MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

quarta-feira, 20 de abril de 2016

PORQUE QUANDO ESTOU FRACO ENTÃO SOU FORTE (2 Cor. 12:10).

A cultura humana valoriza a força, os músculos, os físicos esculpidos e a superação dos limites da carne; vemos isso diariamente nos filmes, revistas, histórias e jornais que exaltam os atletas do presente e do passado. É difícil para alguém desconstruir toda essa herança cultural, pois somos ensinados desde criança que a fraqueza é vergonhosa e que os fracos são patéticos, portanto ninguém quer ser ou parecer fraco.

Paulo escreveu que ele recebeu dos judeus “cinco quarentenas de açoites menos um”, isto é, ele foi açoitado além do que era permitido pela Lei (Deut. 25:3), foi fustigado (açoitado com vara) três vezes, uma vez apedrejado, sofreu três naufrágios, passou uma noite e um dia no abismo (Atos 27: 20-27); nas suas viagens missionárias esteve constantemente em perigo, fatigado pelo trabalho, passou muitas noites em claro, passou fome, passou sede, sofreu vários jejuns, sofreu nudez e frio (2 Cor. 11: 24-27).

“Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas” (2 Cor. 11: 28).

Este homem com certeza não foi e nem será o modelo de herói cultuado pelo mundo, mas cumpriu a risca a missão de um cristão: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos” (Mat. 10: 16).

Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. (2 Cor. 11: 30).   

O apóstolo Pedro disse que devemos nos armar do mesmo pensamento que esteve presente em Cristo de que quem padeceu na carne já cessou do pecado, e alegrai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo, pois se pelo Nome do Senhor formos vituperados, bem-aventurados somos, porque sobre nós repousa o Espírito da glória de Deus (1 Pedro 4: 1,13,14).

Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos? E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna (Mateus 19: 27-29).

Sim! Eles receberam cem vezes mais o que deixaram para trás por amor de Cristo, pois na Igreja do Senhor eles tiveram irmãos e amigos, mães e filhos, porque a Igreja é a família de Deus.

JESUS NA CRUZ.                  

Segundo as pinturas elaboradas por artistas do passado, Jesus foi crucificado seminu, isto é, somente com um pano cobrindo suas partes íntimas (lombos cingidos). Mas a verdade é que quando Paulo fala do “escândalo da cruz” (Gálatas 5: 11; 1 Coríntios 1: 23) ele está enfatizando a cena de Cristo crucificado totalmente nu, por isso Jesus disse de antemão: “E bem-aventurado aquele que em mim não se escandalizar” (Mateus 11: 6; Lucas 7: 23).

A palavra “vitupério” significa: ato vergonhoso, infame ou indigno, que possui a capacidade de ofender, de injuriar. O escritor de Hebreus, no cap. 11 cita Moisés que trocou as benesses do palácio e do título de filho da filha de Faraó, pelo “vitupério de Cristo” (versos 24-26), e no cap. 13: 13, ele ainda acrescentou: “Saiamos, pois a Ele, fora do arraial levando o Seu vitupério”. Certamente a crucificação além de dolorosa, também foi vergonhosa para Cristo.

Na história dos heróis eles sempre vencem de modo convencional subjugando seus adversários através de suas aptidões físicas, ou resistindo aos agressores devolvendo-lhes na mesma medida. Cristo Jesus não fez assim, e quando os inimigos de Deus pensavam tê-lo liquidado, Ele venceu o valentão (Satanás), tirou-lhe a armadura, amarrou-lhe as mãos e saqueou todos os seus bens os quais guardava sob um arsenal (Mateus 12: 29; Lucas 11: 21,22). Essa é a diferença entre os heróis da fé e os heróis do mundo, os heróis da fé são fortes no Espírito e os heróis do mundo, na carne; portanto, sendo a nossa militância somente espiritual, a recomendação ao cristão é: “enchei-vos do Espírito Santo”, pois é Ele quem vivifica o crente, a carne para nada aproveita (João 6: 63; Efésios 5: 18). Lembrei-me agora do hino 291 da Harpa Cristã que diz assim: “Eu aqui com Jesus a vergonha da cruz quero sempre levar e sofrer. Cristo vem me buscar e com Ele no lar, uma parte da glória hei de ter. Sim! Eu amo a mensagem da cruz”...  

Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta,fitando os olhos em Jesus”, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, “suportou a cruz, desprezando a ignomínia” (desonra extrema, opróbrio, infâmia pública), e está assentado à direita do trono de Deus. (Hebreus 12: 1,2).

L. M. S.                                                     

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