Assim se definiu João Batista aos que foram inquiri-lo sobre a sua
pessoa. Quem és tu? Perguntaram eles; és tu o Cristo? És tu Elias? És tu
profeta? Ao que João lhes respondeu: Não sou! Então quem és? Novamente perguntaram-lhe,
e João disse: Sou a voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as Suas veredas (João 1: 19-23).
“Deserto” pode significar um lugar desabitado, mas figuradamente ela tem
o sentido de solidão, lugar solitário, ermo. Creio que a “voz clamando no
deserto” significa “uma voz” contrária às “vozes” das multidões, pois assim é a
voz do Espírito na mensagem do Evangelho: bendizer aos que vos maldizem, amar
aos que vos odeiam e orar pelos que vos perseguem, e não resistir ao mal, mas
pagá-lo com o bem.
Diariamente é ensinado às pessoas o que fazer para vencer neste mundo; seja
na TV, seja na internet, sejam nos jornais e nas revistas; todos eles dizem que
precisamos ganhar nosso primeiro milhão, que devemos investir na “bolsa”, nos
“fundos”, na “poupança”, nos títulos, no mercado imobiliário; dizem que devemos
estudar adquirir títulos e diplomas para que nos respeitem; eles dizem que
devemos ser competitivos e não aceitar “não” como resposta; eles dizem isso e
aquilo... Mas, o que o Espírito diz?
O Espírito Santo diz que os mansos herdarão a Terra, não os violentos,
nem os poderosos, nem os ricos deste mundo, porque os violentos cairão à
espada, os poderosos serão destronados e os ricos já receberam o seu galardão
(Mateus 5: 5 e 26: 52; Lucas 1: 52 e 6: 24). Paulo disse que uns buscam sinais
e outros sabedoria, mas nós pregamos a Cristo, o escândalo e a loucura para o
mundo (1 Cor 1: 23). O crente sincero vive nadando contra a corrente, porque
não anda por vista, mas por fé. Será que tal comportamento nasce da natureza
humana? Creio que não, só o Espírito de Deus pode impulsionar o homem pecador a
isso. Lembram-se? O Espírito cobiça contra a carne...
E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a
purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela
invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é
o meu Deus. (Zacarias 13:9).
Estes
dias eu estava lendo no Livro do Êxodo cap. 32 e deparei-me com algo
intrigante: o povo cansou de esperar a volta de Moisés e pediu um deus para
Arão; resumindo o capítulo foi isto mesmo que aconteceu. Em figura é o que
aconteceu com muitos cristãos que, cansados de esperar a volta de Jesus e de
sofrer pelo Seu Evangelho, buscaram deuses no mundo, e aqueles que deveriam
zelar pela integridade espiritual do povo de Deus atenderam às suas petições.
E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram
holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a
beber; depois levantou-se a folgar. (Êxodo 32: 6). Nada de vigiar, nada
de sobriedade, nem um momento sequer de busca e submissão a Deus. Apenas Moisés
e seu moço (Josué) foram contra aquela algazarra e, depois que a “coisa” ficou
séria, os filhos de Levi uniram-se a eles.
Deus
sempre deixa um remanescente fiel entre os que “se chamam” pelo Seu Nome, antes
que Ele exerça Seus justos juízos sobre os que praticam a iniquidade. As
testemunhas fiéis do Senhor funcionam como provas e evidências da execução da
sentença divina, tal como descreve Hebreus 11: 7 que, pela fé, Noé sendo
avisado por Deus, temeu, e ao construir a arca para a sua salvação e de sua
família condenou o mundo antigo. Como o
apóstolo Paulo disse aos cidadãos de “Listra”, o Deus
vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles; o qual nos
tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos, NÃO SE
DEIXOU A SI MESMO SEM TESTEMUNHO (Atos 14: 15-17). Porém, sabemos que a
“FÉ” não é de todos; eu falo da verdadeira “fé” a qual não pode ser ensinada
pelos homens e nem aprendida deles, mas do “dom” de Deus graciosamente
distribuído pelo Seu Espírito Santo aos que O buscam como meninos carentes.
Hoje
parece haver uma “cartilha” nos seminários cristãos pela qual alguns homens,
através da letra, instruíram outros homens, e estes instruirão a outros também pela
letra e não pelo o que o Espírito diz nela. Cegos condutores de cegos que
tropeçam na Palavra; edificadores que rejeitam a “PEDRA DE ESQUINA”, o prumo
divino, o fundamento apostólico. E por que tropeçam Nela? Porque para isso
mesmo foram destinados. Eles não buscam a sabedoria que vem do Altíssimo, mas
dos livros; eles não pedem a Deus entendimento, pois se acham abastados e
fartos do conhecimento que adquiriram de seus mestres loucos e, portanto, não
oram nem jejuam ao Senhor para que Ele lhes dê o Pão do Céu, e assim esses
doutores da letra não se deixam instruir pelo Espírito Santo. Mas quem sabe as
coisas do homem senão o espírito que está nele? Da mesma forma ninguém pode
saber as coisas de Deus senão pelo Espírito de Deus (1 Coríntios 2: 11).
Como
está escrito na Epístola aos Romanos: Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe
deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração
insensato se obscureceu. DIZENDO-SE SÁBIOS, TORNARAM-SE LOUCOS. (Romanos 1:
21-22). O Senhor não carece de intelectuais na Sua Obra, mas de crianças
desejosas do “leite racional” não falsificado para por ele ir crescendo (1
Pedro 2: 2).
Graças
a Deus que sempre deixou na história do mundo um remanescente fiel a Ele; assim
foi com Noé e os antediluvianos, e com os pós-diluvianos nos descendentes de
Sem, e com Ló em Sodoma e Gomorra, e com Elias e os sete mil fiéis em Israel
nos dias de Acabe, e com os profetas do Antigo Testamento, portanto não será
diferente conosco nesta Nova Aliança. Deus não precisa de ajuda na construção
do Seu Reino, Ele apenas nos quer nele.
QUEM
TEM OUVIDOS OUÇA O QUE O ESPÍRITO DIZ ÀS IGREJAS!
L.
M. S.
Nenhum comentário:
Postar um comentário