MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

PORQUE ELIAS E ELISEU TIVERAM QUE PASSAR POR, GILGAL, BETEL, JERICÓ, E O RIO JORDÃO?

II Reis 2:1-6
1 Quando o Senhor estava para tomar Elias ao céu num redemoinho, Elias partiu de Gilgal com Eliseu.
2 Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me envia a Betel. Eliseu, porém disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim desceram a Betel.
3 Então os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram ao encontro de Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Sim, eu o sei; calai-vos.
4 E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o Senhor me envia a Jericó. Ele, porém, disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim vieram a Jericó.
5 Então os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Sim, eu o sei; calai-vos.
6 E Elias lhe disse: Fica-te aqui, porque o senhor me envia ao Jordão. Mas ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim ambos foram juntos.

Na passagem citada encontramos delineados quatro estágios de uma jornada singular que partia de Gilgal, rumava para Betel. Jericó e, enfim, cruzava o rio Jordão.
Na época em que o “profeta de fogo” seria tomado ao céu, Eliseu, o seu moço, pediu para receber uma porção dobrada do espírito de Elias. Esses dois homens de Deus viajavam por um caminho que ligava os quatro locais acima citados. A seguir exporei a aplicação destes locais como conceitos espirituais na vida cristã.

Gilgal - Tratando com a Carne
A fim de interpretar corretamente o significado de Gilgal, devemos, primeiramente, compreender o princípio da primeira menção contido nas Escrituras Sagradas.
A partir de Josué 5.9, descobrimos que Gilgal é um lugar que significa "removido". Ao ler os versículos 2 a 9, compreendemos que a geração dos filhos de Israel que inicialmente saíram do Egito foi toda circuncidada, ao passo que a geração de israelitas que nasceram depois, no deserto, não o foi.
Naquela época, esta geração estava entrando em Canaã e, logo, receberia sua herança. Portanto, a velha carne deveria ser "removida"; o opróbrio do Egito precisava ser lançado fora para que os filhos de Israel pudessem ter a chance de desfrutar uma nova vida, porquanto o significado da circuncisão, conforme nos é revelado no Novo Testamento, indica "despojamento do corpo da carne" (Colossenses 2.11).
Quem verdadeiramente reconhece o que é a carne? Quem entende o que quer dizer tratar com a carne? Quem compreende o que quer dizer o julgamento da carne? Muitas pessoas supõem que a vitória sobre o pecado é a marca da perfeição, mas não sabem que é a carne quem peca! No tempo de Josué, Gilgal era exatamente o lugar onde a carne foi despojada e julgada. Para o crente hodierno (atual), Gilgal simboliza o lugar onde a carne deve ser julgada por meio do entendimento que Deus nos concede. Deus declara que a carne deve ser lançada fora, pois ela é de nenhum proveito (João 6: 63), assim, concordemos com Ele. Deus afirma que a carne precisa ser circuncidada. Portanto, deixemos que o Senhor circuncide o nosso coração (Colossenses 2: 11).

Betel - Lidando com o Mundo
De Gilgal, agora temos de avançar em nossa jornada até Betel. O que significa o nome Betel? Novamente, descubramos onde, na Bíblia, Betel é mencionado pela primeira vez e, assim, poderemos decifrar o que significa para nós hoje em dia.
Leia, por favor, Gênesis 12.8. Betel era o lugar onde Abraão edificou um altar. Um altar tem o propósito de estabelecer comunicação com Deus quando a pessoa oferece sacrifícios e entrega-se a Ele por inteiro.
Gênesis 12.9-14 relata a descida de Abraão ao Egito. Ali, ele não edificou qualquer altar. Sua comunicação com Deus foi interrompida, e o seu estado de consagração foi posto de lado — o que assinala a diferença entre Betel e Egito. Logo, Betel significa tudo o que é contrário ao que o Egito representa.
Gênesis 13.3 e 4 registra algo muito significativo: "Fez as suas jornadas do Neguebe até Betel, até ao lugar onde primeiro estivera a sua tenda, entre Betel e Ai; até ao lugar do altar, que outrora tinha leito; e aí Abraão invocou o nome do Senhor".
Abraão havia perdido a comunhão com Deus enquanto estava no Egito. Contudo, quando voltou ao lugar original, ou seja, Betel, ele invocou, mais uma vez, o nome do Senhor. Apenas na casa de Deus, na Betel espiritual, as pessoas terão comunhão com Deus e se entregarão a Ele (1 Pedro 2:5).
Por conseguinte, ao passo que Gilgal fala a respeito de vencermos a carne, Betel fala sobre vencermos o mundo, pois nas Escrituras Sagradas o Egito representa o mundo.
Vencer o mundo é uma condição para o arrebatamento e para produzir o fruto do Espírito Santo. Nossa vida deve chegar ao ponto de o mundo ser incapaz de afetar nosso coração.
Quanto, na verdade, estamos separados do mundo? Será que expressamos por nossa vida que nos separamos do mundo? Será que as nossas atitudes e palavras demonstram que não pertencemos mais a este mundo? E quanto às nossas intenções? Será que alimentamos algum desejo secreto pelas coisas do mundo? Será que de forma sub-reptícia (enganosa, fraudulenta), buscamos o louvor dos homens? Será que nos permitimos sofrer muito interiormente por causa da calúnia dos homens sem o expediente do revide? Quando sofremos alguma perda material, sentimos essa perda com intensidade? Existe alguma diferença entre o que sentimos pelo mundo e o que as pessoas do mundo sentem?
Amigos, se nosso coração não vencer completamente o mundo e se as pessoas, coisas ou os acontecimentos deste mundo ainda ocuparem lugar dentro de nós, não seremos capazes de atingir os objetivos de Deus.
Sejamos vigilantes e fiéis, pois se não formos cautelosos, nós voltaremos ao Egito, onde não existe consagração ou comunhão com Deus. Permanecer no Egito, ainda que temporariamente, significa viver no pecado. É patético que algum cristão venha "fixar residência" permanentemente ali. Embora no mundo a pessoa possa até evitar a tentação, nunca poderá vencê-lo, pois não existe o altar do Deus Altíssimo no Egito.

Jericó - Tratando com Satanás
A referência mais clara concernente ao significado de Jericó para o crente encontra-se no livro de Josué. Nele, podemos observar a conquista de toda a cidade de Jericó.
"Naquele tempo, Josué fez o povo jurar e dizer: Maldito diante do SENHOR seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó" (6.26).
Portanto, Jericó significa ser amaldiçoado.
Esse trecho da história bíblica narra o modo como os filhos de Israel venceram seus inimigos pela primeira vez em Canaã. Espiritualmente falando, os diversos povos de Canaã representam os espíritos malignos que pertencem ao diabo e podem ser comparados às hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais mencionadas em Efésios 6: 12. Trata-se dos inimigos contra os quais os crentes lutam hoje em dia.
Cremos que alcançaremos o resultado prometido por Deus se praticarmos a Sua Palavra. Deus o falou, e isto nos basta (2 Coríntios 12: 9). As pessoas que vivem em Jericó, nos dias atuais, dizem possuir a cidade, mas nós dizemos crer na Palavra de Deus. Elas dizem que as muralhas chegam ao céu, mas nós dizemos que nosso Deus está nos céus. Elas dizem que o território incluso na cidade lhes pertence, mas nós dizemos que Deus prometeu dar-nos todo lugar onde pisar a planta do nosso pé (Josué 1: 3).
A verdadeira guerra espiritual é travada entre nós e Satanás (com seus espíritos demoníacos). Essa guerra reúne todos os crentes maduros, pois os filhos de Deus, na Terra, são frequentemente atacados pelos espíritos do mal. Esses ataques ocorrem, às vezes, no próprio lugar onde nós vivemos, no corpo, nos pensamentos, nas emoções e no espírito. Sobretudo, no final dos tempos, as forças malignas redobrarão seus esforços para impedir que os crentes sirvam ao Senhor, fazendo-os estar angustiados e aflitos com muitas coisas.
Com bastante frequência, os crentes não tem consciência de estarem sendo atacados pelos espíritos malignos e não compreendem por que tudo parece estar contra eles, o que produz uma terrível confusão e muito problema. É também muito comum que eles achem naturais as coisas que acontecem e não percebam que estão sendo oprimidos por forças sobrenaturais.

A fim de vencer os ataques dos espíritos imundos, devemos agir de duas formas:
(1) ignorar as circunstâncias e os sentimentos, acreditando na promessa contida na Palavra de Deus e fazendo o inimigo baterem retirada (Tiago 4: 7 e Efésios 4:27 e 6:11);
(2) permanecer [pela fé] nos lugares celestiais que Cristo nos proporcionou, mantendo Satanás e seus espíritos malignos em posição inferior (Colossenses 3: 1-3; Efésios 2: 6).
Sem a Palavra de Deus e sem assumir a posição que Deus nos concedeu pela fé não conseguimos ter vitória sobre o inimigo.
SUJEITAI-VOS, POIS A DEUS, RESISTI AO DIABO, E ELE FUGIRÁ DE VÓS.

O Rio Jordão - Tratando com a Morte
O rio Jordão assinala o poder da morte, e, por conseguinte, cruzar o rio Jordão significa vencer a morte.
Essa faceta da jornada tem uma relação especial com o Senhor Jesus, já que o próprio Senhor foi batizado no rio Jordão.
O fato de Ele ter descido às águas batismais indica a morte e por ter subido das águas denota a ressurreição. Ele vence a morte por meio do poder da ressurreição.
O maior poder de Satanás conforme sabemos é a própria morte (veja 1 Co 15.26). É como se o Senhor desafiasse Seu inimigo ao dizer-lhe: "Faça o que puder Comigo" (cf. Hebreus 2: 14). E de fato, Satanás faz o melhor que pode, no entanto, Deus tem o poder da ressurreição.
Satanás almejou matar o Senhor Jesus, mas não pôde, porque somente Nele está a verdadeira vida, a qual não pode ser tocada ou tirada pela morte. O Senhor, conforme as Escrituras foi um renovo numa terra seca (Isaías 53: 2), isto é, com exceção de Cristo, não há poder que possa vencer a morte. A vida que recebemos da regeneração pela Sua Palavra e pela santificação através do Seu Espírito é a vida da ressurreição, e o poder da vida ressurreta afugentará toda morte.
Cruzar o mar Vermelho e atravessar o rio Jordão tem significados muito diferentes. Cruzar o mar Vermelho foi um acontecimento forçado pelas circunstâncias. Os filhos de Israel foram perseguidos pelos inimigos egípcios e teriam sido mortos se não o tivessem feito. Atravessar o rio Jordão, todavia, foi uma ação voluntária. Explico! Há muitos que por força das agruras da vida (problemas familiares, doenças, falências e outros) procuram fugir delas, tal qual Israel na sua fuga dos egípcios, quando atravessou o Mar Vermelho.
Nos dias de hoje, algumas pessoas recusam-se a cruzar o rio Jordão e não buscam o poder da Sua ressurreição. Porém, Paulo estimava muitíssimo este poder e, por isso, buscava-o com diligência (Filipenses 3: 10-12).
Todos os filhos de Deus foram ressuscitados com o Senhor. Entretanto, muitos não conhecem o poder da ressurreição do Senhor na prática. Portanto, eles não experimentam a vitória sobre a morte. O Espírito Santo só pode encher aqueles que estão repletos da vida de Cristo. Tão logo sejamos regenerados em Jesus Cristo, tão logo nós seremos arrebatados. Deus não pode levar alguém que não está preparado. Por isso, antes que possamos ter um arrebatamento como Elias, devemos passar pelas experiências de Gilgal, Betel, Jericó e rio Jordão.

Deus nos diz que seremos arrebatados. Então, façamos o que devemos fazer começando de Gilgal e terminando pela outra margem do Jordão.
Descobriremos que Deus estará ali esperando por nós!

Watchman Nee.
http://escoladogamaliel.blogspot.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário