MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

A DECEPÇÃO DE PAULO (Atos 21:17-26).

Paulo, ao retornar da terceira viagem missionária, no segundo dia de sua chegada em Jerusalém, reuniu-se com Tiago e os anciãos da Igreja e relatou as grandes obras que Deus fizera por meio de seu ministério entre os gentios; ao ouvirem suas palavras, deram glórias a Deus, porém, eles também tinham algo para relatar...

O apóstolo Paulo, em suas viagens evangelísticas, sofreu muitas afrontas por parte dos judeus, e isto aconteceu porque levava consigo o vinho novo de Cristo e o dava tanto a judeus como a gregos; e porque pregava a verdade da Palavra de Deus, foi perseguido, caluniado e açoitado. Quando em Corinto, após ter anunciado a Cristo na sinagoga local, alguns judeus creram, outros, porém blasfemaram; então ele os deixou e concentrou-se em evangelizar os gentios. Tempos depois, os judeus blasfemadores se levantaram contra Paulo e o conduziram ao tribunal de Gálio acusando-o de ensinar coisas contrárias à Lei de Moisés. Por isso, numa tentativa de apaziguar os ânimos judaicos contra o seu Evangelho, o apóstolo fez uma tolice: um voto de nazireu (Atos 18:18). Certa vez, Paulo escreveu assim: “Fiz-me judeu para ganhar os judeus” (1 Coríntios 9:20); mas esse ardil não funcionou como o esperado; alguns anos mais tarde, em Jerusalém, no próprio seio da Igreja, os falsos crentes o acusaram de dissolução (Atos 21:20,21). Este fato ocorreu aproximadamente dez anos após o Concílio de Jerusalém o qual fora instaurado por causa de fariseus que abraçaram a fé em Cristo, mas que não se despojaram da “carcaça mosaica”, e queriam fazer com que gentios convertidos à fé guardassem também a lei de Moisés, porém a decisão do Concílio favoreceu a verdade. Contudo, os anos se passaram e os judaizantes tornaram-se maioria na Eclésia fazendo-a regredir, pois os rumos a partir do Concílio não avançaram. Esperava-se algo melhor daquela Igreja que viu e chorou a morte de Estevão pelas mãos dos “zeladores da Lei” (Atos 6:11-14, e 7:51-60, e 8:1,2), esperava-se que os crentes de Jerusalém tivessem deixado dos rudimentos do mundo e evoluídos para a fé perfeita em Cristo Jesus, mas não foi isto que aconteceu (Hebreus 5:11-14 e 6:1,2).

Tiago contou ao apóstolo que muitos judeus que aceitaram Jesus continuavam “zelosos da Lei de Moisés”. Estes crentes judaizantes tinham informações de que Paulo ensinava aos compatriotas em outras nações a se apostatarem de Moisés... Que decepção! O ponto de partida do Evangelho voltara à Lei; os que receberam o vinho novo diretamente de Cristo, guardaram-no em odres velhos. Foi por causa desse “zelo sem entendimento” (Romanos 10:2) que Estevão foi morto, e nem assim a Igreja de Jerusalém se deu conta do mal que permitiu adentrar suas portas.

Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete a sua estultícia. (Provérbios 26:11).

Esse negócio de manter as aparências foi extremamente condenado por Cristo, e Ele mesmo disse aos fariseus hipócritas: Raça de víboras! Como vós sendo maus podeis dizer coisas boas?... (Mateus 12:34). Talvez mais tarde Tiago tenha compreendido que não se pode colher uvas de espinheiros, nem figos do abrolhos (Lucas 6:44), já que ele mesmo escreveu coisa parecida em sua epístola, só que de forma mais branda (Tiago 3:11,12).

Ouvi a palavra do Senhor, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que Me serve a Mim a multidão de vossos sacrifícios? Diz o Senhor. Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem Me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante Mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os Meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para Mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade com ajuntamento solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a Minha alma as odeia; já Me são pesadas; já estou cansado de sofrê-las. (Isaías 1:10-14).

É isso aí, “crentões”, mantenham as aparências para que o “Templo de Herodes” continue de pé e mais e mais fariseus sejam congregados à Igreja, “encham a medida dos vossos pais”, para os quais a Escritura só consistia em mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui e um pouco ali (Isaías 28:13); voltem à purificação na carne e não no Espírito, circuncidem os vossos prepúcios e não os vossos corações, e sejam presos, e torne-se-lhes a “mesa” em laço e caiam para traz... (Salmos 69:22).

... Falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram para espreitar a liberdade que temos em Cristo Jesus, e nos pôr em servidão (Gálatas 2:4).

Para apaziguar o Evangelho com o judaísmo, Tiago e os demais coagiram Paulo a praticar o rito mosaico do nazireado e juntar-se a outros quatro judeus que de antemão se prepararam para esse fim. Cegos conduzindo outros cegos! E olha que isto aconteceu na Igreja que anos atrás recebera a virtude do alto, o Espírito Santo de Deus para dar testemunho da verdade. Esses mesmos judeus que estavam passando fome, e que pelas mãos de Paulo e de outros recebiam ajuda financeira dos gentios, o abandonaram na sua fé só porque desejavam ficar de bem com os costumes e as tradições.

Isaías 28:9,11,12,14-18 – A quem, pois, se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria a entender doutrina? Ao desmamado do leite, e ao arrancado dos seios?... Assim por lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a este povo. Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir... Ouvi, pois, a palavra do Senhor, homens escarnecedores, que dominais este povo que está em Jerusalém. Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos. Portanto assim diz o Senhor DEUS: EIS QUE EU ASSENTEI EM SIÃO UMA PEDRA, UMA PEDRA JÁ PROVADA, PEDRA PRECIOSA DE ESQUINA, QUE ESTÁ BEM FIRME E FUNDADA; AQUELE QUE CRER NÃO SE APRESSE. E regrarei o juízo pela linha, e a justiça pelo prumo, e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo. E a vossa aliança com a morte se anulará; e o vosso acordo com o inferno não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados.

A Epístola Aos Hebreus foi escrita por volta do ano 67 d. C.; esta Epístola foi o alerta, foi o ultimato de Deus à Igreja da Judeia, que passo a passo se desviara da Nova Aliança em Cristo para voltar às obsoletas práticas da Lei mosaica (Hebreus 2:1-4. _Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?)Jerusalém foi sitiada e demolida pelas forças romanas do General Tito, segundo a profecia descrita Mateus 24, não porque os judeus rejeitaram e mataram ao Senhor Jesus Cristo no ano 33 da Era Cristã, mas porque a Igreja de Jerusalém se apostatou Dele (2 Samuel 7:13,14; leia também Mateus 24:15 _A abominação [bdelugma - fedor repugnante] da desolação [eremósis - infértil] no lugar santo [hagios - local reservado para Deus]; e compare com Isaías 1:13 _O incenso é para Mim abominação...). Jesus disse que quando os discípulos vissem que a ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO estivesse no LUGAR SANTO - o evangelista acrescenta: "Quem lê, entenda" - os que estivessem na Judeia fugissem para os montes apressadamente e sem olhar para trás (Mateus 24:15-20), do mesmo modo que Ló fugiu de Sodoma (releia Isaías 1 o capítulo todo). Os discípulos que creram nas palavras de Jesus entenderam que a "abominação desoladora no lugar santo" a qual Ele se referiu, aconteceu quando os crentes da Judeia, e principalmente os da Igreja em Jerusalém, começaram a sacrificar no Templo, pois os membros se fizeram infiéis como as prostitutas, e os anciãos da Igreja, amigos de ladrões (Isaías 1:21,23 compare com Atos 6:7): "Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que creem, e todos são zeladores da Lei" (Atos 21:20b)...

O FIM DA "FESTA" E A "ORDEM NA CASA".

"E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos eleitos serão abreviados aqueles dias" (Mateus 24:22).

A destruição de Jerusalém no ano 70 d. C. foi a providência divina para trazer de volta à razão da fé àqueles que estavam se desviando da verdade que há em Cristo Jesus, pois esses crentes que se acomodaram em Jerusalém do mesmo modo que Ló se acomodara em Sodoma, tiveram suas casas destruídas, seus bens saqueados, perderam amigos e familiares e a sua “aliança com a morte foi desfeita”.

Se porventura houver cinquenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos que estão dentro dela?... Então disse o Senhor: Se Eu, em Sodoma, achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a todo o lugar por amor deles. (Gênesis 18:24,26).

L. M. S. 

3 comentários:

  1. Parabéns esposo amado, como sempre inspirado pelo Espírito Santo, que Deus continue a lhe dar o conhecimento da Sua Santa Palavra.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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