MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

UM POUCO A RESPEITO DE SINAIS.

O CAJADO SE TRANSFORMA EM SERPENTE 

A palavra “sinal”, no hebraico original, é “ôt” (נֵס) e significa, além de “sinal”, “marca”, “emblema”, “símbolo”. No grego koiné: sêmeion (σημειον) = sinal.

Exemplos de “sinais” na Bíblia.

1. A circuncisão foi o sinal da aliança entre Deus, Abraão e sua descendência (Gên. 17:9-13).

2. A obediência e o amor exclusivo ao Deus de Israel seria o sinal de vitória aos israelitas, se, contudo, eles aplicassem seus corações em observar e cumprir todos os mandamentos e estatutos do Senhor (Deut. 6:1-19 – “Atarás por “sinal” na tua mão e por frontais nos teus olhos”, verso 8 – a palavra “mãos” quer dizer “obras”; “por frontais nos teus olhos”, à frente dos olhos, quer dizer: observância, referência, guia, pensamentos regidos, retidão de caminhos...). 

3. As maldições pronunciadas sobre o Monte Ebal (Deut. 27 e 28) seriam o “sinal” da desobediência do povo israelita a Deus (Deut. 28:45-46).                          

4. A vara transformada em serpente, a mão que levada ao peito ficou leprosa e depois voltou a ser sã, a água tomada do rio que se tornou sangue ao tocar a terra seca, foram os “sinais” ao povo de Israel que Deus havia aparecido, falado e enviado Moisés  para libertar Seu povo (Êxodo 4:1-8).                                                                          

5. A sombra que retrocedeu dez graus no relógio de sol de Acaz foi o “sinal” de que Ezequias, rei de Judá, estava curado da enfermidade e teria mais quinze anos de vida acrescentados pelo Senhor (Isaías 38:5-8).                                               

6. Os atos do profeta Ezequiel sob o comando de Deus foram o “sinal” de que Jerusalém e todo o povo de Israel seriam levados em cativeiro na Babilônia (Ezequiel 12:1-12). 
                                                                                                         

7. O dom de línguas é “sinal” para os infiéis e a profecia “sinal” para os fiéis (1 Cor. 14: 22). Infiel: desobediente, traidor, incrédulo, desleal.

A SERPENTE DE BRONZE LEVANTADA NO DESERTO – O povo “cansou” do “caminho de Deus” e ficou “enfastiado” (enjoado) do “pão do céu”, o maná. É exatamente isto que está escrito em Números 21; pelo que Deus enviou “serpentes ardentes” “entre o povo” para matá-los, e morreu muita gente. Os que se arrependeram pediram ao Senhor que as serpentes se retirassem deles, mas não foram atendidos, porém, Deus ordenou que Moisés fizesse uma serpente de bronze e a colocasse numa haste, e todos que fossem envenenados pela “picada da serpente”, se olhassem para a “serpente de bronze” levantada no deserto viveriam (Números 21: 4-9).  

Jesus usou a história da serpente de metal no deserto como uma ilustração da sua crucificação, porque assim como a serpente “forjada” por Moisés livrou da morte os envenenados pelas víboras abrasadoras, Cristo, a “serpente forjada” pelos escribas e fariseus – eles acusaram Jesus de proferir blasfêmias contra Deus – também livra do pecado e da morte àqueles que “olham” (voltam seus olhares) para Ele (João 3: 14-15). Nesse aspecto, a serpente de metal foi um “sinal” da crucificação do Messias.

A VARA DE MOISÉS – É uma passagem muito curiosa a de Êxodo 4. Nunca li ou ouvi uma explicação sobre os “sinais” ordenados pelo Senhor a Moisés para que ele tivesse credibilidade perante o povo de Israel. Paulo nos diz que a palavra da cruz é “loucura para os que perecem”, mas para nós, que somos salvos, é o “poder de Deus”, e como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria (a criação), aprouve a Deus salvar os crentes pela “loucura da pregação” (1 Cor. 1: 18,21). Seguindo este conceito, a vara transformada numa serpente nos traz à memória a Palavra de Deus que é o poder Dele para a salvação do pecador arrependido que nela crê, em contrapartida, a Palavra é a condenação aos que Nela não crêem.

Uma vara ou bordão de pastor tem sua utilidade para defesa e condução do rebanho, então o seu simbolismo é de “apoio” (Hebr. 11: 21), de “domínio”, de “guia”, de “proteção” (Salmos 23: 4), de “correção e juízo” (Isaías 30: 31-32). Já a “serpente” – na Bíblia e na cultura cristã – é sinônimo de Satanás (Apoc. 20: 2), de astúcia (Gên. 3: 1), de prudência (Mat. 10: 16), dos ímpios (Mat. 23: 33), de traição (Gên. 49: 17)... Mas o fato dela se transformar em serpente e depois em vara diante dos olhos dos anciãos de Israel e posteriormente de Faraó, indica que, quem não é do Senhor, não pode conhecer os sinais de Deus porque seus olhos, ouvidos e coração estão endurecidos para a verdade da fé, e é por isso que vemos tantos estudiosos das Escrituras, sejam eruditos ou leigos, “pecando” na interpretação delas, visto que desconhecem seu poder, pois só vêem a “letra”, “bordão e serpente”, e não o prodígio.

A MÃO LEPROSA – Moisés põe a sua mão no seu peito e ela fica leprosa; torna a colocá-la no peito e ela fica sã (Êx. 4). Segundo a Palavra de Deus, “mão” tem conotação de força e poder (Êx. 17: 11; Jer. 15: 21), de sustento e salvação (Salmos 144: 7; Prov. 31: 20), de trabalho ou obra (Prov. 10: 4), de escravidão e domínio (Êx. 18: 10); e o peito (seio) é o lugar do coração, o íntimo de cada ser humano o qual é de conhecimento particular, porém, patente aos olhos de Deus. Portanto “obras de justiça” sem um coração arrependido se tornam em “mãos leprosas”. Trapos de imundície é o termo usado pelo profeta Isaías (Is. 64: 6).

A ÁGUA DO RIO SE TRANSFORMA EM SANGUE – É sabido que o Espírito Santo é o “rio” que flui de Deus; Ele é quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, por isso que ninguém pode confessar a Jesus como Senhor senão por Ele. A água do rio transmutada em sangue é justamente isso, pois três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam entre si (1 João 5: 8); então, o Espírito dá testemunho de que o sangue de Jesus expia os pecados dos que creem.

L. M. S.

Nenhum comentário:

Postar um comentário