A HISTÓRIA DO
NASCIMENTO DE JESUS ATÉ SEUS DOZE ANOS DE IDADE.
Vimos que os Evangelhos
de Mateus e de Lucas possuem nos seus capítulos iniciais, detalhes que se
complementam para nos dar um panorama da história antes e depois do nascimento
de Jesus; e assim sendo, quero reuni-los para compor uma só narrativa dos fatos
que sucederam a José, Maria e Jesus.
A HISTÓRIA DO
NASCIMENTO DE JESUS.
Maria (Mariam – rebelião),
uma jovem da cidade de Nazaré [Lc. 1:26,27], por volta dos seus 16 anos de
idade*, da descendência do rei Davi (David – amado) pela casa de seu filho Natã
(Nathan – doador) [Lc. 3:23-31]; foi desposada – conforme o costume da época
sem se ajuntar ao seu marido por cerca de 12 meses – por José (Yosef – o Senhor
acrescenta), que talvez fosse entre 10 ou 20 anos mais velho que ela, e também
da descendência do rei Davi, mas pela casa paterna de Salomão [Mt. 1:6-16].
*Acredita-se que Maria
tinha cerca de cinquenta anos quando Jesus foi crucificado, e sendo que Cristo
viveu neste mundo por mais ou menos trinta e três anos (aos trinta anos iniciou
seu ministério, o qual durou três anos); então (50-33=17 anos), Maria devia ter
cerca de dezessete anos quando Jesus nasceu.
Seis meses após o Anjo
Gabriel ter anunciado o nascimento de um filho (João Batista) ao sacerdote
Zacarias; a jovem Maria também recebe a visita do mesmo anjo Gabriel para
dar-lhe as novas do nascimento de Jesus, por obra do Espírito Santo [Lc.
1:26-38].
Naqueles dias Maria foi
“apressadamente” à casa de sua prima Isabel, esposa do sacerdote Zacarias [Lc.
1:39,40]; e ficou ali cerca de três meses até que Isabel deu à luz seu filho
[Lc. 1:56,68,69,76,78].
Voltando Maria para sua
casa, já com três meses de gravidez, José, seu noivo, fica sabendo de seu
estado gestacional, daí ele intenta deixá-la secretamente, pois era homem
justo, temente a Deus; e projetando como fazer para deixá-la sem causar
escândalo, o anjo do Senhor lhe aparece em um sonho e lhe diz tudo que sucedera
à sua noiva, então ao acordar José fez conforme o anjo lhe ordenara [Mt.
1:18-21,24,25].
Por causa de um
recenseamento decretado pelo governo de Roma, José e Maria saíram de Nazaré, na
Galileia, para se alistarem em Belém, na Judeia; pois cada chefe de família
deveria alistar-se na sua casa paterna, e no caso de José que descendia de
Davi, Belém era sua casa paterna, pois o Rei Davi foi um belemita [Lc. 2:1-5].
E chegando a Belém, cumpriu-se o tempo de Maria dar à luz, mas como não havia
vagas na hospedaria, devido ao grande número de pessoas vindas de outras partes
para o alistamento, eles ficaram numa estrebaria. E Maria deu à luz seu filho,
o primogênito [Lc. 2:6,7].
Nas proximidades de
Belém, pastores guardavam seus rebanhos nas vigílias da noite (por isso não era
inverno); e o anjo do Senhor lhes aparece, dá as boas novas e os instrui a irem
à Belém para verem o Salvador, o qual eles encontrariam envolto em panos e
deitado numa manjedoura (suporte de madeira onde o pasto é colocado para os
animais comerem, portanto, Jesus nasceu numa estrebaria); e então um coral de
multidão de anjos aparece louvando a Deus, e os pastores vão até Belém para
encontrar a criança do jeito que o anjo lhes falara [Lc. 2:8-20].
Depois de passados oito
dias, o menino foi circuncidado, e logo após deram-lhe o nome de Jesus (grego: “Iesous”;
hebreu: “Yehoshua” – O Senhor é Salvação), conforme a palavra do anjo [Mt.
1:21,25; Lc. 1:31 e 2:21].
Conforme está escrito em
Levítico 12:1-4,6-8; quando uma mulher tivesse um menino, ela ficaria por 40
dias sem tocar em nada santo (consagrado) e sem poder se chegar ao santuário
(Templo); após esse período de purificação, ela traria uma oferta: um cordeiro
de um ano para holocausto para resgate do primogênito – ou um pombinho,
conforme as suas posses – e um pombinho para oferta pelo pecado (para a purificação
da mulher).
Êxodo 34:19,20. (19). Tudo o que abre a madre meu é, até todo o teu gado,
que seja macho, e que abre a madre de vacas e de ovelhas; (20). O
burro, porém, que abrir a madre, resgatarás com um cordeiro; mas, se o
não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça; todo o primogênito de teus filhos
resgatarás. E ninguém aparecerá vazio diante de mim.
Números 18:15,16. (15). Tudo que abrir a madre, e toda a carne que trouxerem
ao Senhor, tanto de homens como de animais, será teu; porém os primogênitos
dos homens resgatarás; também os primogênitos dos animais imundos
resgatarás. (16). Os que deles se houverem de resgatar, resgatarás, da
idade de um mês, segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro,
segundo o siclo do santuário, que é de vinte geras.
Portanto, cumprindo-se o
tempo da purificação pós-parto de Maria; Jesus foi apresentado no Templo para
que se cumprisse a ordenança da Lei de Moisés, ou seja, para resgatarem o seu filho
primogênito com a oferta de um cordeiro, e a oferta de um pombinho pelo pecado para
purificação de Maria; no caso deles, por serem pobres, não ofertaram um
cordeiro para o resgate do menino, mas um pombinho também [Lc. 2:22-24].
Obs:- O ato de apresentar
crianças na igreja não está errado, pois se trata de agradecimento e de
invocação de bênçãos sobre a família e sobre a criança; o que está incorreto é
o texto de Lucas 2:22-40 que é usado na ministração, pois Jesus foi apresentado
no Templo por causa da exigência da lei Mosaica; o mais correto na cerimônia
seria os textos de Mateus 19:13-15, ou de Marcos 10:13-16, ou então, o de Lucas
18:15-17; nestas passagens as pessoas trazem as crianças a Jesus para que Ele
as abençoe.
Ainda no Templo, Simeão
encontra José e Maria e profetiza a respeito de Jesus e das coisas que haviam
de acontecer em Israel, e também a profetiza Ana, depois de ver a criança louva
a Deus e fala do menino a todos de Jerusalém que esperavam a redenção [Lc.
2:25-38].
José e Maria retornam à
Belém e fixam ali residência; e depois de mais ou menos um ano, vieram uns
magos do oriente à Jerusalém, para saber onde estava o rei dos judeus que havia
nascido, pois eles viram sua estrela no oriente e queriam adorá-lo. A coisa
toda chegou aos ouvidos de Herodes que ficou muito perturbado com a notícia.
Então foram reunidos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo
(intérpretes da Lei e dos profetas) para que se lhes dessem a resposta; e
acharam a resposta no Livro de Miqueias [cap. 5:2], que indicava a cidadela de
Belém como a provável. Portanto, os magos foram direcionados para lá, porém
Herodes os chamou em secreto e inquiriu deles o momento exato que eles viram a
estrela (foi por isso que Herodes mandou matar todas as crianças de Belém e arredores,
de dois anos para baixo – Mt. 2:16), e então os despediu [Mt. 2:1-8].
Saindo de Jerusalém, os
magos viram a estrela, e ela os guiou pelo caminho até que se deteve sobre o
local onde estava o menino. E “entrando na casa” (por isso José, Maria e o
menino Jesus, já haviam fixado residência em Belém, pois estavam morando “numa
casa”) acharam o menino e sua mãe, e prostrados o adoraram e lhe ofertaram seus
presentes: ouro, incenso e mirra – “Ouro para um rei; incenso para Deus; e mirra
para um mortal” (Orígenes - Contra Celso 1.60). [Mt. 2:9-11]. Em minha opinião,
os presentes significam o caráter da vida de Jesus neste mundo, pois o ouro significa
a incorrupção de uma vida sem pecado; já o incenso, a vida de comunhão e louvor
a Deus; e a mirra, a cura e prática do bem a todos, pois a mirra é uma planta medicinal.
Depois destas coisas, os
magos foram avisados num sonho para que não voltassem à Jerusalém, mas que
fossem embora por outro caminho [Mt. 2:12]. E também José, em sonho é avisado
pelo anjo do Senhor para fugir para o Egito; José e sua família obedecem e
partem de noite e ficam por lá até a morte de Herodes; mas este rei vendo que
foi iludido pelos magos, manda matar todas as crianças de Belém e cercanias, de
dois anos para baixo, conforme o tempo que ele obteve dos magos concernente à
aparição da estrela [Mt. 2:13-16].
Após a morte de Herodes
(o grande), que ocorreu no ano 4 a. C. – pois Jesus nasceu mais ou menos 5 a.
C. – o anjo do Senhor aparece em sonho a José no Egito, e manda-o retornar para
Israel; porém, José sabendo que Arquelau, filho de Herodes reinava na Judeia,
ele não quis voltar para Belém; e avisado em sonho, por divina revelação, o
anjo do Senhor o manda ir para a Galiléia, para habitar em Nazaré [Mt. 2:19-23
e Lc. 2:39,40].
Todos os anos José, sua
esposa e seus filhos (Jesus e seus irmãos – Mt. 13:55-56) subiam à Jerusalém
para celebrar a festa da páscoa. E certa vez, quando Jesus já contava com doze
anos de idade, retornando seus pais das festividades, o menino Jesus ficou em
Jerusalém sem que seus pais soubessem; tendo passado um dia, eles o procuraram
entre os parentes e amigos, mas não o acharam, então decidiram voltar para
Jerusalém. E passados três dias foram achá-lo no Templo, no meio dos doutores,
ouvindo-os e interrogando-os, e todos se admiraram da sua inteligência e das
respostas que dava. Depois de repreendido por sua mãe, eles voltam para Nazaré;
em Nazaré Jesus cresceu – sendo submisso aos seus pais – em sabedoria, em
estatura e em graça para com Deus e para com os homens [Lc. 2:41-52].
QUAL SERIA O MÊS MAIS
PROVÁVEL DO NASCIMENTO DE JESUS?
Qual seria, portanto, a
data certa para o nascimento de Cristo? O dia é difícil dizer, mas existe uma
possibilidade quanto ao mês. Para descobrirmos qual seria, basta fazermos uma
análise de três fontes: o Evangelho de Lucas, o calendário judeu
e o Livro de I Crônicas 24:10. Lucas dá a informação de que, antes do
nascimento de Jesus, houve o nascimento de João Batista. Em Lucas 1:5,23-28 é
dito que Isabel ficou grávida quando seu marido, Zacarias retornou do seu
serviço no Templo, e que Zacarias era sacerdote da Ordem de Abias [Lc.
1:5]. Mas o que seria isso? Bem! Em I Crônicas 24:7-19 está especificado como
Davi dividiu os sacerdotes em 24 turnos de 15 dias cada um. Assim, os turnos
cobririam o ano inteiro. O verso 10 diz que Abias ficou com o oitavo turno. Sendo
dois turnos por mês e que o calendário judeu começava no mês de “Nisã”,
equivalente ao nosso Março/Abril, entende-se que o oitavo turno seria na
segunda quinzena de “Tamuz” (Junho/Julho – portanto na primeira quinzena
de Julho); então o tempo do anúncio do nascimento de João Batista se deu no
período equivalente ao nosso mês de Julho, e o início da gestação de Isabel no
mês de “Av” (Julho/Agosto), isto é, para nós na segunda quinzena de Julho. Com
nove meses, Isabel deve ter dado a luz no mês de Nisã, que seria Março/Abril. E
quanto a Jesus? Lucas 1:26-36 diz que Maria ficou grávida quando Isabel estava
no sexto mês de gestação, no mês de Tevet (Dezembro/Janeiro). Logo, Jesus nasceu
nove meses depois, no mês de Etanim (Tishrei), equivalente a Setembro/Outubro.
Esta, portanto, seria uma hipótese bastante razoável para a época do nascimento
de Jesus.
Fonte: https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/quando-historicamente-nasceu-jesus/
MESES DO CALENDÁRIO JUDAICO.
O primeiro mês do
calendário judaico é o mês de Nisã (Nisã – Março/Abril), quando se celebra a
Páscoa. O ano novo judaico, porém, ocorre em Tishrei (Setembro/Outubro).
Diferentemente do Gregoriano, é baseado no movimento lunar, onde a cada lua
nova temos um novo mês. Cada ciclo lunar dura aproximadamente 29 dias e 12
horas e os meses judaicos variam entre 29 e 30 dias, como também ocorre no
calendário Gregoriano, onde há meses com 28,29,30 e 31 dias. A duração do ano
judaico varia entre 353 e 355 dias, ficando geralmente com 354 dias, ou seja,
cerca de onze dias a menos. Para compensar esta diferença, de tempos em tempos
é acrescido ao calendário judaico um mês inteiro, representado pelo mês de Adar
II, que é um mês embolísmico*. É por isso que o calendário judaico tem um mês a
mais a cada três anos, pois a diferença dos onze dias forma um mês. É preciso
um período de 19 anos para “ajustar” o Ano Lunar e o Ano Solar, para que ambos
comecem exatamente ao mesmo tempo, sem defasagem.
Fonte: https://cronologiadabiblia.wordpress.com/2011/01/04/o-calendario-judaico/
*Mês embolísmico (ou
embolístico) é aquele mês acrescentado ao ano em calendários lunissolares,
mudando-os de doze para treze meses lunares (anos embolísticos). Esta correção,
do acréscimo do mês embolístico, é necessária para que os anos fiquem
sincronizados com as estações.
Fonte: https://pt.wikipedia.org
Ev. Levi.