aversão ao sofrimento, às angústias, às necessidades, e consideramos que quem padece delas é pecador e vive debaixo de maldição, somos semelhantes aos fariseus no tempo de Cristo (João 7: 49). Somos a geração que não se gloria na cruz, não a deseja, antes luta pelo conforto mundano, realmente temos uma ideia deturpada do Reino do Céu e do reinar por Cristo. 

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ensine o que é viver pela fé e pela Sua graça aceitando que todas as coisas concorrerão para o bem daqueles que O amam e que foram chamados por Ele (Romanos 8:28), pois o trigo deve trilhado antes de ser recolhido nos celeiros celestiais. Amém!

L. M. S.

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