JESUS É SACERDOTE ETERNO DA ORDEM DE MELQUISEDEQUE.

JESUS É SACERDOTE ETERNO DA ORDEM DE MELQUISEDEQUE.

Hebreus 5:1-10 ARC.

[1] Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados, 

(O sacerdote tem a função de mediar o acesso entre a humanidade e Deus, mas somente Deus pode escolher àquele que será o seu mediador com os homens, portanto ninguém pode por si mesmo tomar essa honra; os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas narram a voz de Deus sendo ouvida desde os céus dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" [Mt 3:17 e 17:5; Mc.1:11 e 9:7; Lc.3:22]; portanto somente Jesus é o eleito de Deus e somente a Cristo é quem devemos ouvir: "Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos" [Ml 2:7]. Portanto, qualquer espírito [doutrina] que não confessa que Jesus ["a Salvação de YHWH"] veio em carne [veio ao mundo - João1:14], não é de Deus, mas é o espírito do anticristo [1João4:2,3]; e se alguém ignora as palavras de Jesus ditas em Marcos 2:27 e 7:17-19 para deliberadamente guardar o sábado e as dietas alimentares dos judeus, esse indivíduo será exterminado do povo de Deus [Dt.18:18,19 e At.3:22,23], pois conscientemente está rejeitando o conselho de Cristo a respeito dessas coisas). 

[2] e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza. [3] E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados. 

(A função sacerdotal é do serviço da misericórdia, pois o sacerdote leva sobre si mesmo a iniquidade daqueles a quem tem que mediar diante de Deus [Êx.28:36-38; Nm.18:1; Is.53:11]. Ele tem que se compadecer dos pecadores e ignorantes para executar seu serviço a contento, senão Deus não aceitará a oferta de suas mãos; Arão e seus filhos, para ministrar as ofertas em favor dos israelitas, foram lavados com água e corretamente paramentados com as vestes sagradas; assim também Jesus sendo Ungido pelo Espírito Santo, se vestiu de salvação e foi coberto com o manto da justiça divina [Is.61:1,2,10] para exercer o sacerdócio perfeito a Deus).

[4] E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão. [5] Assim, também Cristo NÃO SE GLORIFICOU A SI MESMO, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: TU ÉS MEU FILHO, hoje te gerei. 

(O sacerdote deveria estar santificado, isto é, consagrado a Deus, pois só assim poderia exercer as suas funções sacerdotais, pois do contrário seria proibido de fazê-lo [2Crô.29:34 e 30:3; Ed.2:61-63; Ne.7:63-65]. Por isso, somente aquele que foi escolhido por Deus é quem poderia desempenhar um sacerdócio aceitável aos olhos do SENHOR; levando isso em conta, entendemos que o sacerdócio aarônico foi imperfeito desde seu começo, pois Arão, logo de início, pecou fazendo deuses para os israelitas, e os seus filhos, Nadabe e Abiú pecaram oferecendo fogo estranho sobre o Altar; mais tarde, o sumo sacerdote Eli foi leniente e omisso para com os pecados de sua casa; já no tempo posterior ao exílio babilônico, os sacerdotes corromperam a linhagem levítica [Ml.2:8. "Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o Senhor dos Exércitos".]).

[6] Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.

(Portanto, como vimos anteriormente, sobre a imperfeição do sacerdócio levítico-aarônico; em Hebreus 7 lemos como essa questão foi resolvida; vejam: "Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico, pois nele baseado o povo recebeu a lei; que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? [12] Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei" [Hb.7:11-12]. Certa vez Jesus perguntou aos sacerdotes do Templo de Jerusalém: "... Nunca lestes nas Escrituras que a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos? [43] Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos. [44] Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó" [Mt.21:42-44]. A materialização desta verdade aconteceu no ano 70 d.C; pois o Tempo foi destruído e o Reino de Deus foi tirado das mãos dos sacerdotes dos judeus).

[7] O qual, NOS DIAS DA SUA CARNE, OFERECENDO, COM GRANDE CLAMOR E LÁGRIMAS, ORAÇÕES E SÚPLICAS AO QUE O PODIA LIVRAR DA MORTE, FOI OUVIDO QUANTO AO QUE TEMIA.

(No "Stephanus Textus Receptus" [1550]; lemos este verso (7) assim: "Que nos dias de sua carne ofereceu orações e súplicas àquele que era capaz de salvá-lo da morte, com grande clamor e lágrimas, e foi ouvido por causa de sua reverência" [Hb.5:7]; o texto em questão reafirma o sacerdócio perfeito de Jesus, pois "nos dias da sua carne", isto é, tanto na última ceia, na qual ofereceu orações e súplicas pelos seus discípulos na sua oração sacerdotal em João 17; como também no jardim do Getsêmani, quando em agonia da morte Cristo suou gotas de sangue, sendo necessário que o Pai lhe enviasse um anjo para confortá-lo [Lc.22:43-44]; então, em ambas ocasiões, Jesus fez ofertas agradáveis a Deus; pois mesmo em grande angústia, mas "diante daquele que o podia livrá-lo da morte", isto é, livrá-lo do cálice amargo da ira de Deus que teria que beber pela humanidade, mesmo assim Cristo não recusou bebê-lo). 

[8] Ainda que era Filho, APRENDEU A OBEDIÊNCIA, POR AQUILO QUE PADECEU.

(Cristo não glorificou a si mesmo, mas a Deus; pois quando disse: "Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua" [Lc.22:42]. Sim! Jesus em seu espírito, alma e corpo exaltou a glória do Pai; no seu sofrimento no Getsêmani, no Sinédrio, no Pretório romano, nas vias de Jerusalém carregando a cruz, no caminho do Gólgota e na sua crucificação, Cristo mostrou sua obediência ao Pai, pois mesmo sendo o Unigênito, o Ungido, o Verbo Vivo encarnado de YHWH, Jesus se despiu de sua glória e "aprendeu a obediência naquilo que padeceu" ["aprendeu" - no grego: "manthano" - significa: "ser avaliado", "ter experiência prática" - ver: Is.53:3]).

[9] E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem, [10] chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.

(A ordem sacerdotal de Melquisedeque é a ordem do perfeito sacerdócio "real e de justiça", pois é Rei de Justiça, e Melquisedeque era também rei de Salém, portanto rei de paz; então Jesus é Rei de Justiça e Paz, pois: "... o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança, para sempre" [Is.32:17]. Quem crê em Jesus Cristo está em paz com Deus, pois a operação da justiça divina por meio de Jesus Cristo, concede repouso e segurança para todo sempre. Pois "o fim da Lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê" [Rm10:4]; nEle foi consumado a Lei e por meio dEle Deus inalgurou a Nova Aliança predita por Jeremias [Jr.31:31-35], portanto, em Cristo "as coisas velhas passaram, eis que tudo se fez novo" [2Cor5:17]).

Ev. Levi.