... “e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Timóteo 4: 4).
Leitura Gênesis 6: 1-9.
Os filhos de Deus de Gênesis 6 eram anjos?
... “e não se ocupem com fábulas judaicas...” (Tito 1: 14).
Mateus 22: 23-30 – Certa vez uns saduceus (seita da qual faziam parte os sacerdotes) vieram fazer chacota de Cristo por causa da doutrina da ressurreição. Eles perguntaram sobre uma mulher que se casou com um homem o qual tinha sete irmãos, e que morreu sem deixar filhos, então, segundo o levirato, o seu irmão desposou viúva para suscitar-lhe descendência, mas também veio a falecer antes que isso acontecesse, daí o outro irmão mais novo casou-se com a sua cunhada e também morreu sem filhos, assim sucedeu aos sete irmãos e por fim, morreu também a mulher; então os saduceus perguntaram: “De quem ela será esposa na ressurreição dos mortos, visto ter desposado os sete irmãos”? Jesus lhes respondeu: Errais por não conhecer as Escrituras nem o poder de Deus; no céu não se casam nem se dão em casamento, pois são como os anjos... E Lucas 20: 36 acrescenta: Pois não podem morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.
O que este comentário tem haver com Gênesis 6? Bem! Tem gente que diz que os filhos de Deus de Gênesis 6 são anjos que viram as formosas filhas dos homens, que se casaram com elas e tiveram filhos. Vejam o absurdo dessa afirmação, pois se os anjos não se casam, isto é, não coabitam com mulher, e nem se dão em casamento, ou seja, não se reproduzem; como poderiam se relacionar com mulheres e gerar filhos?
“Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas” (1 Tim. 4: 7).
“E repele as questões insensatas e absurdas, pois sabes que só engendram contendas” (2 Timóteo 2: 23).
Quem crê que os filhos de Deus de Gênesis 6 são anjos, crê numa blasfêmia, pois consciente ou inconscientemente afirma que Cristo é um mentiroso, visto que está contradizendo as palavras de Jesus.
Quem crê que os filhos de Deus de Gênesis 6 são anjos, crê numa blasfêmia, pois consciente ou inconscientemente afirma que Cristo é um mentiroso, visto que está contradizendo as palavras de Jesus.
Em Gênesis 3: 15 diz que haveria a “semente da serpente”, ou seja, a “descendência da serpente”, isto é, os “filhos do diabo”; mas que da semente da mulher nasceria um que esmagaria a cabeça da serpente. Devido a esta promessa, o nascimento do primogênito de Adão, Caim foi aguardado com grande expectativa. Eva disse: "Alcancei do Senhor um varão" (Gênesis 4:1); essa frase exprime júbilo, pois era a esperança da promessa de Gênesis 3:15 se cumprir. Porém Caim foi rejeitado por Deus. O apóstolo João diz que Caim era do maligno por causa das suas obras más (1 João 3: 12), pois Deus mesmo lhe disse: “Se procederes bem, também haverá aceitação para ti” (Gên. 4: 7); então são as obras* que definem se a descendência é de Deus ou do diabo (1 João 3: 7-10), pois é pelos frutos que se conhece a árvore (Mateus 7:16-20).
*Obras: Lembremo-nos que Abel é citado em Hebreus 11 como um dos heróis da fé; o autor diz: "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, 'pelo qual' (sacrifício) alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus 'dons' (oferta), e por ela (fé), depois de morto, ainda fala" (Hebreus 11: 4); então, o conceito bíblico de produzir "bons frutos" e de executar as "boas obras", é a ideia do fruto gerado pela fé e da obra que se faz por meio da fé em Deus.
*Obras: Lembremo-nos que Abel é citado em Hebreus 11 como um dos heróis da fé; o autor diz: "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, 'pelo qual' (sacrifício) alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus 'dons' (oferta), e por ela (fé), depois de morto, ainda fala" (Hebreus 11: 4); então, o conceito bíblico de produzir "bons frutos" e de executar as "boas obras", é a ideia do fruto gerado pela fé e da obra que se faz por meio da fé em Deus.
Mais adiante lemos que a descendência de Sete começou a invocar o Nome do Senhor (Gên. 4: 26), isto quer dizer que eles começaram a interceder, oferecer dons, anunciar o conhecimento do Senhor Deus; ali nasceu uma linhagem sacerdotal substituindo o sacerdócio de Abel o qual foi morto por seu irmão Caim. No que diz respeito ao filho de Sete, o nome Enos (Enosh*) significa "homem", mas não como o de Adão (espécie humana) e sim como de alguém fraco e carente de Deus. Esta característica de dependência da misericórdia divina se traduz na frase: "Então se começou a invocar o Nome do Senhor" (veja: 1 Pedro 5:5; Tiago 4:6,10; Romanos 8:14-16).
*Enosh - um mortal (homem mortal).
ABEL FOI UM SACERDOTE???
*Enosh - um mortal (homem mortal).
ABEL FOI UM SACERDOTE???
Sim, Abel foi um sacerdote, e ofereceu a melhor dádiva que seu irmão (versos 4 e 5); ele foi o primeiro “sacerdote” aceito por Deus após a queda do homem ("Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados... E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus..." - Hebreus 5: 1,4).
SETE ERA CONFORME A SEMELHANÇA E IMAGEM DE SEU PAI (Gênesis 5: 3).
E Adão conheceu a sua mulher e ela lhe deu um filho, a quem pôs o nome de Sete, porque disse ela: Deus me concedeu “outro descendente” “em lugar de Abel”, que Caim matou (Gênesis 4: 25). Veja que na expressão “outro descendente”, Eva ainda esperava a promessa de Deus lhe dar um filho para esmagar a cabeça da serpente, e como disse: “em lugar de Abel”; ela faz referência a um “posto” que ele ocupava (Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta – Gên. 4: 4), isto é, uma função exercida por ele, um sacerdócio (Leia Malaquias 2:1-17).
É fascinante o que nos diz Gên. 5: 3, com o fato de Sete ser gerado à semelhança de Adão e conforme a sua imagem. Adão já estava com 130 anos de idade quando gerou seu filho Sete, então as palavras “conforme a sua imagem e semelhança” dizem respeito à juventude de Adão quando ele fora criado conforme a imagem e semelhança de Deus, do tempo em que Deus falava com Adão e este ouvia a Sua voz no Jardim (Gên. 1: 26, 28-30, cap. 2: 16, 17, 19). Portanto, o texto está claramente indicando não somente o aspecto físico de Sete, mas também a relação deste com Deus à semelhança daquela que foi perdida por seu pai.
DE SETE A NOÉ.
Genealogia geralmente é meio cansativa de se ler, mas ela é muito proveitosa se a lermos no Espírito. Gênesis 5 nos dá a genealogia de Adão até Noé, destacando-se nela os “cabeças” dos descendentes. Temos então: Sete, 105 anos – Enos, 90 anos – Cainã, 70 anos – Maalalel, 65 anos – Jarede, 162 anos – Enoque, 65 anos Matusalém, 187 anos – Lameque, 182 anos – Noé, 500 anos – Sem. Repararam no tempo em que estes “cabeças” demoraram em gerar filhos? Pois é! É que eles esperavam por mulheres tementes a Deus para tomá-las por esposa. Os filhos de Deus se casam com as filhas de Deus, não com as filhas dos homens.
O verso 9 de Gênesis 6 diz que Noé era “justo e íntegro” entre os seus contemporâneos (A.R.A. S.B.B.), e numa outra tradução da Bíblia, o mesmo texto diz que ele era “perfeito em todas as suas gerações”; isto quer dizer que Noé e seus antepassados eram inteiros (íntegros), ou seja, “os cabeças”, os patriarcas dos filhos de Deus, desde Sete até ele, permaneceram justos e tementes a Deus; perfeitos e não misturados com os decadentes filhos de Caim, mas os demais descendentes destes homens justos não fizeram como seus pais, pois não quiseram esperar no Senhor as filhas de Deus para se casarem, porque ao se multiplicarem os homens sobre a terra, nasceram-lhes filhas, e os filhos de Deus viram que elas eram formosas (towb - linda: mulher; terra: fecunda), e as tomaram por esposas, e dessa união, por meio dos seus descendentes, o gênero humano foi de todo corrompido (Gênesis 6: 1-7); já não havia mais a “separação” entre a luz e as trevas (Gênesis 1: 4). Mas Noé alcançou graça diante do Senhor.
O SACERDÓCIO SEGUNDO A ORDEM DE MELQUISEDEQUE (Salmos 110: 4; Hebreus 5: 6-10, 6: 17-20, 7).
Melquisedeque não é um nome, mas um título: “REI DE JUSTIÇA”; ele era sacerdote do Deus Altíssimo; e quando Abraão, ainda chamado de Abrão, voltava da guerra contra Quedorlaomer e os seus aliados, para livrar seu sobrinho Ló, este Melquisedeque veio ao seu encontro e lhe trouxe pão e vinho e o abençoou. Segundo a cultura judaica, o ato de "servir pão e vinho" simboliza dar as “boas vindas” para alguém.
É mister servir pão e vinho numa cerimônia de boas vindas aos convidados de uma casa, por exemplo, aos ingressantes da casa de Deus, Jesus consagrou o pão e o vinho como cerimonial de boas vindas aos que se tornam membros da Igreja, isto é, aos que ingressam no Seu Corpo, pois Ele os faz herdeiros do Reino do Céu. Da mesma forma Melquisedeque fez com Abraão servindo-lhe pão e vinho e entregando-lhe a sua herança para integrá-lo na ordem sacerdotal que iniciou-se em Abel, foi retomada em Sete, continuada em Noé e passado ao seu filho Sem que, segundo alguns estudiosos* pode ser reconhecido em Gênesis 14: 18 como Melquisedeque, rei de Salém, embora não haja nenhum registro bíblico (ver: Hebreus 7:3). É possível que Sem fosse mesmo Melquisedeque, pois ele viveu mais quinhentos anos depois do dilúvio, vindo a dormir com seus pais com seiscentos anos de idade (Gên. 11: 10,11), e Abraão, quando deixou sua parentela, era da idade de setenta e cinco anos (Gên. 12: 4); fazendo as contas do tempo da geração dos descendentes de Sem até o chamado de Abraão, dá um total de trezentos e sessenta e cinco anos, pouco mais da metade da vida de Sem.
*Alguns estudiosos da Escrituras como Jerônimo e Lutero afirmavam que o Melquisedeque era mesmo Sem, o filho mais velho de Noé, e isto faziam por inferências.
*Alguns estudiosos da Escrituras como Jerônimo e Lutero afirmavam que o Melquisedeque era mesmo Sem, o filho mais velho de Noé, e isto faziam por inferências.
Veja isto: Sem vive 100 anos e gera Arfaxade, que vive 35 anos e gera Salá, que vive 30 anos e gera Héber, que vive 34 anos e gera Pelegue, que vive 30 anos e gera Reú, este vive 32 anos e gera Serugue, que após 30 anos gera Naor, que vive 29 anos e gera Terá, que vive 70 anos e gera Abrão e este recebe o chamado de Deus aos 75 anos de idade, isso dá um total de 365 anos.
Se Sem* foi mesmo Melquisedeque, a causa dele não ter passado o “cetro” a um dos seus filhos pode estar na desobediência de Babel (Gên. 9: 1,7 e cap. 11: 4). Ou talvez Sem esperasse um sinal de Deus em alguém de sua linhagem e a matança dos reis de Sinar, Elasar, Elão e Goim por Abrão, foi esse sinal (Gên. 14: 19-20). Por certo ele era o herdeiro de Noé, o pregoeiro da justiça (2 Pedro 2: 5), pois era o seu primogênito, e o próprio Noé faz uma declaração indicando isso quando o abençoou dizendo: “Bendito seja o Senhor, Deus de Sem...” (Gên. 9: 26). Nestas palavras vemos que o Senhor era o Deus de Sem, mas não de Jafé e nem de Cam, contudo Jafé seria engrandecido por Deus e habitaria sob o mesmo teto de Sem e quanto a Canaã, filho de Cam, também viria a viver sob a proteção dos seus irmãos servindo-os. O texto em questão pode até não ser uma maldição hereditária, mas uma benção, isto é, pode significar que os descendentes de Jafé e de Cam se converteriam ao Deus de Sem.
*A palavra "Sem" significa "Nome"; mas por que Noé o chamou assim? Talvez porque Sem estava incumbido de, piedosamente, "levar o Nome" de Deus à humanidade, pois essa era a missão dos filhos de Deus (Malaquias 2:7,11).
*A palavra "Sem" significa "Nome"; mas por que Noé o chamou assim? Talvez porque Sem estava incumbido de, piedosamente, "levar o Nome" de Deus à humanidade, pois essa era a missão dos filhos de Deus (Malaquias 2:7,11).
Contudo, Sem pode também ter passado o seu legado ao seu primogênito Arfaxade, e Arfaxade ao seu filho Salá e deste ao seu filho Héber, portanto qualquer um destes pode ser o Melquisedeque que abençoou Abrão. Em Gên. 10:21 está escrito que Sem foi pai de todos os filhos de Héber. Cronologicamente também é possível que Heber fosse o Melquisedeque, pois ele viveu ao todo 464 anos ultrapassando em muito o tempo do chamado de Deus a Abraão. E porque Heber não passou o sacerdócio a seu primeiro filho Pelegue? Creio que a resposta está no cap. 10 de Gênesis verso 25 que diz: “A Héber nasceram dois filhos: um teve o nome de Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra...” Se compararmos com o cap. 11 verso 9 do mesmo livro, veremos que o “repartir da terra” tem haver com a confusão das línguas em Babel.
A Epístola aos Hebreus destaca a superioridade do sacerdócio de Cristo em comparação ao levítico, exatamente pelo motivo de que a “Ordem Sacerdotal de Melquisedeque” além de mais antiga, também é mais ampla, pois não abrange somente a nação de Israel, mas o mundo inteiro, visto que no descendente de Abraão, isto é, em Jesus Cristo, todas as famílias da terra seriam benditas (Gên. 22: 18 e Gál. 3: 8). Amém!
L. M. S.
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