O CAJADO SE TRANSFORMA EM SERPENTE |
A palavra “sinal”, no hebraico original, é “ôt” (נֵס) e significa, além de “sinal”, “marca”, “emblema”, “símbolo”. No grego koiné: sêmeion (σημειον) = sinal.
Exemplos de “sinais” na
Bíblia.
1. A circuncisão foi o sinal da aliança entre Deus, Abraão e sua
descendência (Gên. 17:9-13).
2. A obediência e o amor exclusivo ao Deus de Israel seria o sinal de
vitória aos israelitas, se, contudo, eles aplicassem seus corações em observar
e cumprir todos os mandamentos e estatutos do Senhor (Deut. 6:1-19 – “Atarás
por “sinal” na tua mão e por frontais nos teus olhos”, verso 8 – a palavra “mãos”
quer dizer “obras”; “por frontais nos teus olhos”, à frente dos olhos, quer
dizer: observância, referência, guia, pensamentos regidos, retidão de
caminhos...).
3. As
maldições pronunciadas sobre o Monte Ebal (Deut. 27 e 28) seriam o “sinal” da
desobediência do povo israelita a Deus (Deut. 28:45-46).
4. A vara
transformada em serpente, a mão que levada ao peito ficou leprosa e depois voltou
a ser sã, a água tomada do rio que se tornou sangue ao tocar a terra seca,
foram os “sinais” ao povo de Israel que Deus havia aparecido, falado e enviado
Moisés para libertar Seu povo (Êxodo 4:1-8).
5. A sombra que retrocedeu dez graus no relógio de sol de Acaz foi o “sinal”
de que Ezequias, rei de Judá, estava curado da enfermidade e teria mais quinze
anos de vida acrescentados pelo Senhor (Isaías 38:5-8).
6.
Os atos do profeta Ezequiel sob o comando de Deus foram o “sinal” de que
Jerusalém e todo o povo de Israel seriam levados em cativeiro na Babilônia
(Ezequiel 12:1-12).
7. O dom de línguas é “sinal” para os infiéis e a profecia “sinal” para os fiéis (1 Cor. 14: 22). Infiel: desobediente, traidor, incrédulo, desleal.
A SERPENTE DE BRONZE
LEVANTADA NO DESERTO – O povo “cansou” do “caminho de Deus” e ficou “enfastiado”
(enjoado) do “pão do céu”, o maná. É exatamente isto que está escrito em Números
21; pelo que Deus enviou “serpentes ardentes” “entre o povo” para matá-los, e
morreu muita gente. Os que se arrependeram pediram ao Senhor que as
serpentes se retirassem deles, mas não foram atendidos, porém, Deus
ordenou que Moisés fizesse uma serpente de bronze e a colocasse numa haste, e
todos que fossem envenenados pela “picada da serpente”, se olhassem para a
“serpente de bronze” levantada no deserto viveriam (Números 21: 4-9).
Jesus usou a história da
serpente de metal no deserto como uma ilustração da sua crucificação, porque
assim como a serpente “forjada” por Moisés livrou da morte os envenenados pelas
víboras abrasadoras, Cristo, a “serpente forjada” pelos escribas e fariseus –
eles acusaram Jesus de proferir blasfêmias contra Deus – também livra do pecado
e da morte àqueles que “olham” (voltam seus olhares) para Ele (João 3: 14-15). Nesse
aspecto, a serpente de metal foi um “sinal” da crucificação do Messias.
A VARA DE MOISÉS – É uma
passagem muito curiosa a de Êxodo 4. Nunca li ou ouvi uma explicação sobre os
“sinais” ordenados pelo Senhor a Moisés para que ele tivesse credibilidade
perante o povo de Israel. Paulo nos diz que a palavra da cruz é “loucura para os que perecem”, mas para nós, que
somos salvos, é o “poder de Deus”, e como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu
pela sua sabedoria (a criação), aprouve a Deus salvar os crentes pela “loucura
da pregação” (1 Cor. 1: 18,21). Seguindo este conceito, a vara transformada numa
serpente nos traz à memória a Palavra de Deus que é o
poder Dele para a salvação do pecador arrependido que nela crê, em
contrapartida, a Palavra é a condenação aos que Nela não crêem.
Uma vara ou bordão de
pastor tem sua utilidade para defesa e condução do rebanho, então o seu simbolismo
é de “apoio” (Hebr. 11: 21), de “domínio”, de “guia”, de “proteção” (Salmos 23:
4), de “correção e juízo” (Isaías 30: 31-32). Já a “serpente” – na Bíblia e na
cultura cristã – é sinônimo de Satanás (Apoc. 20: 2), de astúcia (Gên. 3: 1),
de prudência (Mat. 10: 16), dos ímpios (Mat. 23: 33), de traição (Gên. 49: 17)...
Mas o fato dela se transformar em serpente e depois em vara diante dos olhos
dos anciãos de Israel e posteriormente de Faraó, indica que, quem não é do
Senhor, não pode conhecer os sinais de Deus porque seus olhos, ouvidos e
coração estão endurecidos para a verdade da fé, e é por isso que vemos tantos
estudiosos das Escrituras, sejam eruditos ou leigos, “pecando” na interpretação
delas, visto que desconhecem seu poder, pois só vêem a “letra”, “bordão e
serpente”, e não o prodígio.
A MÃO LEPROSA – Moisés põe
a sua mão no seu peito e ela fica leprosa; torna a colocá-la no peito e ela
fica sã (Êx. 4). Segundo a Palavra de Deus, “mão” tem conotação de força e
poder (Êx. 17: 11; Jer. 15: 21), de sustento e salvação (Salmos 144: 7; Prov.
31: 20), de trabalho ou obra (Prov. 10: 4), de escravidão e domínio (Êx. 18:
10); e o peito (seio) é o lugar do coração, o íntimo de cada ser humano o qual
é de conhecimento particular, porém, patente aos olhos de Deus. Portanto “obras
de justiça” sem um coração arrependido se tornam em “mãos leprosas”. Trapos de
imundície é o termo usado pelo profeta Isaías (Is. 64: 6).
A ÁGUA DO RIO SE
TRANSFORMA EM SANGUE – É sabido que o Espírito Santo é o “rio” que flui de Deus;
Ele é quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, por isso que
ninguém pode confessar a Jesus como Senhor senão por Ele. A água do rio
transmutada em sangue é justamente isso, pois três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o
sangue; e estes três concordam entre si (1 João 5: 8); então, o Espírito dá testemunho de que o sangue de
Jesus expia os pecados dos que creem.
L. M. S.
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