Num vídeo do Instagram, um professor evangélico de teologia fez esta afirmação: "Não existe cristão sem uma igreja"; ou seja, ele repetiu o mesmo dogma propagado por séculos pelo catolicismo romano, de que sem a igreja - no caso a católica romana - não há salvação, pois quem não congrega na igreja está fora do corpo de Cristo... É interessante como cada vez mais os cristãos evangélicos se aproximam da apostasia do catolicismo romano; pois já tratam seus pastores como sacerdotes, o púlpito como altar, os prédios das reuniões como templos, o pão e o vinho da ceia como a carne e o sangue de Cristo (transubstanciação), idolatram os "pais da igreja", celebram a Páscoa... Só falta malhar o Judas! Esses mestres em teologia estão levando as denominações evangélicas pelo mesmo rumo daqueles que outrora conduziram a igreja primitiva à apostasia romana. Eles têm até um rótulo para nomear quem está fora de uma denominação evangélica: "os desigrejados"; e na mente deles, um desigrejado não pode ser salvo, pois como disse o "doutor em divindade", um desigrejado não pode ser chamado de cristão. Mas vou dar um exemplo bíblico de um "desigrejado" que era salvo, em contraste daqueles "igrejados" que eram perdidos, ou seja, entre João Batista e o sacerdócio do templo de Jerusalém.
João Batista foi um "desigrejado" para os "igrejados" servidores do templo de Jerusalém. João Batista era da linhagem sacerdotal aarônica, pois seu pai, Zacarias era sacerdote da ordem de Abias; contudo, nos seus dias, a "igreja" (estou sendo anacrônico) de Jerusalém, isto é, toda a religiosidade do templo estava corrompida, coisa que o profeta Malaquias denunciou quatro séculos antes de João Batista nascer; a coisa ficou tão séria que no tempo dele havia dois sumo sacerdotes: Anás e Caifás; Anás era sogro de Caifás, ou seja, totalmente antibíblico, pois um genro não podia herdar o sacerdócio do seu sogro, pois o sumo sacerdócio era passado de pai para filho (Êx.28:1,40,41,43; Nm.20:26), nem muito exercê-lo conjuntamente com ele ainda vivo; ou seja, a corrupção estava "largada" no meio religioso; de tanto que, já no ministério de Jesus, o comércio da fé no templo era tão descarado, que Cristo precisou intervir e expulsar aquele bando de ladrões e salteadores que dominavam por ali... Qualquer semelhança com os dias de hoje não é mera coincidência! Mas foi nesse panorama de apostasia que João Batista, herdeiro da linhagem sacerdotal aarônica, um homem cheio do Espírito Santo desde o ventre materno nasceu, cresceu, mas se retirou do meio da religiosidade oficial daquela época para viver no deserto.
Os detalhes que os Evangelhos dão acerca das vestes de João Batista são estes: vestido de pêlos de camelo e um cinto de couro nos seus lombos; mas com relação à sua sua alimentação os evangelistas contam que era composta de gafanhotos e mel silvestre [Mt.3:4; Mc.1:6], ou seja, João Batista nunca participou da mesa dos sacerdotes, os quais comiam das ofertas que eram trazidas pelos adoradores do templo; ele também nunca e exerceu qualquer atividade no serviço do templo e nem se vestiu com as vestes sagradas das quais tinha direito de nascimento. Mas é no Evangelho de Lucas que lemos sobre como João Batista viveu até o momento de iniciar seu serviço sacerdotal: "O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel" [Lc.1:80]. João Batista crescia e se fortalecia em espírito vivendo nos desertos e não no meio da religiosidade corrompida, pois não comungava da companhia dos falsos adoradores do templo de Jerusalém e também não participava da porção da mesa sacerdotal, a qual estava profanada pela ganância dos líderes saduceus. Mas então agora vêm os "religiosos de plantão", os "phDs em teologia" nos dizer que não existe fiel a Deus sem uma igreja? Ora! Se assim fosse, João Batista não teria nascido, vivido e crescido, pois de alguma forma Deus usaria alguém de dentro do judaísmo para anunciar a sua Palavra; mas então o que está escrito?... Está escrito: "Sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto" [Lc.3:2]; ou seja, a Palavra de Deus não veio aos chefes religiosos e nem a qualquer pessoa que servia no templo de Jerusalém, mas a Palavra de Deus veio a um "desigrejado", a um fora do sistema religioso corrompido, ela veio a João Batista que vivia no deserto, cujas vestes não eram as sacerdotais, cuja comida não era a da mesa sacerdotal e cuja habitação nunca esteve nas câmaras do templo judaico... Essa corja de vagabundos fica defendendo sua posição enquanto muita gente perece como ovelhas sem pastor, mas eles fazem essa maracutaia teológica, porque se as pessoas que frequentam as denominações descobrirem que servir a Deus é muito mais simples do que imaginam, isto é, que podem congregar em casa, sem um local específico, que não precisam de ministérios complicados (ministério de louvor, ministério feminino, ministério de jovens, banda musical, etc.), nem de rituais imbecis (quebra de maldição, orar no monte, pagar dízimo, dar oferta, fazer voto...) e nem de uma denominação ou carteirinha dele, esses falsos mestres perderiam seu status de deuses no meio dos crentes e, é claro, as contribuições financeiras das quais enchem suas burras.
"Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. 3. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo" [2Cor.11:2,3].
Sim, a serpente enganou e já domina nesse sistema religioso que aí está, pois essas denominações evangélicas se afastaram da simplicidade que há em Cristo Jesus para seguir as mentiras dos dos seus gananciosos mestres. E hoje tem muito mais desviados dentro das igrejas evangélicas do que fora delas, mas essas igrejas desviadas da simplicidade de Cristo querem rotular de "sem igreja", àqueles que saíram do seu meio, por não aceitarem ter comunhão com o pecado do adultério, da fornicação, da política, do mercado da fé, da cobiça das riquezas, da ganância dos líderes religiosos, do divórcio, do misticismo, dos rituais absurdos, das festas pagãs, das pregações vazias, das músicas gospels etc. Em suma, e como no tempo de João Batista, os desigrejados estão mais dentro da igreja de Cristo do que os igrejados de hoje... Acho que a teologia precisa ensinar aos teólogos que nem no monte Gerizim e nem em Jerusalém são os lugares de adoração, pois Deus procura seus verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade, pois Deus é Espírito [Jo.4:23,24] e nós, em Cristo, somos edificados para templo santo do Senhor Jesus, pois o Espírito Santo de Deus está habitando em nós [1Cor.3:16; Ef.2:21; 1Pe.2:5].
Ev. Levi.
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