Lucas 1:5-7. (5). Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel. (6). E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. (7). E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.
O NOME DOS PERSONAGENS.
Zacarias - Lembrado por
Jeová.
Isabel (Elisabeth) -
Juramento de Deus.
Abias - Meu Pai é
Jeová.
Arão - Que traz luz.
João - Jeová é o
doador gracioso.
Gabriel - Guerreiro de
Deus.
A VISÃO DO ANJO GABRIEL.
Lucas 1:11-14. (11). E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em
pé, à direita do altar do incenso. (12). E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu
temor sobre ele. (13). Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque
"a tua oração foi ouvida", e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho,
e lhe porás o nome de João. (14). E terás prazer e alegria, e muitos se
alegrarão no seu nascimento...
A DÚVIDA DE ZACARIAS E A PUNIÇÃO PELA INCREDULIDADE.
Lucas 1:18-20. (18). Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei
isto? Pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade. (19). E,
respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e
fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. (20). E eis que ficarás
mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto
não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.
A MUDEZ DE ZACARIAS.
A palavra para "mudo" usada pelo anjo Gabriel é: “SIOPAO” -
que quer dizer: "silêncio", "quietude", e também pode ser
interpretada como surdez e mudez. Já na narrativa dos fatos, no verso 20, Lucas
usa o termo "KOPHOS" - surdo ou mudo. Mas é no verso 62 do cap. 1 de
Lucas, que temos a confirmação de que Zacarias ficou não somente mudo, mas
também surdo, pois as pessoas usaram de sinais com as mãos para se comunicarem
com Zacarias – se ele estivesse apenas mudo entenderia o que eles lhe falavam
sem a necessidade do uso dos sinais como os surdos-mudos fazem.
Eu creio que Deus lhe deu uma “boa punição”, porque ela também foi
uma bênção para Zacarias; pois a sua mudez não foi apenas uma punição por causa
da incredulidade, mas também um sinal divino de que a Palavra de Deus se
cumpriria, ou seja, o anjo do Senhor lhe deu uma promessa em resposta à sua
oração, Zacarias duvidou, o anjo sentencia-o a ficar mudo; ora!... A mudez da
Zacarias torna-se então a confirmação que aconteceria aquele milagre, e assim,
a sua fé se fortaleceu em Deus. Contudo, como já vimos antes, Zacarias não
ficou apenas mudo, mas também surdo...
O que eu vejo nesta passagem bíblica é que Zacarias e Isabel eram
justos, tementes a Deus e irrepreensíveis, e que eles eram já idosos e sem
filhos. Na cultura antiga, uma mulher que não tinha filhos era uma vergonha, e
principalmente se fosse mulher de um sacerdote; pois, para eles, a fecundidade
era uma bênção divina (Sl. 127:3-5), mas a esterilidade era vista como uma
maldição da parte de Deus [Nm. 5:12-31 declara a “lei do ciúmes”, a qual
tratava da desconfiança do marido por uma possível traição de sua esposa, porque
se sobre ele viesse o “espírito de ciúmes”, o marido deveria trazer sua esposa
diante do sacerdote e fazer uma oferta de alimentos (memorativa) por ela;
depois, o sacerdote colocaria um punhado da terra do chão do Tabernáculo num vaso
com água limpa e daria à beber àquela mulher; se ela tivesse realmente traído o
seu marido, nunca mais teria filhos; pois como está escrito: “E, havendo-lhe dado a beber aquela água,
será que, se ela se tiver contaminado, e contra seu marido tiver transgredido,
a água amaldiçoante entrará nela para amargura, e o seu ventre se inchará, e
consumirá a sua coxa; e aquela mulher será por maldição no meio do seu
povo; E, se a mulher se não tiver contaminado, mas estiver limpa, então
será livre, e conceberá filhos”. – Nm. 5:27,28].
Agora... Penso eu que Zacarias e Isabel passaram por poucas e boas;
pois acredito que muita gente deve ter pensado mal deles por causa da
esterilidade de Isabel, e não somente isso; mas também quantas vezes, Zacarias
não ficou frustrado com seu casamento? Porque o sacerdócio era hereditário, seu
legado seria passado ao seu filho, e sem descendentes sua linhagem
desapareceria; contudo, nem por isso ele e sua mulher deixaram de orar, de
serem justos e de temerem a Deus. Zacarias não repudiou sua mulher porque ela
não podia lhe dar filhos, e nem tentou dar um ajudinha como Abraão e Sara
fizeram. Que Zacarias e Isabel sirvam de lição aos casais de hoje, que escolhem
o divórcio como única opção quando se deparam com as dificuldades inerentes à
vida conjugal; porém, os servos de Deus nunca optam pela separação, porque Deus
odeia o divórcio [Ml. 2:16].
1
Coríntios 7:10,11. (10). Aos casados dou este mandamento, não eu, mas
o Senhor: que a esposa não se separe do seu marido. (11). Mas, se o fizer que
permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido
não se divorcie da sua mulher.
Paulo diz que a perseverança conjugal entre marido e mulher, não é
uma opção, mas um mandamento do Senhor; isto é, o casamento é para toda vida
onde os erros devem ser perdoados e os acertos comemorados; pois o marido não
tem mais direito sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher; e a mulher não
tem mais direito sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido [1 Cor 7:4]. E
Jesus ensinou aos fariseus, que Moisés só permitiu o divórcio por causa da
“dureza do coração” deles (Moisés teve que administrar o erro daqueles israelitas
que estavam repudiando suas esposas sem qualquer consideração à Lei divina; e para
impedir que virasse uma imoralidade, Moisés legislou por conta própria – para
saber mais leia: Dt. 24:1-4), ou seja, um coração duro nunca quer perdoar o
erro do outro; e Jesus continuou dizendo que “no princípio da criação”, Deus os
fez homem e mulher, e que ambos se tornam uma só carne quando unidos pelo
casamento, isto é, não são mais dois seres ou duas carnes, mas um ser e uma
só carne. Portanto, o que Deus uniu – estabeleceu como lei por meio de sua
Palavra – não separe o homem [Mc. 10:2-12].
Mas, voltando a Zacarias, o fato de o anjo Gabriel tê-lo deixado
surdo/mudo foi uma bênção, porque o impediu de ouvir as vozes da
incredulidade ao seu redor, e também o calou para que não fraquejasse na
fé por causa dos incrédulos (sabemos que mulheres acima de 40 anos que
engravidam, têm gestações de risco, tanto para ela como para a criança, e
Isabel era muito idosa); mas a sua alma ficou no silêncio, na quietude; só ouvindo
em meditações, por nove meses, as palavras do anjo que disse:
(13). Zacarias,
não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará
à luz um filho, e lhe porás o nome de João {pois: “Jeová é
um doador gracioso”}. (14). E terás
prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, (15). Porque
será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e
será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. (16). E converterá
muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, (17). E irá adiante dele
no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos
filhos, e os rebeldes à prudência dos justos {Ml. 4:5,6}, com o fim de preparar ao Senhor um povo
bem disposto. [Lucas 1:13-17].
A NECESSIDADE DO SILÊNCIO.
Como nós precisamos ficar surdos e mudos diante de tantas coisas que
estão em voga nestes dias; tantas ameaças à fé, tantas urgências inúteis, e
tantos clamores vãos que afloram nas mentes cheias do mundo, mas vazias de
Cristo, as quais só sabem murmurar e reclamar da vida, não reconhecendo a
poderosa mão do Senhor sobre toda história do homem neste mundo.
Salmos
4:4. “Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso
coração sobre a vossa cama, e calai-vos”.
Quando os filhos de Israel chegaram diante do Mar Vermelho e viram
faraó e seu exército se aproximando; eles disseram a Moisés: (12).
Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que
sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos
no deserto. (13). Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai
quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos
egípcios, que hoje vistes; nunca mais os tornareis a ver. (14). O Senhor
pelejará por vós, e vós "vos calareis. [Êxodo 14:12-14].
“É só ficarmos quietos para vermos o livramento do Senhor".
Que maravilha!
Deus nos ajude a calarmos nossos lábios e fecharmos os nossos ouvidos
ante as impossibilidades desta vida; Deus nos guie a falar e a ouvir somente
quando estivermos cheios do Espírito Santo, como Zacarias quando profetizou no
dia da circuncisão de seu primogênito; que Deus nos faça desviar os nossos pés
dos caminhos dos ímpios [Sl. 1:1,6], do mesmo modo que Isabel o fez, se
ocultando por cinco meses para aproveitar ao máximo seu momento, sua nova
condição, pois, escondida dos falatórios, ela não deu lugar em sua casa àqueles
“incomodados” com a sua bênção.
Salmos
46:10,11. (10). Aquietai-vos, e sabei que Eu Sou Deus;
serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. (11). O Senhor
dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
Elias foi mandado ao Horebe, o monte de Deus, e lá ele se escondeu
numa caverna, mas o anjo lhe disse para que saísse da caverna, e ficasse perante
o Senhor. Então passou um furacão, mas o Senhor não estava no furacão; após
o furacão, um grande terremoto aconteceu, mas o Senhor não estava no terremoto;
logo em seguida ao terremoto, um incêndio que queimou toda terra, mas também o
Senhor não estava no fogo; depois destas coisas, Elias ouviu um cicio suave,
uma brisa leve sobre as folhas nas copas das árvores; então, Elias cobriu seu
rosto com sua capa e saiu da caverna para ouvir a voz de Deus, pois era o Espírito
de Deus que se movia ao encontro de Elias (1 Reis 19:11-13).
Ev. Levi.
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