MANANCIAL

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"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O SINAL DE AUTORIDADE POR CAUSA DOS ANJOS.

A frase título deste comentário sempre me fascinou. Por que Paulo escreveu isso? O que ele quis dizer com isso? Talvez, para se entender esta frase, nós precisemos retornar à Lei de Moisés, a um antigo ritual prescrito nela: o “voto de nazireu”.

Nazireu significa “consagrado”, “separado”; era um voto ao Senhor que qualquer israelita podia fazer, tanto o homem como a mulher, visando à santificação, e um dos aspectos desse voto era não passar a navalha sobre a cabeça, isto é, deixava-se crescer livremente a cabeleira (Números 6:5). Os nazireus não tocariam em mortos, não comeriam nem beberiam dos frutos da videira, não beberiam bebida alcoólica (bebida forte) e não teriam relações sexuais com prostitutas, pois seriam santos (Números 6: 2-8).

Um nazireu famoso das Escrituras é Sansão. Ele foi consagrado desde o seu nascimento e fez proezas em nome do Senhor, mas apesar do seu nazireado ser ordenado por Deus, Sansão não se guardou do pecado. Gradativamente Sansão foi transgredindo sua condição de homem consagrado. Ele tocou em um morto (Juízes 14:8 e 9), se deitou com uma prostituta (cap. 16: 1), e por último perdeu sua cabeleira, o seu sinal de autoridade e sua força (cap. 16: 19 e 20). Neste personagem bíblico vemos que os seus cabelos crescidos simbolizavam sua submissão a Deus, ou seja, ele tinha o “sinal” em sua cabeça de que estava sujeito à autoridade divina a qual foi predita pelo anjo no capítulo 13 de Juízes (versos 3-5).

Repare o que Paulo escreveu nestes versos:

“E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve OCULTO EM DEUS, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, PELA IGREJA, a multiforme sabedoria de Deus seja CONHECIDA dos principados e potestades nos céus”. (Efésios 3: 9,10).

Hebreus 12: 1 exorta os crentes a se desembaraçarem do mundo.  

“Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta”. (Hebreus 12: 1).

Paulo comunica aos crentes de Éfeso que os mistérios ocultos desde a criação, Deus os revelou em Jesus Cristo e que estes mistérios somente podem ser conhecidos pelos anjos através da Igreja, isto é, os principados e as potestades nos céus vêm à Igreja de Cristo para conhecer os mistérios de Deus, porque como está escrito: As coisas que os olhos não viram, e os ouvidos não ouviram, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam, e Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus (1 Coríntios 2:9,10). 

O autor da Epístola aos Hebreus usa a expressão “nuvem de testemunhas” que nos rodeia certamente ele quis dizer algo mais do que apenas testemunhas humanas.

Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio (submissão, tradução ARIB; autoridade, tradução NVI e SBB), por causa dos anjos (1 Coríntios 11:10, tradução da ACRF).
Podemos entender o significado de sinal de poderio como sujeição a uma autoridade, com a frase do centurião romano de Cafarnaum em Lucas 7 verso 8 que diz: Porque também eu sou homem SUJEITO À AUTORIDADE, e tenho soldados SOB O MEU PODER, e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.

O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. (1 Cor. 11: 7).

Paulo ensina aos crentes de Corinto que a mulher deveria se submeter ao seu marido porque ela é a glória dele, mesmo quando ela orasse ou profetizasse deveria fazê-lo debaixo da autoridade do seu esposo, e segundo os costumes da época e do local (Corinto), o uso do véu ou dos cabelos crescidos era o “sinal” de sua sujeição ao seu cônjuge. Por isso, o apóstolo dos gentios exorta que a mulher deve aprender em silêncio e não pode usar de autoridade sobre o seu esposo e nem “ensinar como autoridade” (ministério – pastora) na Igreja (1 Cor. 14: 34-36; 1 Timóteo 2: 11-14; Efésios 5: 33).

Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus. (Deut. 22: 5).       

Quando Paulo faz associação do costume das mulheres de Corinto no uso véu ou dos cabelos crescidos à sua submissão ao seu marido, e cita: “por causa dos anjos”; ele faz este paralelo por que os anjos estão “aprendendo” os mistérios de Deus com a Igreja e eles fazem parte da grande nuvem de testemunhas que nos rodeia, e mais, os anjos são espíritos ministradores enviados para servir os que herdarão a salvação (Hebreus 1: 14); como eles poderão servir a homens e mulheres que não se sujeitam ao que Deus determinou? Lembrem-se: Deus é a cabeça de Cristo, Cristo é a cabeça do varão, e o varão é a cabeça da mulher (1 Cor. 11: 3). Em Efésios 5, o apóstolo dos gentios continua o paralelismo do marido e da mulher com Cristo e a Igreja dizendo: ... “Ambos serão uma só carne”; grande é este mistério, digo-o, porém, a respeito de Cristo e da Igreja (verso 32).  


L. M. S.

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