MANANCIAL

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"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A VERDADEIRA RELIGIÃO.

Origem da palavra Religião: Do latim “religio”, que significa “louvor e reverência à divindade”. Sua real origem etimológica é discutível, acredita-se que tenha surgido da junção do prefixo “re” + “ligare” (“unir” ou “atar”). Assim, o sentido de “religare” seria: “religar” ou “ligar novamente” e utilizado como o ato de “voltar a unir” o humano com o divino. Outra teoria diz que o verbo latino “relegere” deu a origem da palavra religião. “Relegere” significa “reler” ou “revisitar” associado à constante releitura e exegese (interpretação) dos textos sagrados para segui-los fielmente.

O conceito de religião hoje em dia é definido como: conjunto de crenças, rituais e de conduta moral relacionadas com o divino, com o sobrenatural, com o sagrado e transcendental. A palavra religião existe no dicionário da língua portuguesa desde o século XIII (treze).
Há muita gente dizendo por aí que Jesus não nos deixou nenhuma religião e que o cristianismo foi uma invenção de homens, mas se formos analisar bem o sentido da palavra, tanto “religar” quanto “reler” está dentro do legado que Jesus nos deixou.
Religare – Cristo Jesus fez o que era impossível ao homem, Ele “religou” a criatura ao Criador. Deus estava Nele, em Jesus Cristo, reconciliando o homem consigo mesmo, não levando em conta os pecados cometidos pela humanidade e nos confiou, em herança, a mensagem da reconciliação (2 Cor. 5: 19).
Relegere – Não se pode conhecer a Deus e a Sua vontade senão pelas Escrituras Sagradas. Examinai as Escrituras, porque cuidais ter nelas a vida eterna e são elas que de mim testificam (João 5: 39). São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprissem tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos (Lucas 24: 44).
As pessoas “pegam” uma palavra que foi “desgastada” pela cultura humana e sem conhecimento do seu significado por causa dos vícios agregados a ela no decorrer do tempo, e depreciam-na. O que nós fizemos com a religião cristã não condiz com o que Jesus nos deixou em herança, isto é, nós a desvirtuamos.
Tiago, o irmão do Senhor, nos escreveu: A religião pura e imaculada para com Deus e Pai é esta: visitar a viúvas e os órfãos em suas necessidades e guardar-se da corrupção do mundo (Tiago 1: 27). Aqui podemos “reler” que a verdadeira religião de Cristo é o amor a Deus e ao necessitado, pois visitar as carências dos desvalidos suprindo-as e viver de tal modo a não permitir que as doutrinas mundanas corrompam o Seu legado, acorda com a vontade do Senhor.
Cristão é outra palavra que foi desvirtuada, hoje qualquer um se chama cristão, mas quando o termo surgiu em Antioquia não era assim. Na Igreja que havia naquela cidade, onde Paulo e Barnabé foram os doutrinadores, os crentes bem ensinados se tornaram parecidos com Cristo e por isso foram chamados de cristãos (cristãos = pequenos cristos). Há quem diga que o termo cristão foi usado de forma depreciativa aos crentes de Antioquia, mas a exegese do texto de Atos (11: 26) não permite tal interpretação.
A “religião” sofreu adaptações humanas e se desviou do plano divino; assim como no tempo de Cristo, os religiosos ao longo dos séculos apoderaram-se do reino do céu e o corromperam. Não temos mais uma re-ligação com Deus pela religião oficial concorrente, mas no lugar da verdadeira religião, temos um conjunto de regras e tradições vazias semelhantes ao judaísmo farisaico; os religiosos atuais buscam a Deus através da carne, na “letra”, eles se esqueceram que Deus é Espírito que só se pode adorá-Lo no Espírito, que a Lei é espiritual, e que para cumpri-la é necessário viver no Espírito. Não se pode agradar a Deus na carne, porque na carne não habita bem algum, pois ela não se sujeita à Lei de Deus, mas à corrupção, por isso, se vivermos segundo a carne, nós morreremos, mas, se no Espírito, então viveremos para o Senhor.  
Ninguém, pelo Espírito de Deus, “põe de lado” (anátema) a Cristo e Sua Palavra, portanto ninguém poderá confessá-Lo como Senhor senão pelo Seu Espírito (1 Cor. 12: 3). O que a religião precisa para ser verdadeira e unir o homem pecador com a santidade de Deus é somente do Seu Espírito Santo, o paracleto (defensor, advogado, intercessor) doado por Ele aos que temem o Seu Nome.

L. M. S.

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